Crise hídrico-sanitária: como chegamos a esse ponto?

• Autor(a) principal: SILVA, José Irivaldo Alves Oliveira.
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Capítulo de livro
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/33524
• topic: Direito Ambiental; Crise hídrico-sanitária; Recursos hídricos; Acesso à água - dados mundiais; Estresse hídrico; Governança da água; Saneamento; Crise da água; Dano ambiental à água; Direito à água; Saúde e acesso à água; Environmental Law; Water and health crisis; Water resources; Access to water - global data; Hydrical stress; Water governance; Sanitation; Water crisis; Environmental damage to water; Right to water; Health and access to water; Direito.

Vive-se um momento paradigmático no planeta em que uma pandemia põe em destaque o cenário de crises que se vivencia como resultante de um modo de vida deletério das condições de sobrevivência de toda forma de vida. Entretanto, sabe-se que não foi a primeira tão pouco a última pandemia. Nesse contexto de uma crise global que envolve um dilema já conhecido entre crescer com menos recursos, cuidando do planeta para que haja as condições objetivas de vida, e manter um estilo de vida baseada em uma matriz de consumo exacerbado, a água ressurge no epicentro da maior crise dos próximos anos, a crise hídrico-sanitária. Essa crise hídrico-sanitária nada mais é que a escassez de água e a baixa capacidade dos países em tratar os resíduos provenientes do uso desse líquido na agricultura, indústrias e nas casas. Com toda razão as pessoas estão preocupadas com uma pandemia como a do Covid 19. Entretanto, essa última crise citada é, segundo os fundamentos que serão apresentados, a maior delas e que tem relação direta com a qualidade ambiental e saúde de todas as formas de vida sobre a Terra. Desse modo, há uma relação direta entre qualidade da água, dos esgotos e a saúde do planeta. Isso fica mais claro ao se visualizara o processo de produção de água no planeta como sendo um ciclo que depende do solo, das florestas, do mar e da intervenção humana na construção de infra-estruturas capazes de depurar a água utilizada para os mais diversos fins. Nesse contexto, o que mais preocupa é a produção de alimento com o uso de agrotóxicos e que consome 70% da água doce disponível, que já representa apenas 2,8% do total das águas no planeta, representando a poluição difusa que ainda é de difícil eliminação. Para além disso, tem-se uma outra crise que tem relação com o estoque de água no planeta, a crise climática, que acaba sendo mais um elo dessa teia de crises que caracteriza a existência aqui na Terra. Isto posto, o problema que será abordado no presente capítulo é de que forma chegou-se a esse ponto da crise? Para isso, ter-se-á como objetivos caracterizar uma crise hídricosanitária sem precedentes apesar de toda a tecnologia existente; apontar causas e efeitos dessa crise; e apresentar essa crise como o epicentro de uma crise de sobrevivência. Trata-se de um trabalho baseado em pesquisa bibliográfica e documento sob o método dedutivo.