Influência do uso crônico dos inibidores da enzima conversora da angiotensina na hipotensão arterial após indução anestésica: é necessário suspender esse fármaco no pré-operatório?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa,Verônica Vieira da
Data de Publicação: 2009
Outros Autores: Caldas,Alexandre Curvelo, Nunes,Luiz Guilherme Nadal, Beraldo,Paulo Sérgio Siebra, Saraiva,Renato Ângelo
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Anestesiologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942009000600006
Resumo: JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Tem sido sugerida a suspensão de medicamentos como os inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) com base em relatos de hipotensão arterial durante a anestesia. Isso pode implicar em maior risco de picos hipertensivos no intraoperatório, com efeitos deletérios para o paciente. O objetivo deste estudo foi avaliar a influência dos IECA utilizados no pré-operatório na ocorrência de hipotensão arterial durante anestesia. MÉTODO: Delineamento tipo caso controle, onde casos foram pacientes que apresentaram hipotensão arterial após indução da anestesia. Como controles foram selecionados pacientes da mesma faixa etária e sexo, submetidos à intervenção cirúrgica no mesmo período dos casos e que não apresentaram hipotensão arterial. As variáveis de interesse: idade, sexo, porte cirúrgico, diagnóstico prévio de hipertensão arterial sistêmica (HAS), uso de IECA, estado físico (ASA), sangramento no intraoperatório, técnica anestésica e tempo cirúrgico. RESULTADOS: 40 pacientes apresentaram hipotensão arterial, num total de 2.179 operações. Desses, 20 usaram IECA no dia da operação. O grupo controle foi composto por 171 pacientes, dos quais 11 usaram IECA. Na análise univariada foi encontrada associação entre hipotensão arterial e idade avançada (p < 0,001), diagnóstico prévio de hipertensão arterial (p < 0,001), uso de IECA (p = 0,006), estado físico do paciente (ASA) (p = 0,006) e porte cirúrgico (p = 0,028). Numa análise estratificada não houve associação de hipotensão arterial com o uso de IECA. Na regressão logística mantiveram associação com a hipotensão arterial, o porte cirúrgico e idade do paciente. CONCLUSÕES: Não foi encontrada associação do uso de IECA e hipotensão arterial durante a anestesia. Os autores consideraram que a orientação de suspender o IECA na véspera da intervenção cirúrgica precisa ser revista. Outros estudos devem ser considerados para confirmar esse resultado.
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