Psicolinguística da Metáfora: O processamento da familiaridade em PB

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Gladiston Alves da
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28628
Resumo: Quem, afinal, comanda ou tem maior relevância no processamento de metáforas? A convencionalidade e a familiaridade, nesta pesquisa, disputam esse título. Aqui, pretende-se apontar qual delas serve de gatilho para acelerar ou atrasar esse processo cognitivo. Os estudos realizados sobre a psicolinguística da metáfora, soberanamente, elegeram a convencionalidade como porta de entrada para a compreensão do referido processamento. Essa relevância da convencionalidade está apontada em trabalhos como de Janus e Bever (1985), Glucksberg (1982; 2003), Bowdle e Gentner (2005), Ricci (2016), entre outros estudos. Entretanto, quando compreendemos que a convencionalidade está ligada diretamente ao veículo metafórico, pois é esta palavra que ganhou polissemia para significar algo literalmente e, ao mesmo tempo, algo metaforicamente, então, passa-se a questionar essa primazia. Isso ocorre porque, de certa forma, a familiaridade está diretamente ligada com a expressão metafórica ouvida/lida, envolvendo, desse modo, todas as palavras vinculadas à frase em questão e não a uma palavra especificamente. Esse dado indica que a familiaridade possui uma significância muito mais elevada do que aquela que vem sendo traçada na literatura e, por isso, não pode ser desprezada nos nossos estudos. A familiaridade está apoiada, principalmente, na interação entre as pessoas onde a língua é usada de forma pragmática com o objetivo de facilitar o processo de comunicação. Silva (2018; 2019) já discutia esse tema e alegava que a familiaridade interferia na compreensão das metáforas, sendo capaz de mudar seu modo de processamento. Resgatando esse estudo de Silva (2018; 2019) e, tendo como base, dois experimentos de leitura segmentada autocadenciada, um sem a presença de contexto e outro com a presença de contexto, os leitores foram expostos às frases metafóricas ranqueadas por Ricci (2016) e que, segundo o ranqueamento, apresentavam, ao mesmo tempo, alta convencionalidade e baixa familiaridade (+C-F), por exemplo ‘alguns carros são abacaxis’, de um lado, e, do outro lado, baixa convencionalidade e alta familiaridade (-C+F), por exemplo, ‘algumas frases são pérolas’. O resultado apontou que o controle efetivo do processamento da metáfora recai sobre a familiaridade da expressão metafórica e não sobre a convencionalidade do veículo, como vem sendo apontado pela maioria dos teóricos da área, uma vez que o maior ou menor custo de processamento ficava dependente da maior ou menor familiaridade da expressão.
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Entretanto, quando compreendemos que a convencionalidade está ligada diretamente ao veículo metafórico, pois é esta palavra que ganhou polissemia para significar algo literalmente e, ao mesmo tempo, algo metaforicamente, então, passa-se a questionar essa primazia. Isso ocorre porque, de certa forma, a familiaridade está diretamente ligada com a expressão metafórica ouvida/lida, envolvendo, desse modo, todas as palavras vinculadas à frase em questão e não a uma palavra especificamente. Esse dado indica que a familiaridade possui uma significância muito mais elevada do que aquela que vem sendo traçada na literatura e, por isso, não pode ser desprezada nos nossos estudos. A familiaridade está apoiada, principalmente, na interação entre as pessoas onde a língua é usada de forma pragmática com o objetivo de facilitar o processo de comunicação. Silva (2018; 2019) já discutia esse tema e alegava que a familiaridade interferia na compreensão das metáforas, sendo capaz de mudar seu modo de processamento. Resgatando esse estudo de Silva (2018; 2019) e, tendo como base, dois experimentos de leitura segmentada autocadenciada, um sem a presença de contexto e outro com a presença de contexto, os leitores foram expostos às frases metafóricas ranqueadas por Ricci (2016) e que, segundo o ranqueamento, apresentavam, ao mesmo tempo, alta convencionalidade e baixa familiaridade (+C-F), por exemplo ‘alguns carros são abacaxis’, de um lado, e, do outro lado, baixa convencionalidade e alta familiaridade (-C+F), por exemplo, ‘algumas frases são pérolas’. O resultado apontou que o controle efetivo do processamento da metáfora recai sobre a familiaridade da expressão metafórica e não sobre a convencionalidade do veículo, como vem sendo apontado pela maioria dos teóricos da área, uma vez que o maior ou menor custo de processamento ficava dependente da maior ou menor familiaridade da expressão.Which one, after all, commands or has greater relevance in the processing of metaphors? Conventionality and familiarity, in this research, dispute that title. Here, it is intended to point out which of them serves as a trigger to accelerate or delay this cognitive process. Studies carried out on the psycholinguistics of metaphor have chosen conventionality as a gateway to understanding processing. The relevance of conventionality is highlighted in works such as Janus and Bever (1985), Glucksberg (2003), Bowdle and Gentner (2005), Ricci (2016), among other studies. However, when we understand that conventionality is directly related to the metaphorical vehicle, as it is this word that has gained polysemy to mean something literally and, at the same time, something metaphorically, then this primacy starts to be questioned. Because, in a way, familiarity is related to the metaphorical expression or life/read, in view, in this way, all the words related to that in question and not a specifically related phrase. This data indicates that familiarity has a much deeper significance than what has been outlined in the literature and, therefore, cannot be neglected in our studies. Familiarity is mainly in the interaction between people as the language is used pragmatically in order to facilitate the communication process. Silva (2018; 2019) has already discussed this topic and claimed that familiarity interfered with the understanding of metaphors, being able to change their way of processing. Rescuing this study by Silva (2018; 2019) and, based on two self-paced segmented reading experiments, one without the presence of context and the other with the presence of context, readers were exposed to the metaphorical phrases ranked by Ricci (2016) and that, according to the ranking, an example was presented, at the same time, of high conventionality and low familiarity (+C-F), for 'some cars are pineapples', on the one hand, and, on the other hand, low conventionality and high familiarity ( -C +F), eg 'some sentences are pearls'. The result most of the greater importance or greater control over the processing of the metaphor falls on the conventionality of the metaphorical expression and not on the conventionality by most theoretical vehicles, as has been indicated by most theorists or less, since the cost processing is constant in the area of greater or lesser familiarity of the expression.225 p.Kenedy, EduardoSilva, Gladiston Alves da2023-04-27T12:39:08Z2023-04-27T12:39:08Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfSILVA, Gladiston Alves da. Psicolinguística da Metáfora: O processamento da familiaridade em PB. 2022. 225 f. Tese (Doutorado em Estudos de Linguagem) - Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem, Instituto de Letras, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2022.http://app.uff.br/riuff/handle/1/28628CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2023-04-27T12:39:12Zoai:app.uff.br:1/28628Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202023-04-27T12:39:12Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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