ASPECTOS FILOSÓFICOS E PSICOLÓGICOS DAS PUNIÇÕES: reunindo algumas peças do quebra-cabeça

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Struchiner, Noel
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: H. V. Chrismann, Pedro
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Caderno CRH
Texto Completo: https://periodicos.ufba.br/index.php/crh/article/view/19447
Resumo: O emprego de sanções é corriqueiro e geralmente associado a uma expectativa de se aumentar a força normativa das regras. Alguns experimentos confirmam essa intuição e indicam que punições fazem com que as pessoas cooperem mais. Filósofos, no entanto, debatem, sem consenso, sobre quais devem ser os propósitos das punições. A despeito da discussão normativa, estudos psicológicos apontam para uma tendência punitiva retributivista no julgamento das pessoas comuns. Além disso, a psicologia tem apontado para algumas assimetrias no comportamento punitivo, como a diferença de preferências na escolha das pessoas na projeção das normas e no seu julgamento; a influência dos juízos morais na atribuição de intencionalidade para os julgamentos punitivos; e certas perplexidades envolvendo punição de acidentes. O filósofo do direito deveria fazer um esforço para integrar as diferentes informações sobre as punições para fornecer uma explicação mais adequada do fenômeno jurídico e para construir teorias normativas mais factíveis. PALAVRAS-CHAVE: Sanção. Punição. Filosofia. Psicologia. Direito. PHILOSOPHICAL AND PSYCHOLOGICAL ASPECTS OF PUNISHMENTS: Gathering some Pieces of the Puzzle Noel Struchiner Pedro H. V. Chrismann The use of sanctions is a commonplace and it is usually associated with an expectation to increase the strength of a rule’s normative force. Some experiments confirm this intuition and indicate that punishments make people cooperate more. Philosophers, however, debate without consensus on what should be the purpose of punishment. Despite the normative discussion, psychological studies show that ordinary people tend to make retributivist judgments. Moreover, psychology has pointed out some asymmetries in punitive behavior, such as the difference in people’s standpoints when projecting norms and when they must apply the same norms; the influence of moral judgments in assigning intentionality in punitive judgments; and the perplexities involving punishment of accidents. The philosopher of law should aim at achieving an integrative view of the different information concerning punishment both to describe law more adequately and to construct a viable normative theory of law. KEYWORDS: Sanction. Punishment. Philosophy. Psychology. Law ASPECTS PHILOSOPHIQUES ET PSYCHOLOGIQUES DES SANCTIONS: réunissant quelques pièces du puzzle Noel Struchiner Pedro H. V. Chrismann Le recours à des sanctions est courant et généralement associé à une attente qui se veut d’augmenter la force normative des règles. Certaines expériences confirment cette intuition et indiquent que les punitions font en sorte que les personnes coopèrent plus. Les philosophes débattent cependant, sans en arriver à un consensus, sur les propos des punitions. En dépit d’un débat normatif, des études psychologiques démontrent que, dans leur jugement, les personnes communes ont une tendance punitive capable de rétribution. De plus, la psychologie nous rend attentifs à certaines asymétries dans le comportement punitif, comme la différence de préférences dans le choix des personnes pour la projection de normes et dans le jugement de celles-ci ; l’influence des jugements moraux dans l’attribution de l’intentionnalité pour les jugements punitifs et une certaine perplexité autour des accidents impliquant une punition. Le philosophe du droit devrait faire l’effort d’intégrer les différentes informations concernant les peines afin de fournir une explication plus adéquate du phénomène juridique et de construire des théories normatives plus réalisables. MOTS-CLÉS: sanction; punition; philosophie; psychologie; droit. Publicação Online do Caderno CRH no Scielo: http://www.scielo.br/ccrh  Publicação Online do Caderno CRH: http://www.cadernocrh.ufba.br
id UFBA-7_fc13ac1b47f915ac2bb5cefbc4479e6b
oai_identifier_str oai:ojs.periodicos.ufba.br:article/19447
network_acronym_str UFBA-7
network_name_str Caderno CRH
repository_id_str
spelling ASPECTOS FILOSÓFICOS E PSICOLÓGICOS DAS PUNIÇÕES: reunindo algumas peças do quebra-cabeçaSanção. Punição. Filosofia. Psicologia. Direito.O emprego de sanções é corriqueiro e geralmente associado a uma expectativa de se aumentar a força normativa das regras. Alguns experimentos confirmam essa intuição e indicam que punições fazem com que as pessoas cooperem mais. Filósofos, no entanto, debatem, sem consenso, sobre quais devem ser os propósitos das punições. A despeito da discussão normativa, estudos psicológicos apontam para uma tendência punitiva retributivista no julgamento das pessoas comuns. Além disso, a psicologia tem apontado para algumas assimetrias no comportamento punitivo, como a diferença de preferências na escolha das pessoas na projeção das normas e no seu julgamento; a influência dos juízos morais na atribuição de intencionalidade para os julgamentos punitivos; e certas perplexidades envolvendo punição de acidentes. O filósofo do direito deveria fazer um esforço para integrar as diferentes informações sobre as punições para fornecer uma explicação mais adequada do fenômeno jurídico e para construir teorias normativas mais factíveis. PALAVRAS-CHAVE: Sanção. Punição. Filosofia. Psicologia. Direito. PHILOSOPHICAL AND PSYCHOLOGICAL ASPECTS OF PUNISHMENTS: Gathering some Pieces of the Puzzle Noel Struchiner Pedro H. V. Chrismann The use of sanctions is a commonplace and it is usually associated with an expectation to increase the strength of a rule’s normative force. Some experiments confirm this intuition and indicate that punishments make people cooperate more. Philosophers, however, debate without consensus on what should be the purpose of punishment. Despite the normative discussion, psychological studies show that ordinary people tend to make retributivist judgments. Moreover, psychology has pointed out some asymmetries in punitive behavior, such as the difference in people’s standpoints when projecting norms and when they must apply the same norms; the influence of moral judgments in assigning intentionality in punitive judgments; and the perplexities involving punishment of accidents. The philosopher of law should aim at achieving an integrative view of the different information concerning punishment both to describe law more adequately and to construct a viable normative theory of law. KEYWORDS: Sanction. Punishment. Philosophy. Psychology. Law ASPECTS PHILOSOPHIQUES ET PSYCHOLOGIQUES DES SANCTIONS: réunissant quelques pièces du puzzle Noel Struchiner Pedro H. V. Chrismann Le recours à des sanctions est courant et généralement associé à une attente qui se veut d’augmenter la force normative des règles. Certaines expériences confirment cette intuition et indiquent que les punitions font en sorte que les personnes coopèrent plus. Les philosophes débattent cependant, sans en arriver à un consensus, sur les propos des punitions. En dépit d’un débat normatif, des études psychologiques démontrent que, dans leur jugement, les personnes communes ont une tendance punitive capable de rétribution. De plus, la psychologie nous rend attentifs à certaines asymétries dans le comportement punitif, comme la différence de préférences dans le choix des personnes pour la projection de normes et dans le jugement de celles-ci ; l’influence des jugements moraux dans l’attribution de l’intentionnalité pour les jugements punitifs et une certaine perplexité autour des accidents impliquant une punition. Le philosophe du droit devrait faire l’effort d’intégrer les différentes informations concernant les peines afin de fournir une explication plus adéquate du phénomène juridique et de construire des théories normatives plus réalisables. MOTS-CLÉS: sanction; punition; philosophie; psychologie; droit. Publicação Online do Caderno CRH no Scielo: http://www.scielo.br/ccrh  Publicação Online do Caderno CRH: http://www.cadernocrh.ufba.brUniversidade Federal da Bahia2013-07-15info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion"Avaliado pelos pares"application/pdfhttps://periodicos.ufba.br/index.php/crh/article/view/1944710.9771/ccrh.v25i2.19447Caderno CRH; v. 25 n. 2 (2012): NÚMERO ESPECIAL: Conhecimento e Ação. Coord. João Carlos Salles1983-82390103-4979reponame:Caderno CRHinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBAporhttps://periodicos.ufba.br/index.php/crh/article/view/19447/12573Struchiner, NoelH. V. Chrismann, Pedroinfo:eu-repo/semantics/openAccess2017-07-31T15:55:37Zoai:ojs.periodicos.ufba.br:article/19447Revistahttps://portalseer.ufba.br/index.php/crh/about/editorialPolicies#custom-0PUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phprevcrh@ufba.br||revcrh@ufba.br1983-82390103-4979opendoar:2017-07-31T15:55:37Caderno CRH - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false
dc.title.none.fl_str_mv ASPECTOS FILOSÓFICOS E PSICOLÓGICOS DAS PUNIÇÕES: reunindo algumas peças do quebra-cabeça
title ASPECTOS FILOSÓFICOS E PSICOLÓGICOS DAS PUNIÇÕES: reunindo algumas peças do quebra-cabeça
spellingShingle ASPECTOS FILOSÓFICOS E PSICOLÓGICOS DAS PUNIÇÕES: reunindo algumas peças do quebra-cabeça
Struchiner, Noel
Sanção. Punição. Filosofia. Psicologia. Direito.
title_short ASPECTOS FILOSÓFICOS E PSICOLÓGICOS DAS PUNIÇÕES: reunindo algumas peças do quebra-cabeça
title_full ASPECTOS FILOSÓFICOS E PSICOLÓGICOS DAS PUNIÇÕES: reunindo algumas peças do quebra-cabeça
title_fullStr ASPECTOS FILOSÓFICOS E PSICOLÓGICOS DAS PUNIÇÕES: reunindo algumas peças do quebra-cabeça
title_full_unstemmed ASPECTOS FILOSÓFICOS E PSICOLÓGICOS DAS PUNIÇÕES: reunindo algumas peças do quebra-cabeça
title_sort ASPECTOS FILOSÓFICOS E PSICOLÓGICOS DAS PUNIÇÕES: reunindo algumas peças do quebra-cabeça
author Struchiner, Noel
author_facet Struchiner, Noel
H. V. Chrismann, Pedro
author_role author
author2 H. V. Chrismann, Pedro
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Struchiner, Noel
H. V. Chrismann, Pedro
dc.subject.por.fl_str_mv Sanção. Punição. Filosofia. Psicologia. Direito.
topic Sanção. Punição. Filosofia. Psicologia. Direito.
description O emprego de sanções é corriqueiro e geralmente associado a uma expectativa de se aumentar a força normativa das regras. Alguns experimentos confirmam essa intuição e indicam que punições fazem com que as pessoas cooperem mais. Filósofos, no entanto, debatem, sem consenso, sobre quais devem ser os propósitos das punições. A despeito da discussão normativa, estudos psicológicos apontam para uma tendência punitiva retributivista no julgamento das pessoas comuns. Além disso, a psicologia tem apontado para algumas assimetrias no comportamento punitivo, como a diferença de preferências na escolha das pessoas na projeção das normas e no seu julgamento; a influência dos juízos morais na atribuição de intencionalidade para os julgamentos punitivos; e certas perplexidades envolvendo punição de acidentes. O filósofo do direito deveria fazer um esforço para integrar as diferentes informações sobre as punições para fornecer uma explicação mais adequada do fenômeno jurídico e para construir teorias normativas mais factíveis. PALAVRAS-CHAVE: Sanção. Punição. Filosofia. Psicologia. Direito. PHILOSOPHICAL AND PSYCHOLOGICAL ASPECTS OF PUNISHMENTS: Gathering some Pieces of the Puzzle Noel Struchiner Pedro H. V. Chrismann The use of sanctions is a commonplace and it is usually associated with an expectation to increase the strength of a rule’s normative force. Some experiments confirm this intuition and indicate that punishments make people cooperate more. Philosophers, however, debate without consensus on what should be the purpose of punishment. Despite the normative discussion, psychological studies show that ordinary people tend to make retributivist judgments. Moreover, psychology has pointed out some asymmetries in punitive behavior, such as the difference in people’s standpoints when projecting norms and when they must apply the same norms; the influence of moral judgments in assigning intentionality in punitive judgments; and the perplexities involving punishment of accidents. The philosopher of law should aim at achieving an integrative view of the different information concerning punishment both to describe law more adequately and to construct a viable normative theory of law. KEYWORDS: Sanction. Punishment. Philosophy. Psychology. Law ASPECTS PHILOSOPHIQUES ET PSYCHOLOGIQUES DES SANCTIONS: réunissant quelques pièces du puzzle Noel Struchiner Pedro H. V. Chrismann Le recours à des sanctions est courant et généralement associé à une attente qui se veut d’augmenter la force normative des règles. Certaines expériences confirment cette intuition et indiquent que les punitions font en sorte que les personnes coopèrent plus. Les philosophes débattent cependant, sans en arriver à un consensus, sur les propos des punitions. En dépit d’un débat normatif, des études psychologiques démontrent que, dans leur jugement, les personnes communes ont une tendance punitive capable de rétribution. De plus, la psychologie nous rend attentifs à certaines asymétries dans le comportement punitif, comme la différence de préférences dans le choix des personnes pour la projection de normes et dans le jugement de celles-ci ; l’influence des jugements moraux dans l’attribution de l’intentionnalité pour les jugements punitifs et une certaine perplexité autour des accidents impliquant une punition. Le philosophe du droit devrait faire l’effort d’intégrer les différentes informations concernant les peines afin de fournir une explication plus adéquate du phénomène juridique et de construire des théories normatives plus réalisables. MOTS-CLÉS: sanction; punition; philosophie; psychologie; droit. Publicação Online do Caderno CRH no Scielo: http://www.scielo.br/ccrh  Publicação Online do Caderno CRH: http://www.cadernocrh.ufba.br
publishDate 2013
dc.date.none.fl_str_mv 2013-07-15
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
"Avaliado pelos pares"
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://periodicos.ufba.br/index.php/crh/article/view/19447
10.9771/ccrh.v25i2.19447
url https://periodicos.ufba.br/index.php/crh/article/view/19447
identifier_str_mv 10.9771/ccrh.v25i2.19447
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://periodicos.ufba.br/index.php/crh/article/view/19447/12573
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Bahia
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Bahia
dc.source.none.fl_str_mv Caderno CRH; v. 25 n. 2 (2012): NÚMERO ESPECIAL: Conhecimento e Ação. Coord. João Carlos Salles
1983-8239
0103-4979
reponame:Caderno CRH
instname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron:UFBA
instname_str Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron_str UFBA
institution UFBA
reponame_str Caderno CRH
collection Caderno CRH
repository.name.fl_str_mv Caderno CRH - Universidade Federal da Bahia (UFBA)
repository.mail.fl_str_mv revcrh@ufba.br||revcrh@ufba.br
_version_ 1799699054664351744