Gestão do trabalho no paradigma da flexibilização e a crise do emprego: compreensão necessária à formação profissional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pinto, Roseni Inês Marconato
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Olhar de Professor (Online)
Texto Completo: https://revistas.uepg.br/index.php/olhardeprofessor/article/view/1384
Resumo: Atualmente, é comum o discurso sobre a cultura da qualidade. Paulatinamente, as modernas teorias gerenciais estão invadindo todos os campos de atuação profissional, trazendo formas implícitas de exigências para os trabalhadores, que acabam aderindo a propostas pedagógicas pertinentes ao paradigma da flexibilização, sem as compreender enquanto tal, são assimiladas como algo natural. Neste artigo busca-se situar a gestão do trabalho segundo o paradigma da flexibilização, abordando também a crise do emprego. Entende-se que se faz necessário ter maior compreensão dos processos hegemônicos no mundo do trabalho, para poder enfrentá-los de forma mais crítica no dia-a-dia. Processos educativos presentes no gerenciamento do trabalho precisam ser mais discutidos, pois os profissionais, enquanto trabalhadores, não podem simplesmente aderir a essas novas propostas. Isto em função de que no sentido gramsciano tem-se que no processo educativo de construção da contrahegemonia está presente a proposta de elevação cultural das massas. Para GRAMSCI (1966, p.13-14): Criar uma nova cultura não significa apenas fazer individualmente descobertas ‘originais’; significa também, e sobretudo, difundir criticamente verdades já descobertas, ‘socializá-las’ por assim dizer; transforma-las, portanto, em base de ações vitais, em elemento de coordenação e de ordem intelectual e moral. O fato de que uma multidão de homens seja conduzida a pensar coerentemente e de maneira unitária a realidade presente é um fato ‘filosófico’1 bem mais importante e ‘original’ do que a descoberta, por parte de um ‘gênio filosófico’, de uma verdade que permaneça como patrimônio de pequenos grupos intelectuais. E, aqui se destaca a importância atribuída por Gramsci aos intelectuais, ampliandolhe a noção, por entendê-los intelectuais orgânicos, vinculados à classe social, que representam. PORTELLI (1990, p.88) ressalta que a função do intelectual consiste em “... exercer a direção ideológica e política de um sistema social, homogeneizar a classe que ele representa”. Não se esquecendo que uma parcela da massa de intelectuais provém das classes auxiliares, aliadas à classe dirigente. Pode-se perceber no texto que a origem e evolução da cultura da qualidade no Japão foi impregnada de um amplo processo educativo de massa.  
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