Além das cercas, o que há?: a educação do campo no contexto da cultura digital.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sena, Ivânia Paula Freitas de Souza
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/32379
Resumo: A tese apresenta a Educação do Campo no contexto da Cultura Digital, dialogando dialeticamente com o processo de reestruturação e expansão do capital, que tem as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) como aliadas. Parte do reconhecimento de que a cultura digital reconfigurou os modos de produção, acesso e distribuição do conhecimento na atualidade, e gerou novas práticas colaborativas e sociais. No Campo brasileiro, pessoas de todas as idades se utilizam dos mais diversos meios tecnológicos, diariamente. Os camponeses, que têm em sua pauta a luta pela terra, pela água e pelo alimento sem agrotóxico, também reivindicam o conhecimento como direito. A cultura digital é um tema olhado sob uma desconfiança compreensível, já que, historicamente, as tecnologias sob o domínio do grande capital não chegaram ao Campo como aliadas dos trabalhadores e sim como parte de um projeto de desenvolvimento cuja lógica é sempre de dominação para expansão dos interesses do mercado e expropriação dos camponeses. Nesse sentido, nos interessou conhecer: quais desafios da Educação do Campo no contexto da cultura digital? Quais características do processo de acesso, produção e difusão do conhecimento nessa cultura? Como as TIC se fazem presentes no cotidiano do Campo? Como os camponeses, sobretudo os jovens, se relacionam com essas tecnologias? O acesso de alunos e professores às tecnologias digitais da informação e comunicação, provoca que alterações no cotidiano da Escola do Campo? Quais os limites e possibilidades da formação humana no contexto da cultura digital? Como objetivo buscou-se compreender quais desafios teórico-práticos estão colocados para a Educação do Campo no contexto da cultura digital. A pesquisa envolveu estudantes, professores, lideranças de duas comunidades rurais do Território de Identidade do Piemonte Norte do Itapicuru, pesquisadores e movimentos sociais da Articulação Interterritorial de Educação do Campo no Semiárido. O método de pesquisa e de análise foi a perspectiva histórico-dialética. O percurso constituiu-se da elucidação dos desafios e potencialidades evidenciados na realidade objetiva, a partir da construção de relações teóricas entre as visões dos sujeitos sobre as tecnologias, os processos educativos na cultura digital e os princípios que sustentam o conceito de Educação do Campo, tomando por base as categorias contradição e totalidade, na relação dialética entre particular-geral, tese-antítese, concreto-abstrato, indivíduo-coletividade, buscando interpretar a realidade social pelo movimento real das coisas, ultrapassando a aparência e as representações. Dos resultados gerados, destacamos que há muitos limites na relação dos sujeitos do campo com as TIC, dentre eles, o caráter de apenas consumidores de conteúdo, que os expõe aos desejos e intenções do capital. Contudo, a realidade concreta explicita que as TIC podem ser importantes aliadas nas lutas dos trabalhadores, desde que constituam, sobre elas, uma percepção crítica das relações que as perpassam e se apropriem da tecnologia na sua totalidade - desde o direito ao acesso, até ao domínio do potencial de produção e comunicação do conhecimento que ela é capaz de gerar e comunicar. Dentre as conclusões, constata-se que as TIC constituem parte do projeto de inserção dos valores do capital na educação, os quais são representados pela forte presença de movimentos que reúnem empresários, como o Todos pela Educação, que têm influenciado as políticas públicas, sobretudo, as reformas curriculares. A tese afirma a relação do processo destas reformas com a reestruturação do capital e do trabalho, chamando para o alinhamento político-pedagógico da Educação do Campo ao projeto histórico emancipador da classe trabalhadora. Nesse sentido, é preciso discutir as TIC numa perspectiva crítico-superadora voltada, portanto, ao fortalecimento da Educação do Campo.
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Os camponeses, que têm em sua pauta a luta pela terra, pela água e pelo alimento sem agrotóxico, também reivindicam o conhecimento como direito. A cultura digital é um tema olhado sob uma desconfiança compreensível, já que, historicamente, as tecnologias sob o domínio do grande capital não chegaram ao Campo como aliadas dos trabalhadores e sim como parte de um projeto de desenvolvimento cuja lógica é sempre de dominação para expansão dos interesses do mercado e expropriação dos camponeses. Nesse sentido, nos interessou conhecer: quais desafios da Educação do Campo no contexto da cultura digital? Quais características do processo de acesso, produção e difusão do conhecimento nessa cultura? Como as TIC se fazem presentes no cotidiano do Campo? Como os camponeses, sobretudo os jovens, se relacionam com essas tecnologias? O acesso de alunos e professores às tecnologias digitais da informação e comunicação, provoca que alterações no cotidiano da Escola do Campo? Quais os limites e possibilidades da formação humana no contexto da cultura digital? Como objetivo buscou-se compreender quais desafios teórico-práticos estão colocados para a Educação do Campo no contexto da cultura digital. A pesquisa envolveu estudantes, professores, lideranças de duas comunidades rurais do Território de Identidade do Piemonte Norte do Itapicuru, pesquisadores e movimentos sociais da Articulação Interterritorial de Educação do Campo no Semiárido. O método de pesquisa e de análise foi a perspectiva histórico-dialética. O percurso constituiu-se da elucidação dos desafios e potencialidades evidenciados na realidade objetiva, a partir da construção de relações teóricas entre as visões dos sujeitos sobre as tecnologias, os processos educativos na cultura digital e os princípios que sustentam o conceito de Educação do Campo, tomando por base as categorias contradição e totalidade, na relação dialética entre particular-geral, tese-antítese, concreto-abstrato, indivíduo-coletividade, buscando interpretar a realidade social pelo movimento real das coisas, ultrapassando a aparência e as representações. Dos resultados gerados, destacamos que há muitos limites na relação dos sujeitos do campo com as TIC, dentre eles, o caráter de apenas consumidores de conteúdo, que os expõe aos desejos e intenções do capital. Contudo, a realidade concreta explicita que as TIC podem ser importantes aliadas nas lutas dos trabalhadores, desde que constituam, sobre elas, uma percepção crítica das relações que as perpassam e se apropriem da tecnologia na sua totalidade - desde o direito ao acesso, até ao domínio do potencial de produção e comunicação do conhecimento que ela é capaz de gerar e comunicar. Dentre as conclusões, constata-se que as TIC constituem parte do projeto de inserção dos valores do capital na educação, os quais são representados pela forte presença de movimentos que reúnem empresários, como o Todos pela Educação, que têm influenciado as políticas públicas, sobretudo, as reformas curriculares. A tese afirma a relação do processo destas reformas com a reestruturação do capital e do trabalho, chamando para o alinhamento político-pedagógico da Educação do Campo ao projeto histórico emancipador da classe trabalhadora. Nesse sentido, é preciso discutir as TIC numa perspectiva crítico-superadora voltada, portanto, ao fortalecimento da Educação do Campo.ABSTRACT This dissertation presents Rural Education in the context of Digital Culture, in dialectically dialogue with the restructuring and expansion of capital, which has Information and Communication Technology (ICT) as an ally. It assumes that the digital culture has reconfigured the modes of production, access and distribution of knowledge nowadays, and has generated new social and collaborative practices. In Brazilian countryside, people of all ages use the most diverse technological facilities on a daily basis. Peasants, who has in their agenda the struggle for land, for water and for food with no agrochemicals, also claim knowledge as a right. Digital culture is seen as a suspicious issue, what is understandable, since technologies, which are under the domain of capital, has not historically arrived in the countryside as allies to the workers, but rather as part of a developing project whose logic is always related to the domination to the expansion of the interests of the market and to the expropriation of peasants. Therefore, we were interested in knowing: what are the challenges of rural education in the context of digital culture? What are the characteristics of the process of access, production and spreading of knowledge in this culture? How ITC are presented in everyday life in countryside? How peasants, especially young ones, interact with these technologies? What changes does the access to digital information and communication technologies by teachers and students provoke in everyday life in rural schools? What are the limits and possibilities for human formation in the context of digital culture? The objective was to understand what theoretic and practical challenges are posed to rural education in the context of digital culture. The research involved students, teachers, leaders of two rural communities of Itapicuru North Piemont Territory of Identity, researchers and social movements from the Interterritorial Articulation of Rural Education in Semiarid. The method of research and analysis was the dialectical historical perspective. The itinerary was constituted by the elucidation of challenges and potentialities that were evinced in the objective reality from the construction of theoretical relations through the view of the individuals about technologies, educational process in digital culture and the principles that support the concept of rural education, taking as a basis the contradiction and totality categories, in the dialectical relation between general-particular, thesis-antithesis, abstract-concrete, individual-collectivity, trying to interpret social reality through the real movement of things, beyond appearance and representation. From the generated results, we highlight that there are many limits in the relationship between individuals from countryside and the ICT, among them, the aspect of being just consumers of contents, what put them exposed to the intentions and desires of the capital. However, concrete reality reveals that ICT can be important ally for the workers’ struggle, as long as they construct a critical view about the relations in it and appropriate of technology in its totality – from the right to the access up to the domain of the potentiality of the production and communication of the knowledge that ICT is capable of generating and communicating. Among the conclusions it is found that ICT is part of the project for the insertion of values from capital into education, which are represented by the strong presence of movements that gather businessmen, for example the Everybody for Education, who has influenced public policies, specially the curricular reforms. This dissertation points out the relationship between this reform process and the restructuring of capital and labor, claiming for the political and pedagogical alignment of rural education to the historical and emancipatory project of working class. Thus, it is necessary to discuss the ICT issue in a critical and overcoming perspective compromised, therefore, with the enhancement of rural education.Submitted by Ivânia Sena (ivaniapaula.freitas@gmail.com) on 2020-11-06T14:48:01Z No. of bitstreams: 1 Tese de Doutorado - IVANIA FREITAS (versão final).pdf: 6400392 bytes, checksum: 3860f1f0dabd769743c24a841b70528f (MD5)Approved for entry into archive by Ana Miria Moreira (anamiriamoreira@hotmail.com) on 2020-11-06T18:01:31Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Tese de Doutorado - IVANIA FREITAS (versão final).pdf: 6400392 bytes, checksum: 3860f1f0dabd769743c24a841b70528f (MD5)Made available in DSpace on 2020-11-06T18:01:31Z (GMT). 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