O corpo envelhecido na prosa brasileira contemporânea escrita por mulheres

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fernandes, Tatiane Pereira
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB
Texto Completo: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/4386
Resumo: Esta pesquisa é atravessada por três questões, “Mulher, Corpo e Velhice”, nas análises do romance As Horas Nuas, de Lygia Fagundes Telles, e nos contos Aos sessenta e quatro, de Cíntia Moscovich, e A história da loba faminta e banguela, de Ivana Arruda Leite. Com base nos estudos da crítica literária e abordagem interdisciplinar por meio do enfoque analítico e crítico, objetivamos analisar o lugar dessas mulheres na velhice, as quais se encontram em confronto com a decrepitude de seus corpos e a velhice como potencializador dessas frustrações enquanto processo doloroso. As narrativas analisadas abrem caminhos para compreendermos como a velhice feminina está sendo tecida na literatura brasileira desde o século passado; realizamos um breve percurso que esboça como estava/está sendo ficcionalizada a figura dessas mulheres na velhice e como as suas vozes rompem com as “barreiras do silêncio”. Desse modo, percebemos que os textos literários analisados promovem uma ruptura dessa “ausência” e do “silêncio” através desse novo olhar que se debruçam as escritoras no tocante à velhice feminina a partir do final do século XX e em recentes escritos no século XXI. Na nossa investigação, identificamos nessas personagens inscrições do corpo envelhecido e observamos a partir delas como lidam e interiorizam as metamorfoses no corpo. As análises evidenciam como a velhice é duramente criticada e levam o leitor a perceber como as mulheres sofrem com as vicissitudes no seu corpo, sendo elas atingidas pelo olhar do outro, que desperta uma autocrítica nesse processo de autoconhecimento. Vimos também que o tabu da sexualidade feminina é discutido ao romper com o mito da velhice assexuada e por mobilizar o desejo e a satisfação sexual como novo significado no envelhecer. É nesse sentido que o intuito da nossa leitura está respaldado na ruptura desse olhar discriminatório e excludente na ficção brasileira diante das novas imagens da velhice, que ressignificam as referências negativas e reconstroem uma nova perspectiva de vida dessas mulheres, que fazem ecoar, a partir da sua voz, a vivência longeva. Portanto, este trabalho está dividido em três momentos que buscamos mobilizar questões teóricas sobre a velhice, o corpo e a literatura. Esse movimento realizado no primeiro capítulo foi pensado a partir das narrativas supracitadas, que abriram caminhos para discutirmos a velhice e o envelhecimento, a voz da mulher de meia-idade na ficção brasileira e o percurso do corpo feminino. Para fundamentar, recorremos aos principais teóricos, Secco (1994), Dalcastagné (2005), Zolin (2009), Xavier (2021), Beauvoir (2018), Swain (2007; 2000), Marzano-Parisoli (2004), entre outros que compõem a leitura. Fez-se necessária essa discussão para compreendermos as velhices plurais das mulheres analisadas nos últimos capítulos, destinados às narrativas.
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As narrativas analisadas abrem caminhos para compreendermos como a velhice feminina está sendo tecida na literatura brasileira desde o século passado; realizamos um breve percurso que esboça como estava/está sendo ficcionalizada a figura dessas mulheres na velhice e como as suas vozes rompem com as “barreiras do silêncio”. Desse modo, percebemos que os textos literários analisados promovem uma ruptura dessa “ausência” e do “silêncio” através desse novo olhar que se debruçam as escritoras no tocante à velhice feminina a partir do final do século XX e em recentes escritos no século XXI. Na nossa investigação, identificamos nessas personagens inscrições do corpo envelhecido e observamos a partir delas como lidam e interiorizam as metamorfoses no corpo. As análises evidenciam como a velhice é duramente criticada e levam o leitor a perceber como as mulheres sofrem com as vicissitudes no seu corpo, sendo elas atingidas pelo olhar do outro, que desperta uma autocrítica nesse processo de autoconhecimento. Vimos também que o tabu da sexualidade feminina é discutido ao romper com o mito da velhice assexuada e por mobilizar o desejo e a satisfação sexual como novo significado no envelhecer. É nesse sentido que o intuito da nossa leitura está respaldado na ruptura desse olhar discriminatório e excludente na ficção brasileira diante das novas imagens da velhice, que ressignificam as referências negativas e reconstroem uma nova perspectiva de vida dessas mulheres, que fazem ecoar, a partir da sua voz, a vivência longeva. Portanto, este trabalho está dividido em três momentos que buscamos mobilizar questões teóricas sobre a velhice, o corpo e a literatura. Esse movimento realizado no primeiro capítulo foi pensado a partir das narrativas supracitadas, que abriram caminhos para discutirmos a velhice e o envelhecimento, a voz da mulher de meia-idade na ficção brasileira e o percurso do corpo feminino. Para fundamentar, recorremos aos principais teóricos, Secco (1994), Dalcastagné (2005), Zolin (2009), Xavier (2021), Beauvoir (2018), Swain (2007; 2000), Marzano-Parisoli (2004), entre outros que compõem a leitura. Fez-se necessária essa discussão para compreendermos as velhices plurais das mulheres analisadas nos últimos capítulos, destinados às narrativas.Esta investigación es traspasada por tres cuestiones, “Mujer, Cuerpo y Vejez”, en los análisis de la novela As Horas Nuas, de Lygia Fagundes Telles, y los cuentos Aos sessenta e quatro, de Cíntia Moscovich, y A história da loba faminta e banguela, de Ivana Arruda Leite. A partir de los estudios de la crítica literaria y de un abordaje interdisciplinar con enfoque analítico y crítico, se analiza el lugar de la mujer en la vejez, las cuales se encuentra en confronto con la decrepitud de su cuerpo y la vejez como potencialidad de este proceso de frustraciones y dolores. Las narrativas analizadas nos abren caminos para comprender cómo la vejez femenina se teje/presenta en la literatura brasileña desde el siglo pasado; realizamos un breve recorrido que esboza cómo se ficcionalizaba/se ficcionaliza la imagen de estas mujeres en la vejez y cómo sus voces rompen las “barreras del silencio”. De esta forma, percibimos que los textos literarios analizados promueven una ruptura de esta “ausencia” y del “silencio” a través de esta nueva mirada, propuesta por las escritoras elegidas, sobre la vejez femenina a partir de las narrativas escritas en los años finales del siglo XX y de las recientes escrituras del siglo XXI. En nuestra investigación, identificamos en estos personajes inscripciones de un cuerpo viejo y miramos, a partir de ellos, como se relacionan y interiorizan las metamorfosis del cuerpo. Los análisis evidencian como la vejez es duramente criticada y llevan el lector a percibir como las mujeres sufren con las vicisitudes en sus cuerpos, siendo ellas captadas por el mirar del otro, que despierta una autocritica en este proceso de autoconocimiento. Observamos también que el tabú de la sexualidad femenina es debatido al romper con el mito de la vejez asexuada y por movilizar el deseo y la satisfacción sexual como nuevo significado en el envejecer. En efecto, la finalidad de nuestra lectura está sustentada en la ruptura de esta mirada discriminatoria y excluyente en la ficción brasileña frente a nuevas imágenes de la vejez, que resignifican referencias negativas y reconstruyen una nueva perspectiva de la vida de estas mujeres, resonando con sus voces la experiencia duradera. Por tanto, este trabajo se divide en tres momentos en los que buscamos movilizar cuestiones teóricas sobre la vejez, el cuerpo y la literatura. Este movimiento realizado en el primer capítulo fue pensado a partir de las narrativas mencionadas, que nos abrieron caminos para discutir la vejez y el envejecimiento, la voz de la mujer de edad mediana en la ficción brasileña y el recorrido sobre el cuerpo femenino. Para apoyar esto, recurrimos a los principales teóricos, Secco (1994), Dalcastagné (2005), Zolin (2009), Xavier (2021), Beauvoir (2018), Swain (2007; 2000), Marzano-Parisoli (2004), entre otros que componen la lectura. Esta discusión fue necesaria para comprender la plural vejez de las mujeres analizadas en los últimos capítulos, destinados a las narraciones.Universidade Estadual da ParaíbaPró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGPBrasilUEPBPrograma de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLIJustino, Luciano BarbosaJustino, Luciano BarbosaSilva, Rosangela Neres Araújo daSouza, Aldinida Medeiros deFernandes, Tatiane Pereira2022-06-25T00:14:38Z2022-04-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfFERNANDES, T. P. O corpo envelhecido na prosa brasileira contemporânea escrita por mulheres. 2022. 123 f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI).- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2022.http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/4386porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPBinstname:Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)instacron:UEPB2022-06-25T00:14:38Zoai:tede.bc.uepb.edu.br:tede/4386Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/PUBhttp://tede.bc.uepb.edu.br/oai/requestbc@uepb.edu.br||opendoar:2022-06-25T00:14:38Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)false
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