Comportamento, manejo e bem-estar de gatos domésticos a partir de entrevistas com tutores

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Machado, Daiana de Souza
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFJF
Texto Completo: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12270
Resumo: Muitos transtornos podem decorrer em função do tipo de manejo empregado aos gatos domésticos (Felis silvestris catus). Os gatos que possuem acesso à rua estão mais propensos a sofrerem maus-tratos, contrair patógenos e parasitos, se envolverem em acidentes de trânsito, além de haver mais riscos de causarem impactos em áreas naturais devido ao comportamento de predação. Por outro lado, os animais que são mantidos confinados podem desenvolver problemas comportamentais, devido à previsibilidade do ambiente e falta de oportunidade de realizar comportamentos naturais, como a exploração. Dentre os transtornos comportamentais comuns em animais de companhia, estão os Problemas Relacionados à Separação (PRS). Os PRS são um distúrbio comum em cães, que também pode acometer os gatos, sendo caracterizados pela exibição de comportamentos indesejáveis durante ausência da figura de apego. O animal pode, por exemplo, eliminar em locais inapropriados, exibir comportamento destrutivo e vocalização excessiva. Portanto, nossos objetivos foram: i) identificar os fatores causais que afetam a prática de permissão de acesso livre de gatos à rua por seus tutores; ii) avaliar os potenciais riscos ao bem-estar do gato associados à permissão de acesso a rua, com base nos relatos dos tutores; iii) desenvolver um questionário para tutores de gatos que permita a identificação de sinais comportamentais mais típicos característicos de PRS, bem como relacionar a ocorrência deste distúrbio com às práticas de manejo empregadas nos gatos amostrados. Para tanto, dois questionários foram desenvolvidos, sendo utilizados em dois estudos distintos, um deles com aplicação online para identificação de questões relacionadas ao manejo e acesso à rua, aplicado a 8.485 tutores de gato, e outro aplicado por meio de entrevistas presenciais semi-estruturadas para identificação de PRS aplicados a 223 tutores de gatos. Para análise dos dados do primeiro estudo, foram usados modelos de regressão logística para obtenção das razões de chances (do inglês odds ratio, OR). Assim, alguns dos fatores significativamente relacionados à permissão de acesso de gatos à rua por seus tutores foram: gatos não castrados (χ2 = 184,75), origem do gato (χ2 = 742,90), residências em áreas rurais (χ2 = 1622,70), número de gatos na casa (χ2 = 81,32), presença de outros animais domésticos (χ2 = 81,32), tutores jovens (χ2 = 55,83), respondente que não era dono do gato (χ2 = 119,61), percepção dos tutores sobre o papel do gato na casa (χ2 = 125,76), noção dos tutores sobre potenciais riscos de transmissão de doenças (χ2 = 138,69), falta de conhecimento sobre zoonoses (χ2 = 6,44), falta de conhecimento sobre toxoplasmose (χ2 = 43,62). Já a prática de permissão de acesso à rua esteve relacionada a maiores OR (p < 0,01) para contaminação frequente por pulgas (OR = 3,42), esporotricose (OR = 2,36), gato desaparecido (OR = 2,36), envenenamento (OR = 2,15), maus-tratos (OR = 1,57) e acidentes (OR = 8,15). Por sua vez, no segundo estudo a respeito dos PRS, as análises dos dados foram realizadas por meio dos testes exatos de Fisher, qui-quadrado e análise de correspondência múltipla (ACM). Entre os gatos amostrados, 13,45% (30/223) atenderam a pelo menos um dos critérios utilizados para definir o PRS. O comportamento destrutivo foi o sinal mais frequentemente relatado na amostra (66,67%, 20/30), seguido de vocalização excessiva (63,33%, 19/30), micção em locais inadequados (60,00%, 18/30), depressão-apatia ( 53,33%, 16/30), agressividade (36,67%, 11/30) e ansiedade-agitação (36,67%, 11/30) e, em menor frequência, defecação em locais inadequados (23,33%, 7/30). Além disso, a ocorrência de PRS esteve associada ao número de mulheres residentes na residência (P = 0,01), ao não acesso a brinquedos (P = 0,04), a ausência de outro animal na casa (P = 0,04) e à tendência de ser deixado sozinho em casa de duas a seis horas por dia (P = 0,09). Concluímos que a prática de permissão de acesso livre à rua relatada por 37,1% dos proprietários pode resultar em severos riscos para o bem-estar dos gatos. Sobre os problemas relacionados à separação em gatos domésticos, estes se demonstram difíceis de identificar devido à quantidade limitada de conhecimento sobre o problema. Para tanto, o questionário desenvolvido neste estudo se mostrou útil na identificação dos principais sinais comportamentais relacionados aos PRS em gatos e poderia ser usado como ponto de partida para pesquisas futuras.
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Por outro lado, os animais que são mantidos confinados podem desenvolver problemas comportamentais, devido à previsibilidade do ambiente e falta de oportunidade de realizar comportamentos naturais, como a exploração. Dentre os transtornos comportamentais comuns em animais de companhia, estão os Problemas Relacionados à Separação (PRS). Os PRS são um distúrbio comum em cães, que também pode acometer os gatos, sendo caracterizados pela exibição de comportamentos indesejáveis durante ausência da figura de apego. O animal pode, por exemplo, eliminar em locais inapropriados, exibir comportamento destrutivo e vocalização excessiva. Portanto, nossos objetivos foram: i) identificar os fatores causais que afetam a prática de permissão de acesso livre de gatos à rua por seus tutores; ii) avaliar os potenciais riscos ao bem-estar do gato associados à permissão de acesso a rua, com base nos relatos dos tutores; iii) desenvolver um questionário para tutores de gatos que permita a identificação de sinais comportamentais mais típicos característicos de PRS, bem como relacionar a ocorrência deste distúrbio com às práticas de manejo empregadas nos gatos amostrados. Para tanto, dois questionários foram desenvolvidos, sendo utilizados em dois estudos distintos, um deles com aplicação online para identificação de questões relacionadas ao manejo e acesso à rua, aplicado a 8.485 tutores de gato, e outro aplicado por meio de entrevistas presenciais semi-estruturadas para identificação de PRS aplicados a 223 tutores de gatos. Para análise dos dados do primeiro estudo, foram usados modelos de regressão logística para obtenção das razões de chances (do inglês odds ratio, OR). Assim, alguns dos fatores significativamente relacionados à permissão de acesso de gatos à rua por seus tutores foram: gatos não castrados (χ2 = 184,75), origem do gato (χ2 = 742,90), residências em áreas rurais (χ2 = 1622,70), número de gatos na casa (χ2 = 81,32), presença de outros animais domésticos (χ2 = 81,32), tutores jovens (χ2 = 55,83), respondente que não era dono do gato (χ2 = 119,61), percepção dos tutores sobre o papel do gato na casa (χ2 = 125,76), noção dos tutores sobre potenciais riscos de transmissão de doenças (χ2 = 138,69), falta de conhecimento sobre zoonoses (χ2 = 6,44), falta de conhecimento sobre toxoplasmose (χ2 = 43,62). Já a prática de permissão de acesso à rua esteve relacionada a maiores OR (p < 0,01) para contaminação frequente por pulgas (OR = 3,42), esporotricose (OR = 2,36), gato desaparecido (OR = 2,36), envenenamento (OR = 2,15), maus-tratos (OR = 1,57) e acidentes (OR = 8,15). Por sua vez, no segundo estudo a respeito dos PRS, as análises dos dados foram realizadas por meio dos testes exatos de Fisher, qui-quadrado e análise de correspondência múltipla (ACM). Entre os gatos amostrados, 13,45% (30/223) atenderam a pelo menos um dos critérios utilizados para definir o PRS. O comportamento destrutivo foi o sinal mais frequentemente relatado na amostra (66,67%, 20/30), seguido de vocalização excessiva (63,33%, 19/30), micção em locais inadequados (60,00%, 18/30), depressão-apatia ( 53,33%, 16/30), agressividade (36,67%, 11/30) e ansiedade-agitação (36,67%, 11/30) e, em menor frequência, defecação em locais inadequados (23,33%, 7/30). Além disso, a ocorrência de PRS esteve associada ao número de mulheres residentes na residência (P = 0,01), ao não acesso a brinquedos (P = 0,04), a ausência de outro animal na casa (P = 0,04) e à tendência de ser deixado sozinho em casa de duas a seis horas por dia (P = 0,09). Concluímos que a prática de permissão de acesso livre à rua relatada por 37,1% dos proprietários pode resultar em severos riscos para o bem-estar dos gatos. Sobre os problemas relacionados à separação em gatos domésticos, estes se demonstram difíceis de identificar devido à quantidade limitada de conhecimento sobre o problema. Para tanto, o questionário desenvolvido neste estudo se mostrou útil na identificação dos principais sinais comportamentais relacionados aos PRS em gatos e poderia ser usado como ponto de partida para pesquisas futuras.Many problems can occur to domestic cats (Felis silvestris catus) due to the type of management employed by their owners. Outdoor cats are exposed to mistreatment, contracting pathogens and parasites, suffer traffic accidents and can to bring impact natural areas due to predation behavior. On the other hand, animals that are kept confined can develop behavioral problems due to the predictability of the environment and absence of opportunity to perform natural behaviors such as exploration. Common behavioral disorders in pet animals include Separation Related Problems (SRP). SRP are a common disorder in dogs there are reports of occurrence also in cats, being characterized by the display of undesirable behaviors during the absence of the attachment figure. The cat may, for example, eliminate in inappropriate places, exhibit destructive behavior and excessive vocalization. Therefore, our goals were: i) to identify causal factors that affects the practice of allowing cats to roam freely by their owners and; ii) evaluate potential welfare risks associated with the allowance of outdoor access, based on cat owners reports; iii) to develop a questionnaire for cat owners which identifies the most typical behavioral signals characteristic of SRP, as well as relate the occurrence of SRP to the management practices applied in the sampled cats. So, two questionnaires were developed, being used in two distinct studies, one of them with online application, for identification of cats management practices and allowance of outdoor access, applied to 8,485 cat owners, and another applied via semistructured interviews, to identify SRP applied to 223 cat owners. For data analysis of the first study, logistic regression models were used to obtain the odds ratios (OR). Some of the factors significantly related to allowance of outdoor access by cat owners were: uncastrated cats (χ2 = 184.75), origin of the cat (χ2 = 742.90), residences in rural areas (χ2 = 1622.70), number of owned cats (χ2 = 81.32), presence of other pets in the house (χ2 = 81.32), younger age of owners (χ2 = 55.83), owner declare not being responsible for the cat (χ2 = 119.61), owners perception about the role of the cat in the house (χ2 = 125.76), owners notion about cat potential for transmitting diseases (χ2 = 138.69), lack of notion about zoonoses (χ2 = 6.44), lack of notion about toxoplasmosis (χ2 = 43.62). The practice of allowing outdoor access was related to significantly higher odds ratio (p < 0.01) of owners report several welfare problems such as frequent flea contamination (OR = 3.42), sporotrichosis (OR = 2.36), missing cat (OR = 2.36), poisoning (OR = 2.15), mistreatment (OR = 1.57) and accidents (OR = 8.15). In its turn, the statistical analyses of the second study were performed by using Fisher’s Exact test, qui-square, and multiple correspondence analysis (MCA). Among the sampled animals, 13.45% (30 / 223) met at least one of the criteria used to define SRP. Destructive behavior was the most frequently signal reported in those cats (66.67%, 20 / 30), followed by excessive vocalization (63.33%, 19 / 30), urination in inappropriate places (60.00%, 18 / 30), depression-apathy (53.33%, 16 / 30), aggressiveness (36.67%, 11 / 30) and agitation-anxiety (36.67%, 11 / 30), and in lower frequency, defecation in inappropriate places (23.33%, 7 / 30). The occurrence of SRP was associated with the number of females living in the residence (P = 0.01), with not having access to toys (P = 0.04), no other animal residing in the house (P = 0.04) and a tendency for being left alone in the house from two to six hours per day (P = 0.09). We conclude that outdoor management practice reported by 37.1% of cat owners can result in severe risks to the welfare of cats. Regarding to separation related problems in domestic cats, these are a disorder difficult to identify due to the limited amount of knowledge about this issue. The questionnaire developed in this study supported identification of the main behavioral signals related to SRP in cats and could be used as a starting point for future research.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Comportamento e Biologia AnimalUFJFBrasilICB – Instituto de Ciências BiológicasAttribution-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCNPQ::CIENCIAS BIOLOGICASAcesso à ruaAnsiedade por separaçãoBem-estarManejoProblemas comportamentaisBehavioral problemsManagementOutdoor accessSeparation anxietyWelfareComportamento, manejo e bem-estar de gatos domésticos a partir de entrevistas com tutoresinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFJFinstname:Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)instacron:UFJFORIGINALdaianadesouzamachado.pdfdaianadesouzamachado.pdfapplication/pdf1642896https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12270/1/daianadesouzamachado.pdfb26c2ac8375773764a5828e4881cefabMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8805https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12270/2/license_rdfc4c98de35c20c53220c07884f4def27cMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12270/3/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD53TEXTdaianadesouzamachado.pdf.txtdaianadesouzamachado.pdf.txtExtracted texttext/plain150382https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12270/4/daianadesouzamachado.pdf.txt3bc1fc193012fbf36588bca109ef728cMD54THUMBNAILdaianadesouzamachado.pdf.jpgdaianadesouzamachado.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1168https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12270/5/daianadesouzamachado.pdf.jpg46b1f9c3b8c03809c254e8d2ebb411c5MD55ufjf/122702021-01-27 04:08:11.93oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/12270Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufjf.br/oai/requestopendoar:2021-01-27T06:08:11Repositório Institucional da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)false
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