Otelo: perspectivas feministas e pós-coloniais.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: ARCELA, Pedro Gomes
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/18295
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo analisar a peça Otelo (1604), de William Shakespeare (15641616), tanto pela uma perspectiva feminista quanto pela pós-colonial, com foco no debate sobre papéis de gênero e a construção do outro na visão imperialista. Para o estudo, foi utilizado o suporte teórico de autores, tais como, Ashcroft et al (2004), Bartels (1990), Fanon (2008), Woolf (2019), dentre outros. Na obra, o personagem Otelo é um mouro, um termo vago que designa tanto um negro quanto um muçulmano, inserido na sociedade europeia, que se vê pego em uma trama pelo seu confidente Iago, criando dúvidas sobre a fidelidade de sua esposa, Desdêmona, uma mulher branca e de classe alta, supostamente por inveja da posição privilegiada que o mesmo teria conquistado como estrangeiro. A tragédia da peça se dá pela sua inocência e ciúmes de Otelo, ao mesmo tempo em que a construção do seu arco pode ser encarada como a regressão de sua verdadeira natureza, na pela perspectiva europeia. Por sua vez, Desdêmona é uma personagem apresentada como transgressora ao desafiar os desejos do seu pai e se casar com um mouro, além de demonstrar autonomia em sua relação com Otelo, mas que logo enfrenta a dualidade entre ser uma mulher e uma esposa; eventualmente optando por total submissão ao seu marido. Num período em que Europa desbravava os mares por interesse comerciais, a exploração tomava a forma de ideologias imperialistas, subjugando outros povos e implantando a mentalidade de que os mesmos deveriam buscar uma suposta superioridade ao abraçarem valores eurocentristas. No seu profundo entendimento da psiqué humana, Shakespeare criou uma obra que é um reflexo da sua época, mas que, ao mesmo tempo, há espaço para questionamentos pós-colonialistas e feministas pela complexidade de seus personagens.
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