Entre imagens e afetos: trajetórias e memórias de fotopinturas.

• Autor(a) principal: SARMENTO, Poliana de Albuquerque.
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/8740
• topic: Fotopintura; Negociação; Produção; Técnicas e memória; Photopainting; Negotiation; Production; Techniques and Memory; História.

A presente comunicação apresenta o resultado de pesquisa acerca de um conjunto de fotopinturas pertencentes a acervos privados na cidade de Vieirópolis, Paraíba. Apesar de hoje ser comum encontrar exemplares de fotopintura nas residências da região Nordeste, cabe destacar que a técnica se espalhou por várias regiões do Brasil, sendo até muito apreciada por D. Pedro II e sua família. O elemento de destaque neste tipo de produção é justamente o acréscimo de cor nas imagens, algo que o registro fotográfico ainda não tinha o poder de fazê- lo, já que originalmente existiam apenas fotos na coloração preto e branco, aproximando esses retratos das pinturas e popularizando-os. Nessa pesquisa analisamos um conjunto de fotopinturas encontrado em residências na cidade de Vieirópolis, alto sertão paraibano. Procuramos entender a produção, circulação e os processos de negociação que permitem a encomenda e, posteriormente, a produção das fotopinturas, além de investigar as memórias construídas a partir dos exemplares. No conjunto de imagens analisadas encontramos fotopinturas de casais e retratos individuais, em sua maioria produzida após a morte dos retratados. Sendo assim, a partir da análise desse acervo e dos relatos de seus proprietários, foi possível constatar padrões específicos deste tipo de produção, como também alterações realizadas no retrato original, por exemplo, nas roupas, cabelos, joias, cores e, ainda, rejuvenescendo o retratado, sendo este último aspecto muito importante, uma vez que se desejava “corrigir suas imperfeições”. Em alguns casos, é o único registro existente da pessoa retratada, pois o acesso à fotografia era difícil, e muitas famílias não tinham condições econômicas para se retratarem com frequência. Sendo assim, baseamos nosso estudo na sociologia da arte de Sérgio Micelli, onde partimos de uma análise profunda das imagens, buscando suas origens, os motivos da encomenda, os padrões, e ainda, utilizamos os estudos de Boris Kossoy, relacionando assim as fotografias as suas memórias, uma vez que as imagens são fonte de afeto e de lembranças, bem como salientando a importância de pesquisas utilizando-se da iconografia em suas variadas modalidades como fontes, e neste caso em especial, as fotopinturas.