Radiação UV-C no controle de Tetranychus Urticae (Ácaro rajado) na cultura do morangueiro

• Autor(a) principal: Strücker, William
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFFS (Repositório Digital da UFFS)
• Texto Completo: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/5773
• topic: Fruticultura; Morango; Fitossanidade; Ácaros parasitos de plantas; Radiação ultravioleta; Sustentabilidade

A cultura do morangueiro (fragaria x ananassa) tem conquistado muito espaço no mercado brasileiro, isso ocorre pela alta aceitação da população brasileira e mundial, pelo consumo deste pseudofruto ser in natura, em suma maioria. A tendência de mercado tem sido a produção em ambientes protegidos, condição essa, que permite o aumento da produtividade, contudo, com algumas desvantagens. Dentre elas, em função de temperatura elevada e baixa umidade, a incidência de Tetranychus urticae (Ácaro-rajado) nesse tipo de cultivo é favorecida, sendo considerada a principal praga da cultura do morangueiro. A principal forma de controle, atualmente, é a aplicação de agrotóxicos, sendo um manejo com alta persistência e grande risco de contaminação ambiental. A radiação UV-C (254 nm) tem se mostrado uma eficiente alternativa ao uso de agrotóxicos por ter efeito germicida. Portanto, por ser capaz de matar diversos organismo fitopatogênicos, como fungos, bactérias, protozoários e artrópodes, mostra-se como uma possibilidade de controlar Tetranychus urticae. Esta tecnologia tem como vantagem não deixar resíduos ao meio ambiente, portanto sendo uma boa alternativa para sistemas que limitam ou proíbem o uso de agrotóxicos. Deste modo, buscou-se avaliar a eficiência a campo da radiação UV-C no controle de T. urticae na cultura do morangueiro, emitida por uma lâmpada UV de 55 watts. O experimento foi realizado em uma produção comercial de morangos e consistiu em fazer aplicações de radiação UV-C, através de um equipamento desenvolvido para a pesquisa. Foram utilizados 4 tratamentos: T0 – não recebeu radiação; T1 – aplicações a cada 24h, dose acumulada: 1,925 kJ m²; T2 – aplicações a cada 48h, dose acumulada: 1,1 kJ m²; T3 – aplicações a cada 72h, dose acumulada: 0,825 kJ m². A partir dos tratamentos, avaliou-se as populações de ácaro-rajado, bem como a coloração dos trifólios em função do efeito cumulativo de radiação UV-C. Os resultados apontam que houveram diferenças significativas entre os tratamentos no que diz respeito ao controle das populações de T. urticae, de forma proporcional ao efeito acumulativo da maior dose aplicada. Também, o efeito cumulativo da radiação UV-C pode contribuir sobre a coloração dos trifólios, sendo que a maior dose acumulada foi a que apresentou tons mais escuros de verde, resultado que pode estar de algum modo relacionado à resistência da planta à patógenos. Assim, é possível inferir que a luz UV-C reduz as populações de ácaro-rajado e desencadeia o aumento dos compostos pigmentantes nas folhas, sendo que o Tratamento 1 (aplicações diárias), equivalente a 1,925 kJ m² de radiação acumulada, apresentou redução de 68,9% do número de ácaros que a testemunha, bem como promoveu o escurecimento dos trifólios.