Estudo Epidemiológico da infecção por HIV entre homens que fazem sexo com homens no Município de Salvador-BA

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Brignol, Sandra Mara Silva
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/11565
Resumo: A epidemia da infecção por HIV na população dos homens que fazem sexo com homens (HSH) continua a crescer em várias regiões do mundo, em parte devido à existência de homofobia e desrespeito aos direitos Humanos. Diante destas evidências e ausência de dados sobre a epidemia do HIV em Salvador, nós estimamos a prevalência do HIV, descrevemos e identificamos os fatores de vulnerabilidade associados a esta infecção. Analisamos e classificamos as redes sociais dos participantes, redes de parceiros sexuais e potenciais contatos sexuais via rede de afiliação formada indiretamente via frequência a locais para busca de parceiros sexuais. Este estudo de corte transversal faz parte da pesquisa multicêntrica “Comportamento, atitudes, práticas e prevalência de HIV e sífilis entre homens que fazem sexo com homens (HSH) em 10 cidades brasileiras”, em que analisamos os dados dos 383 HSH que participaram da pesquisa em Salvador. Utilizou-se a metodologia de recrutamento indicada para populações de difícil acesso ou escondidas, a Respondet Driven Sampling (RDS), para a seleção dos participantes. Utilizou-se a Regressão Logística Exata devido à baixa frequência da infecção por HIV e pequeno tamanho da amostra para estimar a associação do HIV e fatores de vulnerabilidade. E sob a perspectiva da Teoria das Redes Sociais Complexas, analisou-se as redes sociais de interesse dos HSH. A prevalência do HIV foi de 6,3%(IC95%=4%-9%), e a análise descritiva mostrou que os HSH estão em situação de vulnerabilidade com proporções expressivas de indivíduos com baixa escolaridade(33%), de classe social mais baixas(75%), desempregados(37%) e com experiências com algum tipo de discriminação (57%). A sífilis na vida teve uma prevalência de 9,7% (IC95%= 7%-13%). 20% dos HSH tiveram mais de oito parceiros sexuais, sexo anal desprotegido com ultimo parceiro casual e fixo foi similar (41%). Não fizeram o teste para sífilis na vida 79%, não tiveram acesso ao gel lubrificante 88% dos HSH. Os fatores que se associaram à infecção pelo HIV foram: não realizar teste de sífilis alguma vez na vida (OR=3,07; IC95%=1,29-7,31), ter mais de oito parceiros sexuais (OR=3,34;IC95%=1,38-8,07), início da vida sexual antes do 15 anos de idade (OR=2,36; IC95%=0,95-5,85) e não contou para alguém que sente atração por homens (OR=2,69; IC95%=0,95-7,58). A rede de relações pessoais dos HSH apresenta características de uma rede livre escala e mundo pequeno, onde os HSH estão muito próximos, alguns deles com alto grau de conexão ocupando áreas centrais e estratégicas na rede. Concluímos que há uma situação de vulnerabilidade social, individual e programática dos HSH que participaram da pesquisa em Salvador e alta prevalência do HIV. Confirmamos a importância da realização do teste de sífilis na vida. Há uma perda de oportunidade para testagem para HIV, pois verificamos uma alta proporção de testes da sífilis que contrastou com uma baixa testagem para HIV. Não contar para alguém que sente atração por homem poder ser reflexo de um alto grau de estigma social. Além disso, encontramos uma alta porcentagem de HSH com experiência com discriminação. As ações de prevenção devem focar os HSH mais conectados nas redes pessoais de relacionamento.
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A rede de relações pessoais dos HSH apresenta características de uma rede livre escala e mundo pequeno, onde os HSH estão muito próximos, alguns deles com alto grau de conexão ocupando áreas centrais e estratégicas na rede. Concluímos que há uma situação de vulnerabilidade social, individual e programática dos HSH que participaram da pesquisa em Salvador e alta prevalência do HIV. Confirmamos a importância da realização do teste de sífilis na vida. Há uma perda de oportunidade para testagem para HIV, pois verificamos uma alta proporção de testes da sífilis que contrastou com uma baixa testagem para HIV. Não contar para alguém que sente atração por homem poder ser reflexo de um alto grau de estigma social. Além disso, encontramos uma alta porcentagem de HSH com experiência com discriminação. As ações de prevenção devem focar os HSH mais conectados nas redes pessoais de relacionamento.Submitted by Maria Creuza Silva (mariakreuza@yahoo.com.br) on 2013-05-31T13:20:09Z No. of bitstreams: 1 Tese Sandra Brignol. 2013.pdf: 4356092 bytes, checksum: 8471a9d9b8dbdafaeb02e20e0c99bfa4 (MD5)Approved for entry into archive by Maria Creuza Silva(mariakreuza@yahoo.com.br) on 2013-05-31T13:20:19Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Tese Sandra Brignol. 2013.pdf: 4356092 bytes, checksum: 8471a9d9b8dbdafaeb02e20e0c99bfa4 (MD5)Made available in DSpace on 2013-05-31T13:20:19Z (GMT). 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