A (re)organização do território e bem viver para os povos indígenas do Alto Rio Negro: da maloca à cidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Cirlene Batista dos
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/4842762451766770
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM
Texto Completo: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7390
Resumo: O território indígena originário tinha uma organização espacial conforme a organização política própria dos diversos povos indígenas que foi modificado a partir do contato com a sociedade ocidental. A influência do processo colonizador e civilizatório impôs a estes povos, outras culturas e princípios sociais e territoriais que os levaram a desestruturação de suas relações sociais e políticas. Dentre elas está a maloca, o centro do convívio, de manutenção e perpetuação dos valores culturais, sociais que orientava de certo modo, a vida destes povos. O objetivo desta pesquisa foi compreender a (re) organização do território indígena da maloca a cidade e sua relação com o bem viver. Os aportes teóricos da pesquisa estão centrados nas concepções de maloca, aldeia, comunidade, bem viver, território indígena, território indígena urbano. Tem como linha metodológica a pesquisa participante, com realização de pesquisa de campo e para elaboração do mapeamento participante. Com a destruição da maloca pelos missionários parte das práticas culturais foram proibidas e muitos códigos e signos culturais caíram no esquecimento/perda por influência do cristianismo. Após a chegada dos colonizadores e missionários, a maloca que era um espaço cultural e ao mesmo tempo territorial, foi substituída por uma outra forma de organização territorial, a aldeia, que posteriormente passou a ser denominada de comunidade. Outro fator que foi levado em consideração foi a migração de alguns povos para as cidades que acabam ocupando territórios que formam ou lembram os seus territórios originários e continuam mantendo relações sociais, políticas e econômicas com estes transformando-os no que são denominados preliminarmente em territórios indígenas urbanos. Por meio da pesquisa participante foi possível desmistificar o conceito de território e demonstrar a resistência cultural a partir da (re) organização territorial bem como as relações com o Bem Viver, demonstradas nas pequenas comunidades criadas de forma espontâneas e outras de forma mista, porém diferentes das organizadas pela imposição das missões. A organização social, cultural e política da maloca, mesmo que sendo reconstruída com uma nova configuração espacial e territorial, vem fortalecer a identidade dos povos ao mesmo tempo em que contribui para valorizar os conhecimentos e epistemologias próprias que foram desvalorizados pela sociedade ocidental. Palavras chaves: Espaço, Território Indígena, Maloca, Aldeia, Cidade, Bem viver.
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Os aportes teóricos da pesquisa estão centrados nas concepções de maloca, aldeia, comunidade, bem viver, território indígena, território indígena urbano. Tem como linha metodológica a pesquisa participante, com realização de pesquisa de campo e para elaboração do mapeamento participante. Com a destruição da maloca pelos missionários parte das práticas culturais foram proibidas e muitos códigos e signos culturais caíram no esquecimento/perda por influência do cristianismo. Após a chegada dos colonizadores e missionários, a maloca que era um espaço cultural e ao mesmo tempo territorial, foi substituída por uma outra forma de organização territorial, a aldeia, que posteriormente passou a ser denominada de comunidade. Outro fator que foi levado em consideração foi a migração de alguns povos para as cidades que acabam ocupando territórios que formam ou lembram os seus territórios originários e continuam mantendo relações sociais, políticas e econômicas com estes transformando-os no que são denominados preliminarmente em territórios indígenas urbanos. Por meio da pesquisa participante foi possível desmistificar o conceito de território e demonstrar a resistência cultural a partir da (re) organização territorial bem como as relações com o Bem Viver, demonstradas nas pequenas comunidades criadas de forma espontâneas e outras de forma mista, porém diferentes das organizadas pela imposição das missões. A organização social, cultural e política da maloca, mesmo que sendo reconstruída com uma nova configuração espacial e territorial, vem fortalecer a identidade dos povos ao mesmo tempo em que contribui para valorizar os conhecimentos e epistemologias próprias que foram desvalorizados pela sociedade ocidental. Palavras chaves: Espaço, Território Indígena, Maloca, Aldeia, Cidade, Bem viver.The original indigenous territory had a spatial organization according to the political organization proper to the various indigenous peoples that was modified from the contact with western society. The influence of the colonizing and civilizing process imposed on these peoples other cultures and social and territorial principles that led them to the disruption of their social and political relations. Among them is the maloca, the center of conviviality, maintenance and perpetuation of cultural and social values that guided in some way the lives of these peoples. The objective of this research was to understand the (re) organization of the indigenous territory of the city and its relationship with the good living. The theoretical contributions of the research are centered on the conceptions of maloca, village, community, good living, indigenous territory, urban indigenous territory. Its methodological line is participant research, with field research and for the elaboration of participant mapping. With the destruction of the maloca by the missionaries, part of the cultural practices were banned and many cultural codes and signs fell into oblivion / loss under the influence of Christianity. After the arrival of the colonizers and missionaries, the maloca that was a cultural space and at the same time territorial, was replaced by another form of territorial organization, the village, which was later called community. Another factor that was taken into consideration was the migration of some peoples to cities that eventually occupy territories that form or resemble their original territories and continue to maintain social, political and economic relations with them, transforming them into what are preliminarily termed indigenous territories. urban areas. Through the participant research it was possible to demystify the concept of territory and demonstrate the cultural resistance from the territorial (re) organization as well as the relations with the Good Living, demonstrated in small communities created spontaneously and others mixed, but different. organized by the imposition of missions. The social, cultural and political organization of the maloca, even if rebuilt with a new spatial and territorial configuration, strengthens the identity of the peoples while contributing to enhance the knowledge and epistemologies that have been devalued by Western society. Keywords: Space, Indigenous Territory, Maloca, Village, City, Well Living.FAPEAM - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do AmazonasUniversidade Federal do AmazonasInstituto de Ciências Humanas e LetrasBrasilUFAMPrograma de Pós-graduação em GeografiaFaria, Ivani Ferreira dehttp://lattes.cnpq.br/9910677483036522Pinto, Marilina Conceição Oliveira Bessa Serrahttp://lattes.cnpq.br/8482510161447799Schwade, Tiago Maiká Müllerhttp://lattes.cnpq.br/3122373338064825Santos, Cirlene Batista doshttp://lattes.cnpq.br/48427624517667702019-09-25T21:11:18Z2019-08-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisimage/jpegapplication/mswordapplication/pdfSANTOS, Cirlene Batista dos. A (re)organização do território e bem viver para os povos indígenas do Alto Rio Negro: da maloca à cidade. 2019. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2019.https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7390porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAMinstname:Universidade Federal do Amazonas (UFAM)instacron:UFAM2019-09-26T05:04:01Zoai:https://tede.ufam.edu.br/handle/:tede/7390Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://200.129.163.131:8080/PUBhttp://200.129.163.131:8080/oai/requestddbc@ufam.edu.br||ddbc@ufam.edu.bropendoar:65922019-09-26T05:04:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM - Universidade Federal do Amazonas (UFAM)false
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