Letramentos de reexistência e alteridade na constituição identitária de estudantes da EJA
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35933 |
Resumo: | Este Memorial Formativo provém de uma pesquisa do Mestrado Profissional em Letras – PROFLETRAS – da Universidade Federal da Bahia – UFBA. Comporta um projeto de intervenção desenvolvido em uma sala de aula de Educação de Jovens e Adultos de Salvador, que objetivou o desenvolvimento de práticas de letramentos que fomentaram um processo interativo de construção da alteridade e identidade dos participantes. O estudo, que considera a alteridade como reconhecimento do outro e as identidades sempre em construção, investiga as trajetórias de letramentos desses educandos para descortinar aspectos significativos de suas vidas, bem como seus usos de linguagem no cotidiano e as razões que os levam a procurar a continuidade dos estudos na EJA. A motivação da pesquisa foi buscar compreender o que estava por trás da fala corrente de quase todos quando iniciam o curso: “Eu estou aqui para aprender a ler e escrever e ser alguém na vida”. A pesquisa está ancorada nos aportes teóricos e conceituais de Bakhtin (1992), nos estudos do letramento de Street (1984;2014), Kleiman (1995), Rojo (2009;2012), Souza (2011), bem como nos estudos sobre cultura, gênero e relações raciais de Hall (2002), Lino Gomes (2005), Souza e Croso (2007), e sobre EJA, Freire (1980;1996) e Arroyo (2014;2017), dentre outros. A pesquisa-ação (auto)etnográfica investiu na observação participante que permite imergir no cotidiano da escola, na sala de aula, nas vivências dos estudantes e da professora e, por conseguinte, refletir sobre o contexto em que eventos e práticas de letramentos estão situadas, bem como suas implicações cotidianas. A intervenção se deu por meio de oficinas pedagógicas e teve como foco a modalidade oral da língua entrelaçada pela escrita e leitura; buscou (des)construir o discurso inicial do outro introjetado na fala dos estudantes colocando sob suspeita a sua condição social de subalternidade. A pesquisa adotou o recorte etnicorracial, por se tratar de uma EJA negra e buscou-se trabalhar a lei 10639/03 para interpretar questões específicas da fala dos sujeitos em meio a produção das autobiografias e dos seus desabafos de (re)existência, a fim de (re)construir memórias pessoais e/ou coletivas que foram silenciadas ou socialmente apagadas. A análise dos dados revela que os alunos inicialmente replicavam uma fala social eurocêntrica, de dominação e inferiorização, ao condicionarem à escola a sua ascensão e aceitação sociais; entretanto, ao longo do processo de intervenção, houve uma (des)construção progressiva desse discurso colonialista para uma conscientização sobre o lugar social dos jovens e adultos como sujeitos de direito; permitindo reflexionar sobre como o uso da linguagem em um contexto interacional específico da sala de aula é capaz de agir na constituição identitária desses sujeitos, concorrer para descolonizar a escola e, humanizar a nossa EJA. |
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2022-08-23T20:11:09Z2022-08-23T20:11:09Z2018-01-25https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35933Este Memorial Formativo provém de uma pesquisa do Mestrado Profissional em Letras – PROFLETRAS – da Universidade Federal da Bahia – UFBA. Comporta um projeto de intervenção desenvolvido em uma sala de aula de Educação de Jovens e Adultos de Salvador, que objetivou o desenvolvimento de práticas de letramentos que fomentaram um processo interativo de construção da alteridade e identidade dos participantes. O estudo, que considera a alteridade como reconhecimento do outro e as identidades sempre em construção, investiga as trajetórias de letramentos desses educandos para descortinar aspectos significativos de suas vidas, bem como seus usos de linguagem no cotidiano e as razões que os levam a procurar a continuidade dos estudos na EJA. A motivação da pesquisa foi buscar compreender o que estava por trás da fala corrente de quase todos quando iniciam o curso: “Eu estou aqui para aprender a ler e escrever e ser alguém na vida”. A pesquisa está ancorada nos aportes teóricos e conceituais de Bakhtin (1992), nos estudos do letramento de Street (1984;2014), Kleiman (1995), Rojo (2009;2012), Souza (2011), bem como nos estudos sobre cultura, gênero e relações raciais de Hall (2002), Lino Gomes (2005), Souza e Croso (2007), e sobre EJA, Freire (1980;1996) e Arroyo (2014;2017), dentre outros. A pesquisa-ação (auto)etnográfica investiu na observação participante que permite imergir no cotidiano da escola, na sala de aula, nas vivências dos estudantes e da professora e, por conseguinte, refletir sobre o contexto em que eventos e práticas de letramentos estão situadas, bem como suas implicações cotidianas. A intervenção se deu por meio de oficinas pedagógicas e teve como foco a modalidade oral da língua entrelaçada pela escrita e leitura; buscou (des)construir o discurso inicial do outro introjetado na fala dos estudantes colocando sob suspeita a sua condição social de subalternidade. A pesquisa adotou o recorte etnicorracial, por se tratar de uma EJA negra e buscou-se trabalhar a lei 10639/03 para interpretar questões específicas da fala dos sujeitos em meio a produção das autobiografias e dos seus desabafos de (re)existência, a fim de (re)construir memórias pessoais e/ou coletivas que foram silenciadas ou socialmente apagadas. A análise dos dados revela que os alunos inicialmente replicavam uma fala social eurocêntrica, de dominação e inferiorização, ao condicionarem à escola a sua ascensão e aceitação sociais; entretanto, ao longo do processo de intervenção, houve uma (des)construção progressiva desse discurso colonialista para uma conscientização sobre o lugar social dos jovens e adultos como sujeitos de direito; permitindo reflexionar sobre como o uso da linguagem em um contexto interacional específico da sala de aula é capaz de agir na constituição identitária desses sujeitos, concorrer para descolonizar a escola e, humanizar a nossa EJA.This Formative Memorial comes from a research of the Professional Master's Degree in Letters - PROFLETRAS - of the Federal University of Bahia - UFBA. It includes an intervention project developed in a classroom of Youth and Adult Education in Salvador, which aimed to develop literacy practices that fostered an interactive process of construction of the otherness and identity of the participants. The study, which considers alterity as recognition of the other and identities always under construction, investigates the literary trajectories of these students to uncover significant aspects of their lives, as well as their use of everyday language and the reasons that lead them to seek the continuity of studies in the EJA. The motivation of the research was to try to understand what was behind the common speech of almost everyone when they started the course: "I am here to learn to read and write and to be someone in life." The research is anchored in the theoretical and conceptual contributions of Bakhtin (1992), in the literature studies of Street (1984; 2014), Kleiman (1995), Rojo (2009; 2012), Souza (1980) and Arroyo (2014, 2017), among others. In this paper we present the results of a study of the gender and race relations of Hall (2002), Lino Gomes (2005), Souza and Croso (2007).The (auto) ethnographic action research has invested in the participant observation that allows to immerse in the daily life of the school, in the classroom, in the experiences of the students and the teacher and, therefore, reflect on the context in which events and practices of literacies are located, as well as their daily implications. The intervention took place through pedagogical workshops and focused on the oral modality of the language intertwined with writing and reading; sought to (de) construct the initial discourse of the other introjected in the students' speech by placing under suspicion their social condition of subalternity. The research adopted the ethnic-racial cut, because it was a black EJA and it was tried to work the law 10639/03 to interpret specific questions of the subjects' speech in the midst of the production of the autobiographies and their (re) existence outbursts, in order to to (re) build personal and / or collective memories that have been silenced or socially erased. The analysis of the data reveals that the students initially replicated a Eurocentric social speech, of domination and inferiorization, by conditioning the school to its social ascent and acceptance; however, throughout the intervention process, there was a progressive (dis) construction of this colonialist discourse to raise awareness about the social place of young people and adults as subjects of law; allowing us to reflect on how the use of language in a specific interaction context of the classroom is capable of acting on the identity constitution of these subjects, competing to decolonize the school and humanize our EJA.Submitted by navarro ramos (navarroramos@ufba.br) on 2022-08-18T14:22:40Z No. of bitstreams: 1 MEMORIAL - DISSERTAÇÃO aldaicedamascenorocha.pdf: 5143545 bytes, checksum: 412983f3de69d72b5c429ccc44836400 (MD5)Approved for entry into archive by Setor de Periódicos (per_macedocosta@ufba.br) on 2022-08-23T20:11:09Z (GMT) No. of bitstreams: 1 MEMORIAL - DISSERTAÇÃO aldaicedamascenorocha.pdf: 5143545 bytes, checksum: 412983f3de69d72b5c429ccc44836400 (MD5)Made available in DSpace on 2022-08-23T20:11:09Z (GMT). No. of bitstreams: 1 MEMORIAL - DISSERTAÇÃO aldaicedamascenorocha.pdf: 5143545 bytes, checksum: 412983f3de69d72b5c429ccc44836400 (MD5) Previous issue date: 2018-01-25porUNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIAPrograma de Mestrado Profissional em Letras - (PROFLETRAS) UFBABrasilInstituto de LetrasReexistence LettersOthernessIdentityEJACNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTESLetramentos de ReexistênciaAlteridadeIdentidadeEJAEducação de Jovens Adultos, Salvaor- BALetramentos de reexistência e alteridade na constituição identitária de estudantes da EJAinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisSouza, Ana Lúcia Silvahttp://lattes.cnpq.br/0577339880511953Souza, Ana Lúcia SilvaMuniz, Márcio Ricardo CoelhoPereira, Áurea da Silvahttp://lattes.cnpq.br/1234307593930731Rocha, Aldaíce Damascenoreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBAinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALMEMORIAL - DISSERTAÇÃO aldaicedamascenorocha.pdfMEMORIAL - DISSERTAÇÃO aldaicedamascenorocha.pdfALDAÍCE DAMASCENO ROCHAapplication/pdf5143545https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/35933/1/MEMORIAL%20-%20DISSERTA%c3%87%c3%83O%20aldaicedamascenorocha.pdf412983f3de69d72b5c429ccc44836400MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1715https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/35933/2/license.txt67bf4f75790b0d8d38d8f112a48ad90bMD52TEXTMEMORIAL - DISSERTAÇÃO aldaicedamascenorocha.pdf.txtMEMORIAL - DISSERTAÇÃO aldaicedamascenorocha.pdf.txtExtracted texttext/plain577953https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/35933/3/MEMORIAL%20-%20DISSERTA%c3%87%c3%83O%20aldaicedamascenorocha.pdf.txt0e8fde8ae5c2c717acf3287cb7761614MD53ri/359332022-08-27 02:02:37.639oai:repositorio.ufba.br:ri/35933TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBvIGF1dG9yIG91IHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgbyBkaXJlaXRvIG7Do28tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsICB0cmFkdXppciAoY29uZm9ybWUgZGVmaW5pZG8gYWJhaXhvKSBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIG5vIGZvcm1hdG8gaW1wcmVzc28gZS9vdSBlbGV0csO0bmljbyBlIGVtIHF1YWxxdWVyIG1laW8sIGluY2x1aW5kbyBvcyAKZm9ybWF0b3Mgw6F1ZGlvIGUvb3UgdsOtZGVvLgoKTyBhdXRvciBvdSB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gZS9vdSBmb3JtYXRvIHBhcmEgZmlucyBkZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLCBwb2RlbmRvIG1hbnRlciBtYWlzIGRlIHVtYSBjw7NwaWEgIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKTyBhdXRvciBvdSB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIG9zIGRpcmVpdG9zIGFwcmVzZW50YWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYSBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIG91IG5vIGNvbnRlw7pkbyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28gb3JhIGRlcG9zaXRhZGEuCgpDQVNPIEEgUFVCTElDQcOHw4NPIE9SQSBERVBPU0lUQURBICBSRVNVTFRFIERFIFVNIFBBVFJPQ8ONTklPIE9VIEFQT0lPIERFIFVNQSAgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08sIENPTU8gVEFNQsOJTSBBUyBERU1BSVMgT0JSSUdBw4fDlUVTIApFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l0w7NyaW8gc2UgY29tcHJvbWV0ZSBhIGlkZW50aWZpY2FyLCBjbGFyYW1lbnRlLCBvIHNldSBub21lIChzKSBvdSBvKHMpIG5vbWUocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28gZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBhbMOpbSBkYXF1ZWxhcyBjb25jZWRpZGFzIHBvciBlc3RhIGxpY2Vuw6dhLgo=Repositório InstitucionalPUBhttp://192.188.11.11:8080/oai/requestopendoar:19322022-08-27T05:02:37Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false |
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