ENTRE A ÁFRICA E A EUROPA: DESLOCAMENTO E FRAGMENTAÇÃO IDENTITÁRIA EM A MENINA ÍCARO, DE HELEN OYEYEMI

• Autor(a) principal: Bonatti, Diego
• Data de Publicação: 2019
• Outros Autores: Silva, Denise Almeida
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Caderno Seminal Digital
• Texto Completo: https://www.e-publicacoes.uerj.br/cadernoseminal/article/view/37742
• topic: Literatura pós-colonial; Literatura inglesa; Deslocamento; Fragmentação identitária; A Menina Ícaro.

Resumo: A literatura pós-colonial, enquanto campo de estudos que investiga os problemas causados pelo imperialismo europeu, tem representado a dificuldade de localização cultural e identitária do sujeito pós-colonial. Nessa perspectiva, o objeto de análise escolhido para este trabalho é A Menina Ícaro, da escritora nigeriana-inglesa Helen Oyeyemi. A protagonista, Jessamy, é uma menina negra inglesa, filha de pai inglês e mãe nigeriana. Ela transita entre as culturas inglesa e nigeriana, sentindo-se deslocada em ambas. Assim, elegemos como objetivos deste estudo a investigação das questões de identidade cultural e deslocamento da protagonista em relação à África e à Europa, ressaltando a fragmentação identitária por ela apresentada. Para tanto, buscamos apoio teórico para o estudo de questões como identidade, deslocamento e migrância, principalmente no pensamento de Helena Callai (2004) e Stuart Hall (2005; 2003). Já sobre identidade migrante e fragmentação identitária partimos do pensamento de autores como: Pierre Ouellet (2012), e Sarah Ilott e Chloe Buckley (2016). Como resultados podemos destacar que: a) Jessamy não tem um lar fixo, já que esse espaço é preenchido tanto pela Nigéria, quanto pela Inglaterra, que têm elementos culturais presentes em sua vida; b) o trânsito entre duas culturas e a falta de vínculos identitários sólidos, leva a protagonista à crise identitária; c) como no mito grego de Ícaro, a protagonista é um sujeito em busca do encontro consigo mesma; a tentativa de harmonia com as duas identidades, entretanto, é fato impossível e indefinido no enredo, o que evidencia a complexidade da identidade do sujeito pós-colonial.