Capacidade para o trabalho e risco para doenças cardiovasculares em trabalhadores da prefeitura de um campus universitário público

• Autor(a) principal: Aline Loiola Moura
• Data de Publicação: 2013
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL
• Texto Completo: http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000182388

Teve-se como objetivo analisar a capacidade para o trabalho e risco para doenças cardiovasculares em trabalhadores da prefeitura de um campus universitário público. Estudo epidemiológico, transversal de abordagem quantitativa. A população foi constituída por 226 prontuários de trabalhadores que atuavam na prefeitura de um campus universitário público, arquivados no Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. Para coleta das informações utilizou-se um instrumento composto por dados referentes ao trabalhador, como idade, função exercida, resultados dos exames laboratoriais realizados em 2010, diagnósticos clínicos, condutas medicas e encaminhamentos para especialidades. Para identificação do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares foi calculado o Escore de Risco Framingham (ERF). Após a avaliação do risco cardiovascular os dados foram relacionados com o índice de capacidade para o trabalho (ICT) que foi identificado em estudo realizado em 2010 com os servidores que constituíram a população desta pesquisa. As informações foram analisadas com estatística analítica univariada e bivariada, com aplicação de teste Qui-Quadrado (p<0,05). Observou-se que 85,0% dos trabalhadores possuíam mais de 40 anos de idade, 87,4% exerciam função de auxiliar operacional, 9,1% atuavam em cargos de técnico administrativo, e 3,5% ocupavam cargos de nível superior. Quanto aos resultados dos exames laboratoriais, 40,7% apresentaram níveis de Colesterol Total de limítrofe a alto; 31,0% possuíam níveis de LDL-c limítrofe a muito alto; 88,1% apresentaram níveis de Colesterol HDL abaixo do recomendável; 7,1% eram diabéticos; 28,3% hipertensos e 7,8% tabagista. Quanto à capacidade para o trabalho 42,5% apresentaram-na inadequada. Identificou-se que 31,9% dos trabalhadores apresentaram o ERF entre médio e alto sendo 20,8% médio e 11,1% alto risco para desenvolvimento de doenças cardiovasculares em 10 anos. Houve forte associação entre ERF, hipertensão arterial, idade e sexo. Não foi observada relação estatisticamente significativa entre os que apresentaram capacidade para o trabalho inadequada com os que apresentaram risco cardiovascular médio e alto. No entanto foram observadas relações significativas entre idade e ICT; idade e ERF; sexo e ICT; sexo e ERF. Os resultados demonstraram a necessidade de programar ações por meio de uma equipe multidisciplinar na adoção de programas que visem à promoção, prevenção e recuperação da saúde desses trabalhadores, com o objetivo de reduzir os riscos para doenças e manutenção da boa capacidade laboral dos mesmos.