A poeira do passado: Tempo, saudade e cultura material
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Livro |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC) |
Texto Completo: | http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/10247 |
Resumo: | Seria injusto concluir que Benjamin sintetize, desse modo, a sua teoria da memória, embora esteja aí uma espécie de densidade concentrada do seu pensamento, em tom didático e enigmático, como era de seu gosto. Certamente será melhor chamar a suposta síntese com um termo que lhe era especialmente significativo: “tempo saturado de agoras”. O trecho abre um dos capítulos de Infância em Berlim por volta de 1900 e prepara a narrativa de sua lembrança sobre um jogoinfantil. Trata-se de parte decisiva, sobretudo incisiva, das reflexões de Benjamin a respeito dos engates da cultura material com dispositivos da lembrança e do esquecimento — dimensões da experiência em constante estado de interação. Aí, estão em evidência a ponte e o abismo, a recordação de uma infância que não volta mais e o brinquedo lembrado com saudade. E quem detona o processo não é somente o sujeito, mas também o objeto — o artefato material, em seu poder de evocação do passado e, mais especificamente, em sua promessa nunca realizada de suprir as carências do presente. O presente, afinal, faz-se em ausências nem sempre identificadas ou identificável. |
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