Caracterização físico-química e fitoquímica das raízes, composição química e nutricional dos frutos de Cereus jamacaru D. C. (CACTACEAE)

• Autor(a) principal: Soares, Layla Maria Neves
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB
• Texto Completo: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/4276
• topic: Plantas medicinais; Fenólicos totais; Atividade antioxidante; Fitoquímica; Total phenolics; Medicinal plants; CIENCIAS DA SAUDE::FARMACIA

Devido à diversidade química estrutural de compostos bioativos obtidos de plantas, pesquisas são realizadas para uma melhor compreensão da aplicabilidade clínica desses compostos provenientes de produtos naturais. A espécie Cereus jamacaru D.C popularmente conhecida como mandacaru, é uma planta nativa da vegetação da caatinga e suas raízes tem uso popular no tratamento para Diabetes, cálculo renal e seus frutos podem constituir uma agradável fonte de alimento, principalmente nas épocas seca sendo importantes na alimentação local, como boa fonte nutricional. Assim, o objetivo desta pesquisa foi promover a caracterização físico química das raízes e frutos, análise termogravimétrica, microscopia eletrônica de varredura (MEV-EDS), espectroscopia no infravermelho com transformada de fourier (FTIR), análise da composição centesimal, teor de fenólicos totais e atividade antioxidante, como também isolamento e a identificação dos metabólitos secundários de C. jamacaru. A espécie foi coletada no município de Esperança, Paraíba. As raízes foram secadas em estufa com circulação de ar a 40 ºC e, após a secagem, o material foi triturado e acondicionado em frasco hermeticamente fechado. Os frutos coletados foram despolpados e posteriormente congelados, até a realização das análises. Foi realizada, caracterização físico-química (perda por dessecação, teor de cinzas totais, determinação do potencial Hidrogeniônico pH). Posteriormente, foi realizada a prospecção fitoquímica através da obtenção do extrato etanólico bruto (EEB) e do fracionamento desse extrato, por partição, obtendo se as fases: hexânica, diclorometano, acetato de etila e butanólica. Também foi preparado um extrato hidroalcoólico da polpa (EHAP) e da casca (EHAC), que foi submetido ao processo de liofilização. Uma análise quantitativa foi feita para determinar os metabólitos secundários. Realizou-se também o isolamento por métodos cromatográficos: cromatografia em coluna, cromatografia em camada delgada e cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC), além de identificação putativa por espectrometria de massas utilizando como padrão duas saponinas isoladas anteriormente das hastes de C. jamacaru. Na quantificação, obteve-se o teor de fenólicos totais nos frutos, que variou de 107,31 a 5.208,80 mg equivalentes de ácido gálico, GAE, 100 g^⁻1 e comparados com estudos que avaliaram outros frutos, sendo considerados como boas fontes de tais compostos. Considerando a capacidade antioxidante total (CAT) 79 - 138,18 g, são necessários, para capturar 1 g do radical, 1,1-difenil-2-picrilhidrazílicos (DPPH). Foi possível a caracterização estrutural de três compostos identificados como Cj-1 (N trans-feruloil tiramina), Cj-2 (1 metóxi 2,5 dihidroxi benzeno) e Cj-3 pelo método de espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear de hidrogênio, e, carbono uni e bidimensionais (RMN de 1H e 13C), e identificação de seis compostos pela espectrometria de massas. Portanto, o presente trabalho contribui cientificamente no que se refere à identificação dos constituintes químicos e as propriedades nutricionais presentes nas raízes e frutos de C. jamacaru na perspectiva de apresentar a comunidade científica e a população em geral, esses resultados dessa planta considerada medicinal.