Conflito, barganha e resistência indígena na Ribeira do Jaguaribe no século XVII.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
Texto Completo: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34597 |
Resumo: | A conquista dos sertões da Capitania do Ceará se deu cerca de um século depois do início da ocupação do litoral de outras capitanias da colônia. Ela se processou principalmente através do avanço dos currais de gado pelas margens dos principais rios da região. Entre eles, e de forma pioneira, o rio Jaguaribe, partindo da barra em direção à nascente, durante o século XVII. Um processo longo e violento marcado por diversas lutas armadas, mas também por barganhas e alianças entre os diferentes grupos envolvidos nas querelas. Diversos grupos indígenas ocupavam as diversas regiões ao longo do rio Jaguaribe e estabeleciam diferentes tipos de relações uns com os outros. Relações estas que eram, em alguns momentos, amigáveis e em outros, conflituosas. O mesmo é válido, também, para aquelas estabelecidas com os colonizadores europeus, não apenas os portugueses, mas também os holandeses, que ocuparam a costa cearense. Por outro lado, os colonizadores também tinham interesses vários e muitas vezes divergentes em relação às novas terras e aos nativos nelas presentes. Dessa forma, criadores de gado, missionários religiosos e bandeirantes chegaram a disputar direitos junto à coroa para obter prioridade para seus interesses. Considerando a heterogeneidade dos povos nativos que habitavam as extensas margens do rio Jaguaribe e os interesses nem sempre convergentes dos colonizadores (fazendeiros, missionários e bandeirantes), este trabalho tem por objetivo discutir as relações estabelecidas na ribeira do Jaguaribe durante o século XVII, abordando o evento conhecido na historiografia indígena como Guerra dos Bárbaros, destacando os jogos de interesses praticados por cada um desses grupos. A Guerras dos Bárbaros se apresenta, ainda hoje, como um episódio pouco explorado pela historigrafia brasileira, principalmente os conflitos que tiveram como campo de batalha as terras da capitania do Ceará. Pouco ainda foi explorado sobre a participação da nação tapuia Paiacu, que é retratada nos livros como um dos mais violentos grupos autóctones do nordeste. Busca-se, pois, explorar um pouco mais sobre sua participação no processo de conquista/resistência dos sertões cearenses. |
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Conflito, barganha e resistência indígena na Ribeira do Jaguaribe no século XVII.Conflict, bargaining and indigenous resistance in Ribeira do Jaguaribe in the 17th century.IndígenasResistência indígenaRibeira do Jaguaribe - século XVIIBrasil colonial - resistência indígenaCapitania do CearáRio Jaguaribe - CE - resistência indígenaHistória indígena - CearáHistória do Ceará colonialCriadores de gado - Capitania do CearáSertões cearensesIndigenousIndigenous resistanceRibeira do Jaguaribe - 17th centuryColonial Brazil - indigenous resistanceCaptaincy of CearáJaguaribe River - CE - indigenous resistanceIndigenous history - CearáHistory of colonial CearáCattle breeders - Captaincy of CearáSertões of CearáHistória.A conquista dos sertões da Capitania do Ceará se deu cerca de um século depois do início da ocupação do litoral de outras capitanias da colônia. Ela se processou principalmente através do avanço dos currais de gado pelas margens dos principais rios da região. Entre eles, e de forma pioneira, o rio Jaguaribe, partindo da barra em direção à nascente, durante o século XVII. Um processo longo e violento marcado por diversas lutas armadas, mas também por barganhas e alianças entre os diferentes grupos envolvidos nas querelas. Diversos grupos indígenas ocupavam as diversas regiões ao longo do rio Jaguaribe e estabeleciam diferentes tipos de relações uns com os outros. Relações estas que eram, em alguns momentos, amigáveis e em outros, conflituosas. O mesmo é válido, também, para aquelas estabelecidas com os colonizadores europeus, não apenas os portugueses, mas também os holandeses, que ocuparam a costa cearense. Por outro lado, os colonizadores também tinham interesses vários e muitas vezes divergentes em relação às novas terras e aos nativos nelas presentes. Dessa forma, criadores de gado, missionários religiosos e bandeirantes chegaram a disputar direitos junto à coroa para obter prioridade para seus interesses. Considerando a heterogeneidade dos povos nativos que habitavam as extensas margens do rio Jaguaribe e os interesses nem sempre convergentes dos colonizadores (fazendeiros, missionários e bandeirantes), este trabalho tem por objetivo discutir as relações estabelecidas na ribeira do Jaguaribe durante o século XVII, abordando o evento conhecido na historiografia indígena como Guerra dos Bárbaros, destacando os jogos de interesses praticados por cada um desses grupos. A Guerras dos Bárbaros se apresenta, ainda hoje, como um episódio pouco explorado pela historigrafia brasileira, principalmente os conflitos que tiveram como campo de batalha as terras da capitania do Ceará. Pouco ainda foi explorado sobre a participação da nação tapuia Paiacu, que é retratada nos livros como um dos mais violentos grupos autóctones do nordeste. Busca-se, pois, explorar um pouco mais sobre sua participação no processo de conquista/resistência dos sertões cearenses.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilUFCG20092024-02-19T18:53:42Z2024-02-192024-02-19T18:53:42Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjecthttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34597VICENTE, Marcos Felipe; APOLINÁRIO, Juciene Ricarte. Conflito, barganha e resistência indígena na Ribeira do Jaguaribe no século XVII. In: I Seminário Nacional Fontes Documentais e Pesquisa Histórica: Diálogos Interdisciplinares. GT 16 - História Indígena: Fontes Documentais e Diálogos Interdisciplinares. Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), 1º, 2009. Anais [...]. Campina Grande - PB, 2009. p. 1-12. ISSN: 2176 4514. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34597porVICENTE, Marcos Felipe.APOLINÁRIO, Juciene Ricarte.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCGinstname:Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)instacron:UFCG2024-02-19T18:54:05Zoai:localhost:riufcg/34597Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.ufcg.edu.br/PUBhttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/oai/requestbdtd@setor.ufcg.edu.br || bdtd@setor.ufcg.edu.bropendoar:48512024-02-19T18:54:05Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)false |
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