Clivagens discursivas e práticas de subjetivação do aluno indígena Xavante das escolas de Barra do Garças - MT
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEG |
Texto Completo: | http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1554 |
Resumo: | Esta dissertação objetiva analisar discursivamente como se representam e se praticam os silenciamentos da cultura indígena nos processos de subjetivação. Para tanto, selecionamos fragmentos enunciativos de um encontro on-line de formação de professores “I Encontro do curso- Saberes Indígenas: Formação Continuada – “O ensino de Língua Portuguesa e a relação docente e discentes indígenas nas escolas públicas de Barra do Garças” e uma entrevista com o professor indígena Cristóvão Tsereroodi Tsoropre1, além de dados dos documentos curriculares que regem a educação indígena como a BNCC e os Documento de Referência Curricular de Mato Grosso. Buscamos, portanto, observar como as condições de enunciabilidade clivam as práticas de subjetivação do aluno indígena que está inserido em um contexto em que predominam outras culturas e outras línguas, especialmente a língua portuguesa/brasileira. Trata-se de uma pesquisa cuja metodologia é documental, de cunho qualitativo, baseada nos preceitos teóricos da Análise do Discurso, especialmente a foucaultiana. Como resultados, constatamos que a narrativa do professor Cristóvão ilustra os desafios enfrentados por aqueles alunos indígenas que buscam adentrar o sistema educacional dominante, em que a língua se apresenta como uma barreira intransponível. Foi possível identificar nos relatos do professor Cristóvão que há uma valorização inconsciente da cultura não indígena e um esquivamento da própria cultura Xavante, pois eles tiveram acesso à leitura e escrita por meio dos salesianos, não indígenas e tiveram uma sociointeração que também não foi ensinada pela própria cultura Xavante. Assim, Cristóvão afirma em fragmentos discursivos que a cultura do não indígena o ensinou a ser crítico, o que acaba apagando da sua própria cultura o processo de valorização, e isso decorre por conta do sistema neoliberalista/capitalista que obriga o indígena a migrar e precisar buscar em outra cultura algo que o ajude a escapar do silenciamento. No entanto, sua própria trajetória resplandece como um testemunho de resiliência e superação, demonstrando que, mesmo diante de dificuldades geográficas, culturais e linguísticas, é possível caminhar para um lugar de resistência e transformação. Durante nossa pesquisa para construção deste trabalho, tivemos dificuldade em encontrar um quantitativo de alunos indígenas nas escolas urbanas de Barra do Garças, pois, de acordo com informações levantadas por meio da Secretaria Estadual em Barra do Garças e da Secretaria Municipal de Barra do Garças, os alunos indígenas não eram diferenciados no sistema, sendo quantificados junto com os alunos não indígenas e isso foi de encontro aos documentos da BNCC e DRC-MT que fazem referência aos alunos indígenas somente da rede escolar rural, de aldeia, desconsiderando que na escola de rede urbana, para que haja equidade, esse aluno indígena deve receber atenção específica em questão de formação de professores e da existência de intérpretes que possam auxiliar os alunos em fase de aquisição, da língua portuguesa. |
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Clivagens discursivas e práticas de subjetivação do aluno indígena Xavante das escolas de Barra do Garças - MTDiscursoAlunos indígenasPráticas pedagógicasLínguasDiscourseIndigenous studentsPedagogical practicesLanguagesLETRAS::LINGUA PORTUGUESAEsta dissertação objetiva analisar discursivamente como se representam e se praticam os silenciamentos da cultura indígena nos processos de subjetivação. Para tanto, selecionamos fragmentos enunciativos de um encontro on-line de formação de professores “I Encontro do curso- Saberes Indígenas: Formação Continuada – “O ensino de Língua Portuguesa e a relação docente e discentes indígenas nas escolas públicas de Barra do Garças” e uma entrevista com o professor indígena Cristóvão Tsereroodi Tsoropre1, além de dados dos documentos curriculares que regem a educação indígena como a BNCC e os Documento de Referência Curricular de Mato Grosso. Buscamos, portanto, observar como as condições de enunciabilidade clivam as práticas de subjetivação do aluno indígena que está inserido em um contexto em que predominam outras culturas e outras línguas, especialmente a língua portuguesa/brasileira. Trata-se de uma pesquisa cuja metodologia é documental, de cunho qualitativo, baseada nos preceitos teóricos da Análise do Discurso, especialmente a foucaultiana. Como resultados, constatamos que a narrativa do professor Cristóvão ilustra os desafios enfrentados por aqueles alunos indígenas que buscam adentrar o sistema educacional dominante, em que a língua se apresenta como uma barreira intransponível. Foi possível identificar nos relatos do professor Cristóvão que há uma valorização inconsciente da cultura não indígena e um esquivamento da própria cultura Xavante, pois eles tiveram acesso à leitura e escrita por meio dos salesianos, não indígenas e tiveram uma sociointeração que também não foi ensinada pela própria cultura Xavante. Assim, Cristóvão afirma em fragmentos discursivos que a cultura do não indígena o ensinou a ser crítico, o que acaba apagando da sua própria cultura o processo de valorização, e isso decorre por conta do sistema neoliberalista/capitalista que obriga o indígena a migrar e precisar buscar em outra cultura algo que o ajude a escapar do silenciamento. No entanto, sua própria trajetória resplandece como um testemunho de resiliência e superação, demonstrando que, mesmo diante de dificuldades geográficas, culturais e linguísticas, é possível caminhar para um lugar de resistência e transformação. Durante nossa pesquisa para construção deste trabalho, tivemos dificuldade em encontrar um quantitativo de alunos indígenas nas escolas urbanas de Barra do Garças, pois, de acordo com informações levantadas por meio da Secretaria Estadual em Barra do Garças e da Secretaria Municipal de Barra do Garças, os alunos indígenas não eram diferenciados no sistema, sendo quantificados junto com os alunos não indígenas e isso foi de encontro aos documentos da BNCC e DRC-MT que fazem referência aos alunos indígenas somente da rede escolar rural, de aldeia, desconsiderando que na escola de rede urbana, para que haja equidade, esse aluno indígena deve receber atenção específica em questão de formação de professores e da existência de intérpretes que possam auxiliar os alunos em fase de aquisição, da língua portuguesa.This dissertation aims to discursively analyze how silencing of indigenous culture is represented and practiced in processes of subjectivation. To this end, we selected enunciative fragments from an online teacher training meeting "I Meeting of the course- Indigenous Knowledge: Continuing Education - "Teaching Portuguese Language and the teacher-student relationship in indigenous public schools in Barra do Garças" and an interview with indigenous teacher Cristóvão Tsereroodi Tsoropre, in addition to data from curricular documents governing indigenous education such as BNCC and the Curricular Reference Document of Mato Grosso. We sought, therefore, to observe how conditions of enunciability cleave the subjectivation practices of the indigenous student who is immersed in a context where other cultures and languages, especially Portuguese/Brazilian, prevail. This is a documentary research with a qualitative approach, based on the theoretical principles of Discourse Analysis, especially Foucauldian. As results, we found that the narrative of teacher Cristóvão illustrates the challenges faced by those indigenous students who seek to enter the dominant educational system, where language presents itself as an insurmountable barrier. It was possible to identify in Cristóvão's accounts an unconscious valorization of non-indigenous culture and an avoidance of Xavante culture itself, as they gained access to reading and writing through the Salesians, non-indigenous individuals, and had a socio-interaction that was not taught by Xavante culture. Thus, Cristóvão asserts in discursive fragments that the non-indigenous culture taught him to be critical, which ends up erasing from his own culture the process of valorization, and this is due to the neoliberal/capitalist system that forces indigenous people to migrate and need to seek something in another culture to help them escape silence. However, his own trajectory shines as a testimony of resilience and overcoming, demonstrating that, even in the face of geographic, cultural, and linguistic difficulties, it is possible to move towards a place of resistance and transformation. During our research for the construction of this work, we encountered difficulty in finding a quantitative number of indigenous students in urban schools in Barra do Garças because according to information gathered through the State Secretariat in Barra do Garças and the Municipal Secretariat of Barra do Garças, indigenous students were not differentiated in the system, being quantified together with non-indigenous students, which was contrary to the documents of BNCC and DRC-MT that refer to indigenous students only in the rural school network, disregarding that in the urban school network, for there to be equity, these indigenous students should receive specific attention in terms of teacher training and the existence of interpreters who can assist students in acquiring Portuguese language.Fundação de Apoio à pesquisa do Estado de Goiás - FAPEGUniversidade Estadual de GoiásUEG ::Coordenação de Mestrado em Língua, Literatura e InterculturalidadeBrasilUEGPrograma de Pós-Graduação Strito sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI)Luterman, Luana Alveshttps://orcid.org/0000-0001-6491-4045http://lattes.cnpq.br/5424036056231106Luterman, Luana Alveshttps://orcid.org/0000-0001-6491-4045http://lattes.cnpq.br/5424036056231106Sousa Filho, Sinval Martins dehttps://orcid.org/0000-0003-2205-5865Sinval Martins de Sousa FilhoCosta, Alexandre Ferreira dahttp://lattes.cnpq.br/4184486812934402Valim, Skarllethy Orhana da Silva2024-08-01T12:15:46Z2024-04-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfVALIM, Skarllethy. Clivagens discursivas e práticas de subjetivação do aluno indígena Xavante das escolas de Barra do Garças - MT. 2024. 94 f. Dissertação (Mestrado em Língua, Literatura e Interculturalidade) – Câmpus Cora Coralina, Universidade Estadual de Goiás, Goiás, GO, 2024.http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1554porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEGinstname:Universidade Estadual de Goiás (UEG)instacron:UEG2024-08-01T12:15:46Zoai:tede2:tede/1554Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://www.bdtd.ueg.br/PUBhttps://www.bdtd.ueg.br/oai/requestbibliotecaunucet@ueg.br||opendoar:2024-08-01T12:15:46Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEG - Universidade Estadual de Goiás (UEG)false |
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