Uma narrativa da escolarização de meninos negros na Escola Central de Maceió: trabalho, instrução e civilização (1887-1893).

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: SILVA, Marcondes dos Santos.
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/35168
Resumo: O construto tem como proposta apresentar uma discussão em torno da escolarização de meninos negros na Escola Central de Maceió no Império. A referida instituição foi fundada em 22 de abril de 1887, por iniciativa da Sociedade Libertadora Alagoana. A sua criação foi um dos desdobramentos do projeto de lei apresentado na Câmara dos Deputados em 12 de maio de 1871, sendo promulgada posteriormente em 28 de setembro do mesmo ano, como a Lei nº 2. 040 nominada de Lei do Ventre Livre. O escopo dessa instituição, sob a organização dos intelectuais abolicionistas da Sociedade, era o de escolarizar os meninos negros nascidos livres do ventre escravo. A partir disto, os objetivos do texto incide em: descrever o cenário histórico em que a Escola Central de Maceió foi gestada; traçar os interesses político-ideológicos das elites que justificaram a necessidade de criação da instituição; reconstruir a partir dos indícios alguns traços da cultura escolar da Escola Central de Maceió; e por fim problematizar o papel da instituição na formação profissional de meninos negros. Definidos os objetivos, considerase que a pertinência deste estudo reside em dar visibilidade a um projeto educacional pensado para a população negra livre como um meio de viabilizar o seu acesso ao universo elementar das letras, mas, sobretudo ao aprendizado de um ofício. Somado a isto, a discussão contribuirá para ratificar a tese de que a população negra livre, conseguiu lograr os bancos escolares das instituições de ensino e, assim continuar desmistificando a falácia de que na história da educação brasileira e, em especial a história da educação alagoana não houve casos de sujeitos negros que dominaram a escrita e leitura dentro dos seus limites. As oficinas ofertadas eram: marcenaria, sapataria, carpintaria, alfaiataria e tipografia. Os sujeitos ali matriculados eram submetidos ao regime de externato ou internato. Nas oficinas era ministrado os saberes de Física e Botânica com aplicação na produção de artefatos fabris que eram confeccionados pelos meninos e revertido em verbas para a escola. Logo, entende-se que a finalidade pedagógica era iniciar precocemente esses meninos no trabalho a fim de garantir o controle social sobre eles Entre 1893 a 1894 a Escola Central fecha as suas portas, pois nesse período o governo provincial tinha a pretensão de unificá-la com mais duas instituições, o Liceu de Artes e Ofícios e o Colégio Orfanológico, como meio de reter os gastos públicos. O eixo temático que se enquadra esse texto é o GT 8, História da Educação: trilhas investigativas, indícios de pesquisa, fontes e arquivos.
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