A variedade padrão e a oralidade na eja: uma abordagem sociolinguística e discursiva

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Botelho, Sandra Helena Salgueiro
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5838810664438633
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM
Texto Completo: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/2385
Resumo: O ensino de Língua Portuguesa nas escolas brasileiras é regido por documentos oficiais cuja orientação resume princípios sociolinguísticos que preconizam o trabalho com a língua em uso e suas variações. O ensino da variedade padrão da língua muitas vezes conflita com a variedade popular trazida de casa pelos falantes das classes menos favorecidas. Este fato é agravado quando o aluno pertence à Educação de Jovens e Adultos (EJA), pois estes já possuem autonomia e oralidade formada. Nossa pesquisa investiga se os alunos da EJA são desafiados a trabalhar a fala estilisticamente e adequá-la a situações específicas de uso e qual o grau de conscientização e valoração que esses alunos dão ao aprendizado da oralidade monitorada na escola. De maneira mais específica, é importante saber qual monitoramento é mais difícil para eles, se o da oralidade ou o do letramento. De acordo com os pressupostos da Sociolinguística Educacional, é papel da escola ensinar os estilos monitorados da língua através da interação verbal em sala de aula, observando os continua de urbanização, de oralidade-letramento e de monitoração estilística (BORTONI-RICARDO, 2009). Portanto, o melhor lugar para investigar essa questão era numa escola com professor, alunos e coordenação pedagógica envolvidos. A metodologia usada nessa pesquisa foi de cunho qualitativo com descrição e levantamento quantitativo do perfil sociolinguístico de informantes do segundo segmento da EJA, do 6º ao 9º ano. Partindo da caracterização dos sujeitos da EJA e do objeto de estudo, a variedade padrão associada à oralidade monitorada, os instrumentos de pesquisa utilizados foram a pesquisa bibliográfica, questionários, entrevistas gravadas e documentos oficiais seguidos de análise interpretativa e discursiva dos mesmos. Os resultados levaram a constatações tais como: 1) os alunos são expostos predominantemente a atividades de letramento com orientação normativa e prescritivista, nas quais a oralidade não é monitorada; 2) os alunos anseiam por expressarem-se melhor, mas não gostam de atividades orais; 3) a fala e a escrita monitoradas receberam avaliações equiparadas em grau de dificuldade. Concluímos que já circulam no meio escolar investigado alguns princípios da Sociolinguística Educacional, entretanto ainda existem algumas necessidades: aumento da conscientização dos alunos sobre a diversidade linguística, maior formação sociolinguística especializada para os docentes e desenvolvimento de um currículo bidialetal com material didático adequado.
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spelling A variedade padrão e a oralidade na eja: uma abordagem sociolinguística e discursivaVariedade PadrãoOralidadeLíngua PortuguesaSociolinguística EducacionalEducação de Jovens e Adultos (EJA)Standard VarietyOral FluencyPortuguese LanguageEducational SociolinguisticsYouth and Adult Education (EJA)LINGUÍSTICA, LETRAS E ARTES: LETRASO ensino de Língua Portuguesa nas escolas brasileiras é regido por documentos oficiais cuja orientação resume princípios sociolinguísticos que preconizam o trabalho com a língua em uso e suas variações. O ensino da variedade padrão da língua muitas vezes conflita com a variedade popular trazida de casa pelos falantes das classes menos favorecidas. Este fato é agravado quando o aluno pertence à Educação de Jovens e Adultos (EJA), pois estes já possuem autonomia e oralidade formada. Nossa pesquisa investiga se os alunos da EJA são desafiados a trabalhar a fala estilisticamente e adequá-la a situações específicas de uso e qual o grau de conscientização e valoração que esses alunos dão ao aprendizado da oralidade monitorada na escola. De maneira mais específica, é importante saber qual monitoramento é mais difícil para eles, se o da oralidade ou o do letramento. De acordo com os pressupostos da Sociolinguística Educacional, é papel da escola ensinar os estilos monitorados da língua através da interação verbal em sala de aula, observando os continua de urbanização, de oralidade-letramento e de monitoração estilística (BORTONI-RICARDO, 2009). Portanto, o melhor lugar para investigar essa questão era numa escola com professor, alunos e coordenação pedagógica envolvidos. A metodologia usada nessa pesquisa foi de cunho qualitativo com descrição e levantamento quantitativo do perfil sociolinguístico de informantes do segundo segmento da EJA, do 6º ao 9º ano. Partindo da caracterização dos sujeitos da EJA e do objeto de estudo, a variedade padrão associada à oralidade monitorada, os instrumentos de pesquisa utilizados foram a pesquisa bibliográfica, questionários, entrevistas gravadas e documentos oficiais seguidos de análise interpretativa e discursiva dos mesmos. Os resultados levaram a constatações tais como: 1) os alunos são expostos predominantemente a atividades de letramento com orientação normativa e prescritivista, nas quais a oralidade não é monitorada; 2) os alunos anseiam por expressarem-se melhor, mas não gostam de atividades orais; 3) a fala e a escrita monitoradas receberam avaliações equiparadas em grau de dificuldade. Concluímos que já circulam no meio escolar investigado alguns princípios da Sociolinguística Educacional, entretanto ainda existem algumas necessidades: aumento da conscientização dos alunos sobre a diversidade linguística, maior formação sociolinguística especializada para os docentes e desenvolvimento de um currículo bidialetal com material didático adequado.The Portuguese language teaching in Brazilian schools is governed by official documents whose guidance reviews sociolinguistic principles, which recommend working with language in use and its variations. The teaching of the standard variety of the language often conflicts with the popular variety brought from home by the speakers of the lower classes. This fact is enhanced when the student belongs to Youth and Adult Education (EJA), as they already have autonomy and formed oral fluency. Our research investigates if the EJA students are challenged to work their speech stylistically and to adapt it to specific situations and what degree of awareness and evaluation these students give to the learning of monitored oral fluency at school. More specifically, it is important to know which kind of monitoring is more difficult for them, if the oral or the written one. According to the assumptions of Educational Sociolinguistics the role of the school is to teach the monitored styles of the language through verbal interaction in the classroom, noting the urbanization, the oral-literacy and stylistics monitoring continua (BORTONI-RICARDO, 2009). Therefore, the best place to investigate this question was at a school with teacher, students and pedagogical coordination involved. The methodology used in this research was qualitative oriented with quantitative description and survey of the sociolinguistic profile of informers of the second segment of EJA, 6th to 9th grade. Starting from the characterization of the subjects of EJA and the object of study, the standard variety linked to monitored oral fluency, the research instruments used were the bibliographical research, questionnaires, taped interviews and official documents followed by interpretative and discursive analysis. The results led to observations such as: 1) students are exposed predominantly to literacy activities with normative and prescriptive guidance, in which the oral fluency is not monitored; 2) students wish to express themselves better, but they do not like oral activities; 3) monitored speech and writing received similar ratings in degree of difficulty. We concluded that some principles of Educational Sociolinguistics already exist in the investigated school, however there are still some needs: improvement of students awareness of linguistic diversity, further specialized training for the teachers and the development of a bidialetal curriculum with adequate didactics material.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorUniversidade Federal do AmazonasInstituto de Ciências Humanas e LetrasBRUFAMPrograma de Pós-graduação em LetrasCampos, Maria Sandrahttp://lattes.cnpq.br/2057190547885429Botelho, Sandra Helena Salgueirohttp://lattes.cnpq.br/58388106644386332015-04-11T13:49:09Z2015-04-102014-03-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfBOTELHO, Sandra Helena Salgueiro. A variedade padrão e a oralidade na eja: uma abordagem sociolinguística e discursiva. 2014. 170 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2014.http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/2385porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAMinstname:Universidade Federal do Amazonas (UFAM)instacron:UFAM2016-05-12T17:28:07Zoai:https://tede.ufam.edu.br/handle/:tede/2385Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://200.129.163.131:8080/PUBhttp://200.129.163.131:8080/oai/requestddbc@ufam.edu.br||ddbc@ufam.edu.bropendoar:65922016-05-12T17:28:07Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM - Universidade Federal do Amazonas (UFAM)false
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