“Isso é coisa de menina”: a hierarquia de gênero refletida nos usos e abusos dos corpos femininos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Biasi, Ediane Albani
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS)
Texto Completo: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/4290
Resumo: O presente ensaio tem por finalidade apresentar como a nossa sociedade controla a vida privada, a sexualidade dos homens, mas especialmente das mulheres, se utilizando de vários mecanismos, seja através da religião, da medicina ou de regras sociais e culturais. Pretende explicar como se construiu culturalmente o ideário sobre a pretensa superioridade masculina, enquanto o feminino é reconhecido como frágil, cordato e submisso. Busca compreender a historicidade da luta das mulheres contra a apropriação de seus corpos e a dominação masculina, exercida sobre os mesmos. Objetiva esclarecer como o patriarcado e seus regramentos influenciaram para a construção de um “mandato de masculinidade” que domina, abusa, explora e submete as mulheres, mas que também oprime os homens, para que se enquadrem num determinado padrão de “ser homem”. Também visa demonstrar o quanto as mulheres têm sua autonomia negligenciada, impossibilitando a tomada de decisões a respeito da própria vida, do próprio corpo, enfatizando a criminalização do aborto como ponto alto desta apropriação. Ainda no que se refere a luta e resistência femininas, será revelado o exemplo do grupo “Socorristas em Rede” que desenvolve, na Argentina, um trabalho de apoio, disseminação de informação, orientação e acompanhamento de mulheres que decidem abortar de modo seguro, estando em situação de gravidez indesejada. Objetiva ainda evidenciar que, enquanto o aborto sendo criminalizado retira direitos que são fundamentais para as mulheres, a “cultura do estupro” vitimiza, sujeita e captura os corpos femininos, deixando-os à mercê da violência, da violação e da possessividade dos homens, que praticam o ato não como uma forma de obter prazer sexual apenas, mas como uma demonstração de poder o que acaba se configurando como um reforço colaborativo na manutenção da ordem patriarcal.
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Objetiva esclarecer como o patriarcado e seus regramentos influenciaram para a construção de um “mandato de masculinidade” que domina, abusa, explora e submete as mulheres, mas que também oprime os homens, para que se enquadrem num determinado padrão de “ser homem”. Também visa demonstrar o quanto as mulheres têm sua autonomia negligenciada, impossibilitando a tomada de decisões a respeito da própria vida, do próprio corpo, enfatizando a criminalização do aborto como ponto alto desta apropriação. Ainda no que se refere a luta e resistência femininas, será revelado o exemplo do grupo “Socorristas em Rede” que desenvolve, na Argentina, um trabalho de apoio, disseminação de informação, orientação e acompanhamento de mulheres que decidem abortar de modo seguro, estando em situação de gravidez indesejada. Objetiva ainda evidenciar que, enquanto o aborto sendo criminalizado retira direitos que são fundamentais para as mulheres, a “cultura do estupro” vitimiza, sujeita e captura os corpos femininos, deixando-os à mercê da violência, da violação e da possessividade dos homens, que praticam o ato não como uma forma de obter prazer sexual apenas, mas como uma demonstração de poder o que acaba se configurando como um reforço colaborativo na manutenção da ordem patriarcal.The purpose of this essay is to present how our society controls private life, more specifically the sexuality of men, but especially women, using various mechanisms, whether through religion, medicine or social and cultural rules. It also intends to explain how the idea was built culturally on the supposed male superiority, while the female is recognized as fragile, sane and submissive. It seeks to understand the historicity of women's struggle against the appropriation of their bodies and male domination, exercised over them. It aims to clarify how patriarchy and its rules influenced the construction of a “masculinity mandate” that dominates, abuses, exploits and submits women, but also oppresses men, so that they fit a certain pattern of “being a man”. Demonstrate how much women have their autonomy neglected, making it impossible to make decisions about their own lives, their own bodies, emphasizing the criminalization of abortion as the high point of this appropriation. Also with regard to the struggle and resistance of women, the example of the group “Socorristas em Rede” will be revealed, which develops in Argentina a support work, information dissemination, guidance and monitoring of women who decide to have a safe abortion, being in a situation of unwanted pregnancy. It also intends to show that while abortion being criminalized removes rights that are fundamental for women, the “rape culture” victimizes, subjects and captures female bodies leaving them at the mercy of violence, rape and the possessiveness of men, who practice the act not just as a way of obtaining sexual pleasure, but as a demonstration of power, which ends up being a collaborative reinforcement in the maintenance of patriarchal social order. Finally, to demonstrate how the media collaborates in the reproduction of stereotypes that contribute to the inferiorization of women, as is the case of those who call themselves feminists.Submitted by Thiago Menezes Cairo (thiago.cairo@uffs.edu.br) on 2021-07-20T18:28:32Z No. of bitstreams: 1 BIASI.pdf: 1126671 bytes, checksum: 18c82680f34922b97d4f388c5d6483be (MD5)Approved for entry into archive by Franciele Scaglioni da Cruz (franciele.cruz@uffs.edu.br) on 2021-07-26T12:30:43Z (GMT) No. of bitstreams: 1 BIASI.pdf: 1126671 bytes, checksum: 18c82680f34922b97d4f388c5d6483be (MD5)Made available in DSpace on 2021-07-26T12:30:43Z (GMT). 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