No balançar das asas que criam movimentos para a vida: possibilidades de autonomia construídas na relação entre cuidadores de serviços residenciais terapêuticos.

• Autor(a) principal: SILVA, Caio Cesar Winker e.
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/14839
• topic: Serviços residenciais terapêuticos; Programa de Volta Para Casa; Cuidadores - Saúde; Autonomia de indivíduos - Psicologia; Análise Institucional; Pesquisa-intervenção; Observação participante; Diário de campo; Cuidadores - Serviços residenciais terapêuticos; Política de saúde mental; Saúde mental - Serviços residenciais terapêuticos; Rede de Atenção Psicossocial; Therapeutic Home Services; Caregivers - Health; Autonomy of individuals - Psychology; Research-intervention; Participant observation; Caregivers - Therapeutic Home Services; Mental health policy; Mental health - Therapeutic residential services; Programa Regreso a Casa; Cuidadores - Salud; Autonomía de los individuos - Psicología; Investigación de intervención; Observación del participante; Política de salud mental; Salud mental - Servicios residenciales terapéuticos; Red de Atención Psicosocial; Psicologia

O presente trabalho foi realizado enquanto recorte do projeto de pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) intitulado: “O Programa De Volta Para Casa e a desinstitucionalização: o impacto na vida cotidiana dos beneficiários”. Ancorados pela pesquisa supracitada, tivemos a pretensão de analisar em que medida a relação estabelecida entre cuidadores que atuam nos Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs) e moradores destes espaços, beneficiários do Programa de Volta Para Casa (PVC), produz efeitos na construção de autonomia dos últimos. Compreendemos a realização desse trabalho como fundamental para evidenciar a importância dos serviços e dispositivos da Rede de Atenção Psicossocial, principalmente pelo momento de retrocessos com relação aos princípios da Reforma Psiquiátrica brasileira devido a ofensivas políticas de um “novo” movimento conservador. Para alcançar nosso objetivo lançamos mão das perspectivas metodológicas da Análise Institucional e da Pesquisa-Intervenção, as quais nortearam o olhar do pesquisador em campo e trouxeram vida para a compreensão e análise dos acontecimentos produzidos a partir da relação cotidiana com os sujeitos envolvidos na pesquisa, a saber: dois egressos do Hospital Psiquiátrico João Ribeiro, beneficiários do PVC, que atualmente moram em SRTs localizados em Campina Grande-PB, seus companheiros de residência e três dos seus cuidadores. Em campo, a pesquisa teve duração de quatro meses, período no qual realizamos um total de dezesseis encontros. Para a construção do material empírico da pesquisa, recorremos aos seguintes instrumentos metodológicos de pesquisas qualitativas: observação participante, diários de campo e entrevistas semiestruturadas. Na direção de realizar a análise de tal material, partimos, substancialmente, do olhar do pesquisador em campo, dos encontros, dos afetos, das relações construídas a partir do plano experiencial, para a organização de três categorias diretamente relacionadas: a primeira referente aos SRTs, à segunda ao PVC e a terceira voltada para a relação cuidador-morador. De modo geral, apontamos para a indispensabilidade de repensar algumas práticas de cuidado dentro dos Serviços Residenciais Terapêuticos, na tentativa de tornar as relações mais horizontalizadas, bem como a realização de espaços de diálogo entre gestão, cuidadores e moradores, como as assembleias propostas pela própria política de saúde mental como dispositivo de empoderamento dos moradores, junto à necessidade de discussões e capacitações permanentes com relação ao PVC, principalmente com os cuidadores, objetivando a real efetivação da desinstitucionalização e da reabilitação psicossocial, questões fundamentais com relação ao Programa e para esses moradores. A conclusão desse trabalho não se esgota aqui e consideramos que no âmbito da saúde mental todas as contradições tornam-se necessárias para que sejam possibilitadas novas reflexões, buscando sempre outras formas de cuidado que não sejam instituídas como práticas engessadas no tempo.