O espaço da escravidão: dinâmica fundiária no Vale do Mississippi (1850-1860)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Almeida, Ana Luiza de Sá Guigues
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/27828
Resumo: Este trabalho teve como objetivo geral aproximar o campo de estudos da escravidão com a Geografia, num processo interdisciplinar com a História. Seu ponto de partida foi o trabalho de Gavin Wright Slavery and American Economic Development (2006), no qual o autor, ao propor uma análise mais espacial da escravidão, desenvolveu o conceito da “geografia locacional da escravidão”. Em sua obra, numa perspectiva comparada entre Norte e Sul dos Estados Unidos, Wright argumenta que os escravos enquanto direitos de propriedade dos senhores no Sul possibilitaram a configuração de um espaço fundiário na região totalmente divergente daquele visto no Norte. No entanto, ainda que a tese do autor apresente uma perspectiva inovadora e diferenciada para os estudos sobre escravidão, seu trabalho carece de verdadeira geografia. Ao desconsiderar aspectos físico-ecológicos e o movimento de expansão territorial dos EUA no século XIX, Wright deixa escapar importantes considerações a respeito das duas regiões que se propõe a comparar. Considerando que no século XIX o Vale do Mississippi era a fronteira dos Estados Unidos, a expansão territorial do país deu-se de forma divergente entre Norte e Sul, ainda que as regiões avançassem em direção ao Oeste de forma conjunta. Nesse contexto, os ambientes naturais encontrados nas duas fronteiras foram transformados em “civilização” de formas bem distintas, consolidando regiões muito diferentes entre si ao longo do processo de colonização. Através do mapeamento das dinâmicas fundiárias no Vale do Mississippi e mantendo a perspectiva regional comparada apresentada por Wright, porém considerando também os aspectos físico-geográficos das duas regiões e os diferentes avanços na fronteira dos EUA do século XIX, este trabalho buscou então, de forma mais contundente, apresentar uma geografia da escravidão para o Sul dos Estados Unidos.
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