A escrita do corpo na poética de Alice Ruiz

• Autor(a) principal: Rocha, Tainah Palmeira
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB
• Texto Completo: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/4382
• topic: Lírica feminina contemporânea; Corpo erotizado; Haicai; Metalinguagem; LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS

A presente pesquisa tem por objetivo investigar como se dá a representação do corpo feminino erotizado na poesia de Alice Ruiz a fim de perceber de que forma os signos poéticos do erótico se manifestam nos poemas e de que maneira esta relação com o corpo e o erotismo se modula no poema que se auto enuncia. Além disto, averiguaremos como estes elementos do corpo se desenvolvem no haicai, pois, acredita-se que há uma corporalidade inerente que se apresenta como um espaço de presentificação do corpo feminino. Para isto, selecionamos poemas, especificamente os que o eu poético destaca a representação do corpo, do desejo e da sexualidade feminina, das obras Dois em Um (2008) e Desorientais: haikais (2013), que trazem em seu engenho poético estas reproduções. Tomamos como base, os estudos de Virginia Woolf (2014), Lúcia Zolin (2009), Elódia Xavier (1991), para fazermos um resgate à história das mulheres na esfera da literatura, em especial a literatura de autoria feminina. Bem como nas reflexões de Giorgio Agamben (2009), Marcos Siscar (2010; 2016) para tratarmos sobre a literatura e a poesia brasileira contemporânea. Seguidamente, nos apoiamos nas argumentações de Elisabeth Grosz (2000; 2011), Georges Bataille (2013), Octavio Paz (1994), para tratarmos sobre o corpo e a linguagem erótica e nas abordagens de Haroldo de Campos (1969), Paulo Franchetti (2008), Rodolfo Guttilla (2009), para expressarmos sobre a poética japonesa. Com este estudo, constatamos que Alice Ruiz proporciona uma reflexão sobre a condição feminina e tem como base o corpo da mulher. A poeta ressignifica um corpo erotizado e insere as mulheres em uma simbologia que lhes é própria. Apesar da sutiliza a qual o corpo é apresentado, na poética da autora o encontramos como arma revolucionária, lugar de contestação. A mulher é apresentada como ser sensual, que seduz, tem poder, atitude e sabe conquistar. Ou seja, há uma reverberação de uma voz de mulher que dá vida a um corpo feminino que expressa os seus desejos, sua sexualidade, seu prazer e circunscreve este espaço do feminino em sua poesia.