Cuidado materno ao lactente e seguimento da díade mãe-filho no serviço de saúde : análise em uma coorte de nascimentos

• Autor(a) principal: Flávia Françoso Genovesi
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL
• Texto Completo: http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000209760

Objetivo: analisar o cuidado materno ao lactente após o nascimento e a assistência materno-infantil prestada nos serviços de saúde do pré-natal ao período puerperal. Método: Recorte do estudo de coorte prospectivo “Fatores de risco para morbimortalidade materna e infantil: da gestação ao primeiro ano pós-parto”, Londrina, Paraná, realizado no período de julho de 2013 a fevereiro de 2015. A coleta dos dados ocorreu em quatro etapas em formulário estruturado com questões abertas e fechadas: 1ª. coleta na maternidade pós-parto em prontuários, Cartão da Gestante e entrevista; 2ª. acompanhamento da consulta ambulatorial no retorno puerperal imediato; 3ª. visita domiciliar 42 dias pós-parto; 4ª. visita domiciliar um ano pós-parto. O presente estudo contemplou as três primeiras etapas considerando o n 357. Os dados foram processados e analisados no Statistical Package for the Social Sciences® utilizando-se análises descritivas e p<0,05, Teste Q-quadradro, cálculo de medidas de tendência central e dispersão utilizando o valor de adequação (&#8805;70%). Resultados: ao analisar a paridade observou-se significância estatística para faixa etária (p<0,0001), escolaridade (p<0,0001), situação conjugal (p=0,039). O parto vaginal e condição de nascimento adequada foram predominantes para ambos os grupos. O aleitamento materno exclusivo ocorreu para a maioria (p=0,071), contudo, aos 42 dias mais da metade abandonou, pouco mais entre primíparas (57,3%). Entre elas, tiveram mais problemas para amamentar tanto na maternidade (p=0,001) como após alta (p=0,007) se comparadas às multíparas. As dificuldades para cuidar do recém-nascido foram maiores entre primíparas (79,7%) que multíparas (65,6%). O banho de picão para icterícia (46,4%), leite materno para conjuntivite (52,6%) e coleito (38,8%) foram mais frequentes entre multíparas. O uso de substâncias não recomendadas no coto umbilical (37,5%) e chá para o alívio da cólica (49%) indicados pelos familiares (82,6%) entre as primíparas. A análise da assistência materno-infantil no serviço de saúde demostrou 33,3% de adequação das variáveis do domínio 1 (pré-natal), 50% no domínio 2 (maternidade), apenas 12,5% no domínio 3 (retorno puerperal imediato) e 58,3% no domínio 4 (retorno puerperal tardio). A menor média de adequação foi observada no domínio 3 (39,37) e a maior no domínio 4 (74,82), medianas 50,00 e 76,90, respectivamente. O desvio padrão apresentou-se maior também no domínio 3 (25,18) e o coeficiente de variância foi alto nos domínios 1 e 3. Conclusão: houve diferenças e semelhanças no cuidado prestado entre primíparas e multíparas. No seguimento materno-infantil índices próximos ao adequado, no atendimento na maternidade e superior, para o retorno puerperal tardio, entretanto, pré-natal e retorno puerperal imediato se mostraram aquém do ideal. É necessário superar os desafios e lacunas da assistência em todo o ciclo gravídico-puerperal nos serviços de saúde do município para avançar para um cuidado materno-infantil integral.