A palavra perplexa: experiência histórica e poesia no Brasil nos anos 70
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | http://app.uff.br/riuff/handle/1/26988 |
Resumo: | Este trabalho busca compreender a experiência histórica no Brasil nos anos 70, propondo a poesia escrita sob a ditadura militar então vigente como fonte de pesquisa. Trata-se de um estudo de história da cultura que mergulha dentro da dicção poética para dali extrair indícios acerca da experiência e do modo como a história foi vista e sentida. As reflexões teóricas se fazem em torno de conceitos pertinentes e questões problemáticas da relação entre poesia e história na modernidade, bem como do significado de experiência histórica. Cruzando as características do contexto histórico com a interpretação de poemas, o estudo discute o ano de 1968 como um marco especial na cultura brasileira e analisa as principais vozes poéticas do período: a voz interrompida e subterrânea dos poetas que fariam a transição do tropicalismo à poética da experiência, em meio a uma efervescência cultural cortada de forma traumática e a novas questões colocadas aos sujeitos e à linguagem a partir do endurecimento do regime militar; as vozes sufocadas do que se chamou de poesia “marginal”, marcada pela produção e distribuição alternativa de libretos poéticos, numa resistência problemática contra a indústria cultural e o regime político, encontrando na metáfora da asfixia uma das principais imagens para designar o sofrimento vivido por diversos setores sociais, em diálogo com a crise do nacional-desenvolvimentismo e da modernidade no Brasil; as vozes presas daqueles que foram calados, encarcerados e torturados, cuja poesia testemunha a ruptura ética ocorrida no país sob o terrorismo de Estado e a dialética da memória e do esquecimento em situações derivadas de traumas históricos. Em linhas gerais, as imagens poéticas apontam a condição intervalar desta lírica, a incomensurabilidade do processo de mudança na experiência histórica ao longo da década e a perplexidade dele decorrente, deixando rastros na cultura brasileira. |
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Cruzando as características do contexto histórico com a interpretação de poemas, o estudo discute o ano de 1968 como um marco especial na cultura brasileira e analisa as principais vozes poéticas do período: a voz interrompida e subterrânea dos poetas que fariam a transição do tropicalismo à poética da experiência, em meio a uma efervescência cultural cortada de forma traumática e a novas questões colocadas aos sujeitos e à linguagem a partir do endurecimento do regime militar; as vozes sufocadas do que se chamou de poesia “marginal”, marcada pela produção e distribuição alternativa de libretos poéticos, numa resistência problemática contra a indústria cultural e o regime político, encontrando na metáfora da asfixia uma das principais imagens para designar o sofrimento vivido por diversos setores sociais, em diálogo com a crise do nacional-desenvolvimentismo e da modernidade no Brasil; as vozes presas daqueles que foram calados, encarcerados e torturados, cuja poesia testemunha a ruptura ética ocorrida no país sob o terrorismo de Estado e a dialética da memória e do esquecimento em situações derivadas de traumas históricos. Em linhas gerais, as imagens poéticas apontam a condição intervalar desta lírica, a incomensurabilidade do processo de mudança na experiência histórica ao longo da década e a perplexidade dele decorrente, deixando rastros na cultura brasileira.This work seeks to understand the historical experience of Brazil under military dictatorship in the 1970s by proposing written poetry as the research source material. It is a historical study of culture that delves into poetic diction to extract signs of how the experience of history was seen and felt. Theoretical reflections are made on the pertinent concepts and problematic questions of the relationship between modern poetry and History. Also, the significance of historical experience is taken into account. Crossing from the characteristics of historical context to poetry interpretation, this study discusses 1968 as the year that left a special mark on Brazilian culture and analyzes the main poetic voices of the period: the interrupted and underground voice of the poets who made the transition from Tropicalismo to the poetics of the experience, since the cultural effervescence of 1968 was traumatically throttled and new questions were put to subjectivity and to language when the military regime hardened. The suffocated voices of what is called “marginal” poetry are marked by the alternative production and distribution of poetry books, in their problematic resistance against the cultural industry and the political regime. Asphyxia became then a major to describe the suffering experienced by diverse social sectors in dialogue with the crisis of the national development and modernity in Brazil. The arrested voices of those who were silenced, imprisoned and tortured are manifest in this poetry that testifies to the rupture occurring in the country under State terrorism as well as to the dialectic of memory and forgetting in situations derived from historic traumas. By and large, the poetic images point to the “interval condition” of this lyric, facing to the incommensurability of changes in historical experience throughout the 1970s together with the general perplexity that left wakes in Brazilian culture.397 p.Mendonça , Paulo Knauss deFacina , AdrianaPedrosa , CéliaSchollhammer , Karl ErikSeligmann, MárcioVieira, Beatriz de Moraes2022-11-18T10:31:39Z2022-11-18T10:31:39Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfVIEIRA, Beatriz de Moraes. A palavra perplexa: experiência histórica e poesia no Brasil nos anos 70. 2007. 397f. 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