A estrutura de poder e as estratégias de controle no romance distópico Desta terra nada vai sobrar a não ser o vento que sopra sobre ela

• Autor(a) principal: Almeida, Pedro Caio Sousa
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB
• Texto Completo: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/4480
• topic: Distopia; Autoritarismo; Ditadura; Poder; Condicionamento social; LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS

O ambiente distópico de Desta terra nada vai sobrar, a não ser o vento que sopra sobre ela (2018), de Ignacio de Loyola Brandão, é permeado por uma relação despótica na relação do governo com os cidadãos, a partir da manipulação social emanada pelo poder autoritário. O problema é que o excesso de uso de poder é utilizado de forma (des)ordenado sobre um grande número de pessoas, afetando negativamente a população. Isso as leva à escravidão, à dor e tristeza, tendo a liberdade, que é próprio da disposição humana, cerceada de forma tirânica. A hipótese então, é a de que a distopia serve como uma ferramenta social de denúncia para situações que muitas vezes não estão sendo percebidas pelos sujeitos de uma sociedade. Nesse sentido, a tese é a de que a relação dos personagens, a partir do contexto da obra, denuncia situações cotidianas que calcam a liberdade, impedem o uso da razão, e consequentemente, da ação coletiva, situação que rompe a noção de vivência em sociedade, observando as situações que condicionam o comportamento dos indivíduos dentro de um ambiente degradante. A pesquisa tem como base, principalmente os trabalhos de Moylan (2016), Suvin (2015), Arendt (1989), Jouvenel (2010), Montesquieu (1973), Durkheim (2007) e outros, que a partir de dados empíricos sobre situações cotidianas desenvolvem ideias sobre a organização dos múltiplos mecanismos de controle que dilapidam a autonomia física, psicológica e mental dos indivíduos em uma sociedade desequilibrada. Portanto, o objetivo da pesquisa consiste em analisar essas relações sociais, permeada pelo desequilíbrio de poder e da manipulação entre o governo e os cidadãos a partir da visão do narrador que descreve as diversas situações.