PROJETO LEME CONSCIENTE: ORDENAMENTO DO TURISMO NÁUTICO EM PARATY (RJ)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Brasileira de Ecoturismo |
Texto Completo: | https://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/6011 |
Resumo: | Fundado em 1667, tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional e tendo 80% do território protegidos por unidades de conservação (UCs), Paraty, RJ desperta interesse por aspectos naturais, culturais e históricos. A maior parte de seu mar está na Baía da Ilha Grande, e o município conta com 63 ilhas e 43 praias, tendo no turismo e na pesca suas principais atividades econômicas. A maioria dos roteiros turísticos marítimos também está nas UCs: APA Cairuçu, ESEC Tamoios (Federais), RESEC Juatinga (Estadual) e APA da Baía de Paraty (Municipal). A apenas uma (ESEC Tamoios) é restritiva ao turismo. As demais poderiam até potencializar o turismo náutico, desde que sustentavelmente, já que essa atividade depende de qualidade ambiental e dos recursos naturais conservados. Entretanto, embora Paraty tenha grande vocação para o ecoturismo, ainda há muitas práticas insustentáveis, como o lançamento de lixo, esgoto e óleo no mar. O objetivo geral do Projeto Leme Consciente é sensibilizar o público-alvo (mestres e marinheiros) para a importância da preservação do ambiente marinho. Os objetivos específicos são: fomentar o senso de pertencimento dos participantes pela cidade e seu mar; ouvir as impressões sobre o turismo náutico local; oferecer ferramentas sustentáveis à atividade; abrir espaço de diálogo entre setor, UCs e projetos ambientais em Paraty; conservar os ecossistemas da Baía da Ilha Grande; incentivar o “briefing” ambiental para saídas turísticas. O público-alvo foi convidado em seu local de trabalho, o cais de turismo de Paraty. O início do Projeto Leme Consciente se deu com oficina realizada de 15 a 18/08/11, das 18h às 22h, dividida nos seguintes temas diários: “Descobrindo a realidade náutica de Paraty”; “Breve história paratiense e a segurança no mar”; “Ambiente marinho: belezas, conservação, ameaças e alertas”; “Retrospectiva e planos para um futuro próximo”. Foi significativo o espaço para que os participantes expusessem suas considerações sobre o turismo náutico, tirassem dúvidas sobre os conteúdos abordados na oficina e trocassem experiências. Percebeu-se uma rivalidade forte entre marinheiros de embarcações menores (até 20 passageiros) e maiores (aproximadamente 100 passageiros), mas a participação geral foi intensa. Dentre os pontos negativos apontados, destacam-se: ausência de caixas sanitárias para banheiros das embarcações; distância das paradas das praias; poluição sonora; falta de suporte do setor público (Prefeitura) no cais; aumento do número de cais particulares; proibição (clandestina) de acesso a algumas praias por seguranças particulares; risco de acidentes nas manobras no cais (excesso de barcos e intolerância das escunas). A seguir, houve um debate sobre formas de mitigar alguns desses problemas. As respectivas sugestões apontadas foram: reservatório para o banheiro dos barcos e local adequado para destinar o esgoto; divisão com bóias, estabelecendo uma área para banhistas e outra para embarcações; permitir o som apenas com o barco em movimento; maior fiscalização. Em seguida, os participantes foram incentivados a produzir seu briefing de apresentação ambiental aos turistas. Com o prosseguimento do Projeto Leme Consciente, espera-se colaborar para o ordenamento náutico em Paraty, gerando, a médio e longo prazo, um “selo verde” para certificar as embarcações que realizam os passeios de forma sustentável. |
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