Como eu cheguei até aqui : os relatos de si no monólogo polifônico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marina Stuchi
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL
Texto Completo: http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000231761
Resumo: A escrita deste trabalho se configura como um entrelaçamento de pesquisa acadêmica, relato pessoal e criação artística e assim acredito me aproximar do meu objeto de pesquisa, me entender como sujeito e refletir como artista. Opto pelo uso da primeira pessoa já aqui nesse momento buscando a aproximação dessas três Marinas – a pesquisadora, a mulher e a atriz – que irão se apresentar e resumir o processo de uma pesquisa acadêmica cujo objetivo principal é defender a constituição de uma nova forma dramática que possui a potencialidade de abrigar as escritas de si no teatro contemporâneo, a qual denomino monólogo polifônico. Na cena 1, a Marina acadêmica problematiza os conceitos de monólogo, aparte e solilóquio com o intuito de mostrar seus diferentes usos na dramaturgia ocidental, assim como situa historicamente a substituição da intersubjetividade pela intrasubjetividade em textos teatrais do final do século XIX. Fiz esse percurso com dois objetivos principais: 1) situar historicamente a crescente atenção da dramaturgia para aspectos condizentes à subjetividade; 2) acompanhar as transformações do monólogo, que de elemento do drama passa a forma dramática na modernidade. Acredito que o monólogo ao se descolar da forma do drama já nasce livre de regras de composição e se configura no teatro contemporâneo como uma forma híbrida, aberta e diversificada. Na cena 2, a Marina mulher se descobre como pesquisadora e objeto de pesquisa ao mesmo tempo ao teorizar sobre as escritas de si no teatro e investigar a relação entre o falar de si no monólogo polifônico, no qual o ator passa a ser o dramaturgo de sua própria obra, e a performance. Ainda nessa mesma cena, apresento as obras que compõem o corpus da tese – Ficção (2012) da Cia. Hiato; BR-Trans (2013) de Silvero Pereira; Conversas com meu pai (2014) de Alexandre Dal Farra a partir de experimentações de Janaina Leite; Helena vadia (2016) de Pamella Villanova; O Evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu (2016) dramaturgia de Jo Clifford encenada por Renata Carvalho no Brasil; Grazi Ellas (2017) dramaturgia de Aguinaldo Souza e Rafael Avansini a partir de material de Mel Campus; O Arquipélago (2019) de Pablito Kucarz; e Mulher, como você se chama? (2019) de Janaina Matter – e problematizo como o íntimo tem a potência de se constituir como político, instaurando novas formas de discussão e reflexão. Para tanto, dialogo com a(s) teoria(s) feminista(s) com o intuito de refletir acerca do silenciamento das minorias, levando a uma das questões centrais da pesquisa: sobre o que e quem fala nos monólogos que partem dos relatos pessoais dos atores/atrizes na dramaturgia contemporânea brasileira. Na cena 3, a Marina artista reflete como se configuram formalmente as escritas de si no monólogo polifônico ao destacar como elementos constituintes das obras pelo menos cinco aspectos fundamentais: a presença de elementos autobiográficos do artista, a implosão do conceito de personagem dramática, a inserção da alteridade via polifonia, o intertexto na composição dramatúrgica organizado pelo autor rapsodo e o metateatro e sua relação com a autoficção.
id UEL_da917ed7a5056376f6aaed14f69bd439
oai_identifier_str oai:uel.br:vtls000231761
network_acronym_str UEL
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL
repository_id_str
spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisComo eu cheguei até aqui : os relatos de si no monólogo polifônicoHow I arrived until here : the self-reports in the polyphonic monologue2020-03-27Sonia Aparecida Vido Pascolati . Eurídice Figueiredo Ricardo Augusto de Lima Marta Dantas da Silva Suely LeiteMarina StuchiUniversidade Estadual de Londrina. Centro de Letras e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Letras.URLBRA escrita deste trabalho se configura como um entrelaçamento de pesquisa acadêmica, relato pessoal e criação artística e assim acredito me aproximar do meu objeto de pesquisa, me entender como sujeito e refletir como artista. Opto pelo uso da primeira pessoa já aqui nesse momento buscando a aproximação dessas três Marinas – a pesquisadora, a mulher e a atriz – que irão se apresentar e resumir o processo de uma pesquisa acadêmica cujo objetivo principal é defender a constituição de uma nova forma dramática que possui a potencialidade de abrigar as escritas de si no teatro contemporâneo, a qual denomino monólogo polifônico. Na cena 1, a Marina acadêmica problematiza os conceitos de monólogo, aparte e solilóquio com o intuito de mostrar seus diferentes usos na dramaturgia ocidental, assim como situa historicamente a substituição da intersubjetividade pela intrasubjetividade em textos teatrais do final do século XIX. Fiz esse percurso com dois objetivos principais: 1) situar historicamente a crescente atenção da dramaturgia para aspectos condizentes à subjetividade; 2) acompanhar as transformações do monólogo, que de elemento do drama passa a forma dramática na modernidade. Acredito que o monólogo ao se descolar da forma do drama já nasce livre de regras de composição e se configura no teatro contemporâneo como uma forma híbrida, aberta e diversificada. Na cena 2, a Marina mulher se descobre como pesquisadora e objeto de pesquisa ao mesmo tempo ao teorizar sobre as escritas de si no teatro e investigar a relação entre o falar de si no monólogo polifônico, no qual o ator passa a ser o dramaturgo de sua própria obra, e a performance. Ainda nessa mesma cena, apresento as obras que compõem o corpus da tese – Ficção (2012) da Cia. Hiato; BR-Trans (2013) de Silvero Pereira; Conversas com meu pai (2014) de Alexandre Dal Farra a partir de experimentações de Janaina Leite; Helena vadia (2016) de Pamella Villanova; O Evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu (2016) dramaturgia de Jo Clifford encenada por Renata Carvalho no Brasil; Grazi Ellas (2017) dramaturgia de Aguinaldo Souza e Rafael Avansini a partir de material de Mel Campus; O Arquipélago (2019) de Pablito Kucarz; e Mulher, como você se chama? (2019) de Janaina Matter – e problematizo como o íntimo tem a potência de se constituir como político, instaurando novas formas de discussão e reflexão. Para tanto, dialogo com a(s) teoria(s) feminista(s) com o intuito de refletir acerca do silenciamento das minorias, levando a uma das questões centrais da pesquisa: sobre o que e quem fala nos monólogos que partem dos relatos pessoais dos atores/atrizes na dramaturgia contemporânea brasileira. Na cena 3, a Marina artista reflete como se configuram formalmente as escritas de si no monólogo polifônico ao destacar como elementos constituintes das obras pelo menos cinco aspectos fundamentais: a presença de elementos autobiográficos do artista, a implosão do conceito de personagem dramática, a inserção da alteridade via polifonia, o intertexto na composição dramatúrgica organizado pelo autor rapsodo e o metateatro e sua relação com a autoficção.The writing of this thesis is configured as an intertwining of academic research, personal reporting and artwork creation. Thus, I believe I get closer to my research object, understand myself as a subject and reflect as an artist. I choose using the first person in order to looking for the approach of these three Marinas - the researcher, the woman and the actress - who will present themselves and summarize the process of an academic research. Here, the main aim is to defend the creation of a new dramatic model which has the potential to accommodate a self writing in the contemporary theater, which I call polyphonic monologue. In the first scene, the academic Marina debates the concepts of monologue, aside and soliloquy in order to show their different uses in Western dramaturgy, as well as historically situates the substitution of intersubjectivity by intrasubjectivity in theatrical texts of the late 19th century. I followed this path with two main goals: 1) historically situating the growing attention of dramaturgy to aspects consistent with subjectivity; 2) following the transformations of the monologue, which changes from an element of drama to a new model of drama. I believe that when the monologue is detached from the form of drama, it is free from rules of composition. Moreover, it is configured in contemporary theater as a hybrid, open and diversified form. In the second scene, the woman Marina found herself as a researcher and research object in the same time by creating theories concerning the writing about oneself and investigating the relation between the act of talking about oneself in a polyphonic monologue, in which the actor is the playwright of his own work, and the performance. Still in this scene, I show the artworks that comprise of the corpus of this thesis – Ficção (2012) da Cia. Hiato; BR-Trans (2013) de Silvero Pereira; Conversas com meu pai (2014) de Alexandre Dal Farra a partir de experimentações de Janaina Leite; Helena vadia (2016) de Pamella Villanova; O Evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu (2016) dramaturgia de Jo Clifford encenada por Renata Carvalho no Brasil; Grazi Ellas (2017) dramaturgia de Aguinaldo Souza e Rafael Avansini a partir de material de Mel Campus; O Arquipélago (2019) de Pablito Kucarz; e Mulher, como você se chama? (2019) de Janaina Matter – Furthermore, I discuss how the intimate has the power to constitute itself as a politician, establishing new forms of discussion and reflection. For such, I dialogue with the feminist theory in order to think concerning the silence of minorities, which take us to a central question investigated in this research: what and who speaks in monologues derived from personal reports of actors/actresses in contemporary Brazilian dramaturgy. Finally, in the third scene, Marina artist reflects about herself writings in the polyphonic monologue. She highlights five fundamental aspects as part of the artworks: the presence of autobiographical elements from the artist, the implosion of the concept of dramatic character, the insertion of otherness via polyphony, the intertext in the dramaturgical composition organized by the author rapsodo and the metatheatre and its relationship with autofiction.http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000231761porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-12-11T09:32:39Zoai:uel.br:vtls000231761Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2021-06-30T12:21:10Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false
dc.title.pt.fl_str_mv Como eu cheguei até aqui : os relatos de si no monólogo polifônico
dc.title.alternative.en.fl_str_mv How I arrived until here : the self-reports in the polyphonic monologue
title Como eu cheguei até aqui : os relatos de si no monólogo polifônico
spellingShingle Como eu cheguei até aqui : os relatos de si no monólogo polifônico
Marina Stuchi
title_short Como eu cheguei até aqui : os relatos de si no monólogo polifônico
title_full Como eu cheguei até aqui : os relatos de si no monólogo polifônico
title_fullStr Como eu cheguei até aqui : os relatos de si no monólogo polifônico
title_full_unstemmed Como eu cheguei até aqui : os relatos de si no monólogo polifônico
title_sort Como eu cheguei até aqui : os relatos de si no monólogo polifônico
author Marina Stuchi
author_facet Marina Stuchi
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Sonia Aparecida Vido Pascolati .
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Eurídice Figueiredo
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Ricardo Augusto de Lima
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Marta Dantas da Silva
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Suely Leite
dc.contributor.author.fl_str_mv Marina Stuchi
contributor_str_mv Sonia Aparecida Vido Pascolati .
Eurídice Figueiredo
Ricardo Augusto de Lima
Marta Dantas da Silva
Suely Leite
description A escrita deste trabalho se configura como um entrelaçamento de pesquisa acadêmica, relato pessoal e criação artística e assim acredito me aproximar do meu objeto de pesquisa, me entender como sujeito e refletir como artista. Opto pelo uso da primeira pessoa já aqui nesse momento buscando a aproximação dessas três Marinas – a pesquisadora, a mulher e a atriz – que irão se apresentar e resumir o processo de uma pesquisa acadêmica cujo objetivo principal é defender a constituição de uma nova forma dramática que possui a potencialidade de abrigar as escritas de si no teatro contemporâneo, a qual denomino monólogo polifônico. Na cena 1, a Marina acadêmica problematiza os conceitos de monólogo, aparte e solilóquio com o intuito de mostrar seus diferentes usos na dramaturgia ocidental, assim como situa historicamente a substituição da intersubjetividade pela intrasubjetividade em textos teatrais do final do século XIX. Fiz esse percurso com dois objetivos principais: 1) situar historicamente a crescente atenção da dramaturgia para aspectos condizentes à subjetividade; 2) acompanhar as transformações do monólogo, que de elemento do drama passa a forma dramática na modernidade. Acredito que o monólogo ao se descolar da forma do drama já nasce livre de regras de composição e se configura no teatro contemporâneo como uma forma híbrida, aberta e diversificada. Na cena 2, a Marina mulher se descobre como pesquisadora e objeto de pesquisa ao mesmo tempo ao teorizar sobre as escritas de si no teatro e investigar a relação entre o falar de si no monólogo polifônico, no qual o ator passa a ser o dramaturgo de sua própria obra, e a performance. Ainda nessa mesma cena, apresento as obras que compõem o corpus da tese – Ficção (2012) da Cia. Hiato; BR-Trans (2013) de Silvero Pereira; Conversas com meu pai (2014) de Alexandre Dal Farra a partir de experimentações de Janaina Leite; Helena vadia (2016) de Pamella Villanova; O Evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu (2016) dramaturgia de Jo Clifford encenada por Renata Carvalho no Brasil; Grazi Ellas (2017) dramaturgia de Aguinaldo Souza e Rafael Avansini a partir de material de Mel Campus; O Arquipélago (2019) de Pablito Kucarz; e Mulher, como você se chama? (2019) de Janaina Matter – e problematizo como o íntimo tem a potência de se constituir como político, instaurando novas formas de discussão e reflexão. Para tanto, dialogo com a(s) teoria(s) feminista(s) com o intuito de refletir acerca do silenciamento das minorias, levando a uma das questões centrais da pesquisa: sobre o que e quem fala nos monólogos que partem dos relatos pessoais dos atores/atrizes na dramaturgia contemporânea brasileira. Na cena 3, a Marina artista reflete como se configuram formalmente as escritas de si no monólogo polifônico ao destacar como elementos constituintes das obras pelo menos cinco aspectos fundamentais: a presença de elementos autobiográficos do artista, a implosão do conceito de personagem dramática, a inserção da alteridade via polifonia, o intertexto na composição dramatúrgica organizado pelo autor rapsodo e o metateatro e sua relação com a autoficção.
publishDate 2020
dc.date.issued.fl_str_mv 2020-03-27
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000231761
url http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000231761
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual de Londrina. Centro de Letras e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Letras.
dc.publisher.initials.fl_str_mv URL
dc.publisher.country.fl_str_mv BR
publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual de Londrina. Centro de Letras e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Letras.
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL
instname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)
instacron:UEL
instname_str Universidade Estadual de Londrina (UEL)
instacron_str UEL
institution UEL
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)
repository.mail.fl_str_mv bcuel@uel.br||
_version_ 1784990195206062080