Os alcances e limites da medicalização do risco para a psicose: a emergência de uma nova categoria?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira,Stephan Malta
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Physis (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312012000100016
Resumo: O objetivo do artigo consistiu em discutir a medicalização do risco para a psicose; especificamente, a construção de uma nova categoria diagnóstica que vem sendo realizada pela força-tarefa de elaboração do DSM-5, nomeada "síndrome de risco para a psicose" e, mais recentemente, "síndrome dos sintomas psicóticos atenuados". A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica. Foi realizado um breve relato da genealogia do risco na psiquiatria. Na parte inicial do artigo, procurou-se discutir a medicalização de uma forma mais geral, focando sobre os aspectos do controle social e das tecnologias do self, sob uma ótica foucaultiana. Posteriormente, foi dada ênfase ao processo da medicalização do risco para a psicose; em especial, à construção de uma categoria relacionada a esse risco. Dentre os alcances desse processo, destacou-se a possibilidade de se intervir precocemente na psicose e com isso retardar seu início. Ainda não está claro se a intervenção precoce pode reduzir a gravidade do quadro quando instalado ou mesmo impedir seu aparecimento. Quanto aos limites, mostrou-se o risco de se produzir uma hipermedicalização com a construção da categoria, levando ao uso indiscriminado de medicamentos neurolépticos e aos riscos relacionados a esse uso, bem como à estigmatização dos indivíduos incluídos na categoria. Foi mostrado também o problema do elevado número de indivíduos "falsos positivos", ou seja, indivíduos que serão categorizados e mais tarde não desenvolverão qualquer transtorno psicótico. Procurou-se com o trabalho estabelecer uma crítica consistente à construção da categoria nosológica em questão.
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