Doing and Don’t Let Living: Discursivities about death in the speech of the president of Brazil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Matraga (Online) |
Texto Completo: | https://www.e-publicacoes.uerj.br/matraga/article/view/56489 |
Resumo: | Neste trabalho, temos como objetivo refletir sobre as discursividades que atravessam o enunciado “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, proferido pelo presidente da República do Brasil, Jair Messias Bolsonaro e seus efeitos de sentido, na perspectiva dos fundamentos teórico-metodológicos da Análise de Discurso de linha francesa materialista. Para tanto utilizamos os pressupostos teóricos de Pêcheux e Orlandi. A escolha dessa temática ocorreu mediante a repercussão das declarações do presidente brasileiro acerca do avanço da pandemia, após o país ter sofrido um grande aumento no número de infectados e ter batido recorde em número de mortes, ultrapassando a China. Nesse sentido, mobilizamos o movimento parafrástico como dispositivo analítico, visando compreender o funcionamento discursivo do referido enunciado. A perspectiva pecheuxtiana tem como pressuposto relacionar a linguagem à sua exterioridade, representada, metodologicamente, pela situação e pelo sujeito, que são designadas de condições de produção. Dessa maneira, compreendemos como o enunciado selecionado, produz sentidos, por meio dos processos de significação instaurados no texto, descrevendo seu funcionamento, visto que para a AD a língua é materialidade do discurso, portanto não se pode deixar de considerar sua relação com a historicidade. A materialidade significante, aqui descrita e analisada, permite entrever que para o sujeito enunciador, a pandemia surge como um aparato de serviço da morte aos indesejados. O que nos possibilita dizer, parafraseando Foucault, é esta a política do “fazer morrer e não deixar viver”. |
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Doing and Don’t Let Living: Discursivities about death in the speech of the president of BrazilFazer morrer e não deixar viver: discursividades sobre a morte no discurso do presidente do BrasilDiscursividadesMorteParáfrasePandemia.DiscursivitiesDeathParaphrasePandemic.Neste trabalho, temos como objetivo refletir sobre as discursividades que atravessam o enunciado “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, proferido pelo presidente da República do Brasil, Jair Messias Bolsonaro e seus efeitos de sentido, na perspectiva dos fundamentos teórico-metodológicos da Análise de Discurso de linha francesa materialista. Para tanto utilizamos os pressupostos teóricos de Pêcheux e Orlandi. A escolha dessa temática ocorreu mediante a repercussão das declarações do presidente brasileiro acerca do avanço da pandemia, após o país ter sofrido um grande aumento no número de infectados e ter batido recorde em número de mortes, ultrapassando a China. Nesse sentido, mobilizamos o movimento parafrástico como dispositivo analítico, visando compreender o funcionamento discursivo do referido enunciado. A perspectiva pecheuxtiana tem como pressuposto relacionar a linguagem à sua exterioridade, representada, metodologicamente, pela situação e pelo sujeito, que são designadas de condições de produção. Dessa maneira, compreendemos como o enunciado selecionado, produz sentidos, por meio dos processos de significação instaurados no texto, descrevendo seu funcionamento, visto que para a AD a língua é materialidade do discurso, portanto não se pode deixar de considerar sua relação com a historicidade. A materialidade significante, aqui descrita e analisada, permite entrever que para o sujeito enunciador, a pandemia surge como um aparato de serviço da morte aos indesejados. O que nos possibilita dizer, parafraseando Foucault, é esta a política do “fazer morrer e não deixar viver”. This paper aims at proposing a reflection on the discursiveness running through the statement “So what? Sorry. What do you want me to do? I am the Messiah, but I do not perform miracles”, by the President of the Republic of Brazil, Jair Messias Bolsonaro, as well as its effects of meaning, under the perspective of the theoretical and methodological foundations of Discourse Analysis of French materialist line. Therefore, we based the discussion on the theoretical assumptions by Pêcheux and Orlandi. The choice for such theme occurred through the repercussion of the Brazilian president’s statements about the advance of the pandemic, after the country suffered a great increase in the number of infected people and had broken a record in number of deaths, surpassing China. In this sense, we mobilized the paraphrastic movement as an analytical device, aiming at understanding the discursive functioning of the aforementioned statement. The Pecheux perspective has the assumption of relating language to its exterior, represented, methodologically, by the situation and by the subject, which are called production conditions. Thus, it is possible to understand how the selected statement produces meanings, through the processes of signification established in the text, describing its functioning, since for Discourse Analysis, language is the materiality of the discourse, and consequently, its relationship with historicity cannot be ignored. The significant materiality, described and analyzed here, allows us to foresee that for the enunciating subject, the pandemic means an apparatus in service for the death of the unwanted, allowing us to say, to paraphrase Foucault, that this is the policy of “making people die and not letting them live”.Universidade do Estado do Rio de Janeiro2021-06-27info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionartigos de linguísticaartigos de linguísticaapplication/pdfhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/matraga/article/view/5648910.12957/matraga.2021.56489Matraga - Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da UERJ; v. 28 n. 53 (2021): Língua e linguagem em tempos de incerteza: pandemia, preconceito e política; 314-328MATRAGA - Journal published by the Graduate Program in Letters at Rio de Janeiro State University (UERJ); Vol. 28 No. 53 (2021): Language in times of uncertainty: pandemic, prejudice and politics; 314-3282446-69051414-7165reponame:Matraga (Online)instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)instacron:UERJporhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/matraga/article/view/56489/38311Ribeiro, Ana Claudia DiasBarbosa, Adelto Rodriguesinfo:eu-repo/semantics/openAccess2021-09-03T15:12:06Zoai:ojs.www.e-publicacoes.uerj.br:article/56489Revistahttps://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/matragaPUBhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/matraga/oai||letrasmatraga@uerj.br2446-69051414-7165opendoar:2021-09-03T15:12:06Matraga (Online) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)false |
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