Trabalho e Saúde dos delegados de Polícia Civil de Salvador, Bahia, Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31799 |
Resumo: | TRABALHO E SAÚDE DOS DELEGADOS DE POLÍCIA CIVIL DE SALVADOR, BAHIA, BRASIL. A profissão de delegado de polícia civil constitui uma ocupação de grande vulnerabilidade entre as carreiras jurídicas no Brasil. Vários fatores se articulam para produzir este quadro, com destaque para características psicossociais, profissionais, políticas e organizacionais. Além de lidar com as exigências sociais por um trabalho eficaz, os aspectos da violência e as dificuldades encontradas no contexto de trabalho interferem na saúde e no desempenho destes profissionais. Objetivo: Descrever as características do trabalho e as condições de segurança e saúde dos delegados de polícia civil de Salvador, Bahia, Brasil, no ano de 2010. Método: Estudo de corte transversal com 152 delegados de polícia civil. Utilizou-se entrevista e questionários padronizados para coletar as informações sobre o trabalho, as condições de segurança e saúde e a ocorrência de situações de violência nas atividades profissionais desenvolvidas. Os aspectos psicossociais do trabalho foram avaliados pelo Job Content Questionnaire (JCQ) e as condições de saúde mental pelo SelfReporting Questionnaire (SRQ-20). Resultados: A maioria dos delegados estudados era mulheres (59,9%); 63% exerciam atividades administrativas; 53% afirmaram não dispor de equipamentos suficientes e adequados para realização do trabalho e 52 % não se sentiam reconhecidos na profissão. O trabalho passivo e o trabalho de alta exigência, conforme os pressupostos do Modelo Demanda-Controle foram de 29,6% e 25,7%, respectivamente. Quanto aos fatores psicossociais do trabalho, 55,3% estão em situações de baixo controle, 50% com alta demanda psicológica e 47% referiram baixo suporte social da chefia. Sobre as condições de saúde, (86,2%) registraram diagnóstico médico de uma ou mais doenças nos últimos trinta dias da realização do estudo. A prevalência de Transtornos Mentais Comuns foi de 37,5%; 84,9% não utilizavam o serviço de saúde da polícia civil. No grupo estudado, 65% relatou meios de proteção e segurança insuficientes e 63% consideravam o trabalho pesado, sendo que 90% dos delegados vivenciavam situações emocionalmente demandantes na atividade profissional. Constatou-se, ainda, que 83% consideravam violento o cotidiano do trabalho, 30% do grupo afirmou ter presenciado atos de agressão ou ameaça praticada entre os colegas no local de trabalho e 38% relataram ter sofrido agressão psicológica fora do contexto profissional. A prática abusiva de poder foi referida por 19,3% do grupo. Acidentes de trabalho no último ano foram relatados por 16% dos entrevistados e 18,9% se ausentaram por mais de 15 dias das atividades laborais por problemas de saúde. Conclusão: Constatou-se que as condições desfavoráveis de experiência profissional (trabalho passivo e trabalho de alta exigência) foram predominantes neste grupo ocupacional; alto índice de problemas de saúde e elevada prevalência de transtornos mentais comuns também foram identificados. Os resultados indicam vulnerabilidade física, psíquica e dificuldades no relacionamento entre os pares. Identificou-se ainda pouca visibilidade dos serviços de atenção à saúde ocupacional prestada pela instituição aos delegados de polícia civil e problemas de saúde mental como principal causa de afastamento do trabalho por mais de quinze dias |
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