Água potável e seu acesso direito ou mercadoria?: Uma análise dos julgados do Supremo Tribunal Federal Brasileiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: ISAACSSON, Gisela Brum
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UCpel
Texto Completo: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/833
Resumo: A água potável, indiscutivelmente, consiste na principal e mais básica fonte de vida do planeta. Sendo assim, verificar como vem sendo encarado o seu uso, garantia de acesso e preservação, tanto no cenário internacional quanto nacional é uma questão de relevante interesse. Assim, pretende o presente trabalho investigar, inicialmente, a partir de referências bibliográficas e legislativas, qual vem sendo considerada sua principal faceta: a água potável é considerada um direito ou uma mercadoria? Para tanto, o estudo parte de uma análise geral sobre os dados numéricos, tanto no mundo dos fatos quanto no mundo acadêmico, considerando-se, aqui, produção de textos sobre o assunto. Após, arrola as preocupação globais até então apresentadas sobre o tema tendo por base os diversos encontros, fóruns e legislações já produzidas, tanto no Brasil quanto no mundo, com destaque para três constituições latino-americanas que já possuem a água como garantia fundamental do cidadão em seus textos. Em um segundo momento, analisa os direitos do homem, os direitos humanos e os direitos fundamentais para verificar a possibilidade de enquadramento em cada uma das categorias, passando, em sequência a discutir o poder institucionalizado como fonte de ações que podem interferir na equalização do problema. Por fim, aborda o Poder Judiciário brasileiro um dos poderes institucionais capazes de fazer a diferença quando a questão é pensar-se sobre a natureza jurídica da água potável, através da análise de julgados de seu órgão máximo, o Supremo Tribunal Federal. Ao fim conclui-se que, apesar de não ser um órgão próativo, uma vez que sua atuação só se faz a partir de provocação, o Supremo Tribunal Federal vem se posicionando, majoritariamente no sentido da água ser um direito que deve ser observado e garantido a todos. Critica-se por fim a atuação dos demais poderes do Estado, esses sim capazes de interferir positivamente no cenário nacional através de leis – Poder Legislativo – e políticas públicas – Poder Executivo – que, por sua displicência ou, talvez, conforto permanecem silentes quanto à matéria levando a crer que elevar-se a água potável ao patamar de direito seria, em um primeiro momento, prejudicar a economia que, indubitavelmente, a considera uma mercadoria, negociável e precificável e, em um segundo momento, abrir-se a interferências dos estados estrangeiros quanto ao seu uso e gestão.
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spelling Água potável e seu acesso direito ou mercadoria?: Uma análise dos julgados do Supremo Tribunal Federal Brasileiroágua potável; direito; mercadoria; Supremo Tribunal Federaldrinking water; right; merchandise; Federal Court of JusticeCIENCIA POLITICA::POLITICAS PUBLICASA água potável, indiscutivelmente, consiste na principal e mais básica fonte de vida do planeta. Sendo assim, verificar como vem sendo encarado o seu uso, garantia de acesso e preservação, tanto no cenário internacional quanto nacional é uma questão de relevante interesse. Assim, pretende o presente trabalho investigar, inicialmente, a partir de referências bibliográficas e legislativas, qual vem sendo considerada sua principal faceta: a água potável é considerada um direito ou uma mercadoria? Para tanto, o estudo parte de uma análise geral sobre os dados numéricos, tanto no mundo dos fatos quanto no mundo acadêmico, considerando-se, aqui, produção de textos sobre o assunto. Após, arrola as preocupação globais até então apresentadas sobre o tema tendo por base os diversos encontros, fóruns e legislações já produzidas, tanto no Brasil quanto no mundo, com destaque para três constituições latino-americanas que já possuem a água como garantia fundamental do cidadão em seus textos. Em um segundo momento, analisa os direitos do homem, os direitos humanos e os direitos fundamentais para verificar a possibilidade de enquadramento em cada uma das categorias, passando, em sequência a discutir o poder institucionalizado como fonte de ações que podem interferir na equalização do problema. Por fim, aborda o Poder Judiciário brasileiro um dos poderes institucionais capazes de fazer a diferença quando a questão é pensar-se sobre a natureza jurídica da água potável, através da análise de julgados de seu órgão máximo, o Supremo Tribunal Federal. Ao fim conclui-se que, apesar de não ser um órgão próativo, uma vez que sua atuação só se faz a partir de provocação, o Supremo Tribunal Federal vem se posicionando, majoritariamente no sentido da água ser um direito que deve ser observado e garantido a todos. Critica-se por fim a atuação dos demais poderes do Estado, esses sim capazes de interferir positivamente no cenário nacional através de leis – Poder Legislativo – e políticas públicas – Poder Executivo – que, por sua displicência ou, talvez, conforto permanecem silentes quanto à matéria levando a crer que elevar-se a água potável ao patamar de direito seria, em um primeiro momento, prejudicar a economia que, indubitavelmente, a considera uma mercadoria, negociável e precificável e, em um segundo momento, abrir-se a interferências dos estados estrangeiros quanto ao seu uso e gestão.Drinking water is the main and most basic source of life on the planet. Thus, verifying how its use, guaranteeing access and preservation, both internationally and nationally, is being considered is a matter of relevant interest. Thus, the present work intends to investigate, initially, from bibliographic and legislative references, which has been considered its main facet: is drinking water considered a right or a commodity? Therefore, the study starts from a general analysis of numerical data, both in the world of facts and in the academic world, considering here the production of texts on the subject. It then lists the global concerns hitherto presented on the subject based on the various meetings, forums and legislations already produced, both in Brazil and in the world, highlighting three Latin American constitutions that already have water as the fundamental guarantee of the citizen. in your texts. Secondly, it analyzes human rights, human rights and fundamental rights to verify the possibility of fitting into each of the categories, and then discusses institutionalized power as a source of actions that can interfere with the equalization of the problem. . Finally, the Brazilian Judiciary Power addresses one of the institutional powers capable of making a difference when it comes to thinking about the legal nature of drinking water, through the judging of its highest body, the Federal Supreme Court. In the end it is concluded that, although not being a proactive body, since its action is only based on provocation, the Federal Supreme Court has been positioning itself, mainly in the sense that water is a right that must be observed. and guaranteed to all. Finally, it criticizes the performance of the other powers of the State, which are capable of positively interfering in the national scenario through laws - Legislative Power - and public policies - Executive Power - which, due to their carelessness or, perhaps, comfort remain silent about the It is believed that raising drinking water to the right level would, in the first instance, undermine the economy, which undoubtedly considers it a commodity, negotiable and priceless and, in a second moment, open to interference from foreign states regarding its use and management.Universidade Catolica de PelotasCentro de Ciencias Sociais e TecnologicasBrasilUCPelPrograma de Pos-Graduacao em Politica SocialRIBEIRO, Cristine Jaqueshttp://lattes.cnpq.br/8521859077411257NUNES, ThiagoROCHA, Eduardohttp://lattes.cnpq.br/6927803856702261MOURA, Marcelohttp://lattes.cnpq.br/1713248147163613ISAACSSON, Gisela Brum2020-08-05T19:31:36Z2019-12-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfISAACSSON, Gisela Brum. Água potável e seu acesso direito ou mercadoria?: Uma análise dos julgados do Supremo Tribunal Federal Brasileiro. 2019. 168 f. Tese( Programa de Pos-Graduacao em Politica Social) - Universidade Catolica de Pelotas, Pelotas.http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/833porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UCpelinstname:Universidade Católica de Pelotas (UCPEL)instacron:UCPEL2020-09-29T21:40:08Zoai:tede.ucpel.edu.br:jspui/833Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www2.ufpel.edu.br/tede/http://tede.ucpel.edu.br:8080/oai/requestbiblioteca@ucpel.edu.br||cristiane.chim@ucpel.tche.bropendoar:2020-09-29T21:40:08Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UCpel - Universidade Católica de Pelotas (UCPEL)false
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