Influência da concentração de leptina no sangue materno, no sangue do cordão umbilical e na placenta no peso e condições do feto ao nascimento

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maria Carmen Neves Souza Carmo
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9ZHJMC
Resumo: A gravidez é caracterizada por adaptações endócrinas e metabólicas do organismo materno, incluindo aumento do peso e do tecido adiposo. A leptina é secretada pelo tecido adiposo, além de ser expressa também em outros sítios como trato gastrointestinal, ossos, pulmões, intestino, rins, fígado, pele, estômago, coração, baço e placenta, sugerindo sua ação pleiotrópica. Embora os mecanismos que regulam os pesos da mãe e do feto durante a gravidez não estejam claros, é possível que a leptina tenha papel como fator regulador. Dessa forma, nosso objetivo nesse trabalho foi analisar os níveis de leptina no sangue materno e no cordão umbilical em parturientes e sua relação com o peso e condições fetais ao nascimento. Para isso, vinte e cinco parturientes saudáveis e com gestações sem complicações foram recrutadas em maternidades públicas e amostras de sangue materno periférico, fragmento de tecido placentário e sangue da veia e das artérias umbilicais foram coletados. No sangue foi realizada avaliação da concentração de leptina e na placenta foi analisada a expressão de leptina e seu receptor (Ob-Rb). Após análise conjunta de todas as parturientes, essas foram divididas em dois grupos (leptinemia baixa e leptinemia alta), de acordo com a concentração de leptina no sangue periférico materno, para permitir comparações nas análises estatísticas. Avaliações de correlações também foram realizadas. A idade média das parturientes foi 28 anos, com índice de massa corporal (IMC) de 22,5kg/m2 e ganho de peso médio de 12,8kg. Os recém nascidos apresentaram peso médio de 3,15kg e comprimento médio de 45,9cm. Após a divisão dos grupos, foi observado que as parturientes do grupo leptinemia alta apresentaram idade, peso pré-gestacional, IMC pré-gestacional e peso ao final da gravidez significativamente maior que as parturientes do grupo leptinemia baixa e apresentavam ainda maior expressão do receptor de leptina (Ob-Rb) na placenta. Apesar de não terem sido observadas diferenças estatísticas entre os grupos quanto às concentrações séricas de leptina nas artérias e veia umbilicais, foi verificado aumento significativo da leptina retida nos fetos do grupo leptinemia alta. Os dois grupos apresentaram correlação positiva entre as concentrações de leptina na veia e artérias umbilicais e ainda entre as concentrações de leptina na placenta com IMC e peso maternos prégestacionais. No grupo leptinemia baixa, foram observadas apenas correlações positivas entre os níveis de leptina na veia e artérias umbilicais e entre as concentrações de leptina na placenta e IMC e peso das mães antes da gestação. Já no grupo leptinemia alta, além das mesmas correlações verificadas no grupo leptinemia baixa, encontrou-se ainda correlação positiva entre a leptina materna e peso da mãe antes da gestação, correlação negativa entre leptinemia materna e expressão do Ob-Rb na placenta, correlação positiva entre peso fetal e níveis de leptina no sangue do cordão umbilical e correlação negativa entre o Apgar dos RN e concentração de leptina na veia umbilical. Concluindo, os níveis de leptina no cordão umbilical, mas não no sangue materno ao final da gestação, parecem ser importantes na determinação do peso do feto ao nascer, porém níveis maiores de leptina na veia umbilical estavam associados a níveis menores de Apgar.
id UFMG_041cb691aae8f780d29f9d8eef22ef37
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-9ZHJMC
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Jacqueline Isaura Alvarez LeiteMaria Carmen Neves Souza Carmo2019-08-10T09:50:38Z2019-08-10T09:50:38Z2013-05-03http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9ZHJMCA gravidez é caracterizada por adaptações endócrinas e metabólicas do organismo materno, incluindo aumento do peso e do tecido adiposo. A leptina é secretada pelo tecido adiposo, além de ser expressa também em outros sítios como trato gastrointestinal, ossos, pulmões, intestino, rins, fígado, pele, estômago, coração, baço e placenta, sugerindo sua ação pleiotrópica. Embora os mecanismos que regulam os pesos da mãe e do feto durante a gravidez não estejam claros, é possível que a leptina tenha papel como fator regulador. Dessa forma, nosso objetivo nesse trabalho foi analisar os níveis de leptina no sangue materno e no cordão umbilical em parturientes e sua relação com o peso e condições fetais ao nascimento. Para isso, vinte e cinco parturientes saudáveis e com gestações sem complicações foram recrutadas em maternidades públicas e amostras de sangue materno periférico, fragmento de tecido placentário e sangue da veia e das artérias umbilicais foram coletados. No sangue foi realizada avaliação da concentração de leptina e na placenta foi analisada a expressão de leptina e seu receptor (Ob-Rb). Após análise conjunta de todas as parturientes, essas foram divididas em dois grupos (leptinemia baixa e leptinemia alta), de acordo com a concentração de leptina no sangue periférico materno, para permitir comparações nas análises estatísticas. Avaliações de correlações também foram realizadas. A idade média das parturientes foi 28 anos, com índice de massa corporal (IMC) de 22,5kg/m2 e ganho de peso médio de 12,8kg. Os recém nascidos apresentaram peso médio de 3,15kg e comprimento médio de 45,9cm. Após a divisão dos grupos, foi observado que as parturientes do grupo leptinemia alta apresentaram idade, peso pré-gestacional, IMC pré-gestacional e peso ao final da gravidez significativamente maior que as parturientes do grupo leptinemia baixa e apresentavam ainda maior expressão do receptor de leptina (Ob-Rb) na placenta. Apesar de não terem sido observadas diferenças estatísticas entre os grupos quanto às concentrações séricas de leptina nas artérias e veia umbilicais, foi verificado aumento significativo da leptina retida nos fetos do grupo leptinemia alta. Os dois grupos apresentaram correlação positiva entre as concentrações de leptina na veia e artérias umbilicais e ainda entre as concentrações de leptina na placenta com IMC e peso maternos prégestacionais. No grupo leptinemia baixa, foram observadas apenas correlações positivas entre os níveis de leptina na veia e artérias umbilicais e entre as concentrações de leptina na placenta e IMC e peso das mães antes da gestação. Já no grupo leptinemia alta, além das mesmas correlações verificadas no grupo leptinemia baixa, encontrou-se ainda correlação positiva entre a leptina materna e peso da mãe antes da gestação, correlação negativa entre leptinemia materna e expressão do Ob-Rb na placenta, correlação positiva entre peso fetal e níveis de leptina no sangue do cordão umbilical e correlação negativa entre o Apgar dos RN e concentração de leptina na veia umbilical. Concluindo, os níveis de leptina no cordão umbilical, mas não no sangue materno ao final da gestação, parecem ser importantes na determinação do peso do feto ao nascer, porém níveis maiores de leptina na veia umbilical estavam associados a níveis menores de Apgar.Pregnancy is characterized by endocrine and metabolic adaptations of the mother, including increasing in weight and adipose tissue. Leptin is secreted by adipose tissue, and it is also expressed in other organs such as gastrointestinal tract, bone, lung, intestine, kidney, liver, skin, stomach, heart, spleen and placenta, suggesting pleiotropic actions. Although the mechanisms that regulate the weights of mother and fetus during pregnancy are unclear, it is possible that leptin has a role as a regulator factor. Thus, our goal in this study was to analyze leptin levels in maternal blood and umbilical cord and their relationship with fetal weight and conditions at birth. For this, twenty-five patients were recruited at public hospitals and maternal peripheral blood samples and, after parturition, placental tissue fragment and blood of the umbilical arteries and vein were collected. Leptin concentration in maternal and fetal blood, leptin expression in placenta and leptin receptor expression in placenta (Ob-Rb) were obtained. After the combined analysis of all pregnant women, they were divided into two groups (low leptin and high leptin levels), according to leptin concentration in maternal peripheral blood, to enable comparisons in statistical analyzes. Correlations were also performed. The average age of mothers was 28 years, with body mass index of 22.5 kg/m2 and average weight gain of 12.8 kg. The newborns had a mean weight of 3.15 kg and average length of 45.9 cm. After the division of the groups, it was observed that the mothers in high leptin level group had age, BMI and weight before pregnancy and weight in late pregnancy significantly higher than the mothers of low leptin level group. Although no statistical differences were observed between groups regarding serum concentrations of leptin in the umbilical arteries and vein, it was observed a significant increase in fetal leptin retained in the high leptin level group. Both groups presented positive correlation between umbilical vein and arteries leptin levels and also between placenta leptin levels and maternal BMI and weight before pregnancy. In the low leptin level group it was observed only positive correlation between umbilical vein and arteries leptin levels and also between placenta leptin levels and maternal BMI and weight before pregnancy. In the high leptin level group it was observed the same correlations observed in the former group and also positive correlation between maternal leptin levels and maternal weight before pregnancy, negative correlation between maternal leptin levels and Ob-Rb expression in placenta, positive correlation between blood cord leptin levels and fetal weight and negative correlation between newborn Apgar score and umbilical vein leptin levels. In conclusion, cord leptin levels, but not maternal blood leptin levels, may play a role in determining fetal weight. Nevertheless, higher umbilical vein leptin levels were associated with low Apgar scores. Keywords: pregnancy, leptin, pregnant women, newborns.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGBioquímica e imunologiaParturientesRecém-nascidosLeptinaGravidezInfluência da concentração de leptina no sangue materno, no sangue do cordão umbilical e na placenta no peso e condições do feto ao nascimentoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_pdf.pdfapplication/pdf2776258https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9ZHJMC/1/disserta__o_pdf.pdf019b066b9d20a3a44ad453ed9a0066edMD51TEXTdisserta__o_pdf.pdf.txtdisserta__o_pdf.pdf.txtExtracted texttext/plain118986https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9ZHJMC/2/disserta__o_pdf.pdf.txtfe122d4a015c89efb2c9fb4585972089MD521843/BUBD-9ZHJMC2019-11-14 05:32:55.957oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-9ZHJMCRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T08:32:55Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Influência da concentração de leptina no sangue materno, no sangue do cordão umbilical e na placenta no peso e condições do feto ao nascimento
title Influência da concentração de leptina no sangue materno, no sangue do cordão umbilical e na placenta no peso e condições do feto ao nascimento
spellingShingle Influência da concentração de leptina no sangue materno, no sangue do cordão umbilical e na placenta no peso e condições do feto ao nascimento
Maria Carmen Neves Souza Carmo
Parturientes
Recém-nascidos
Leptina
Gravidez
Bioquímica e imunologia
title_short Influência da concentração de leptina no sangue materno, no sangue do cordão umbilical e na placenta no peso e condições do feto ao nascimento
title_full Influência da concentração de leptina no sangue materno, no sangue do cordão umbilical e na placenta no peso e condições do feto ao nascimento
title_fullStr Influência da concentração de leptina no sangue materno, no sangue do cordão umbilical e na placenta no peso e condições do feto ao nascimento
title_full_unstemmed Influência da concentração de leptina no sangue materno, no sangue do cordão umbilical e na placenta no peso e condições do feto ao nascimento
title_sort Influência da concentração de leptina no sangue materno, no sangue do cordão umbilical e na placenta no peso e condições do feto ao nascimento
author Maria Carmen Neves Souza Carmo
author_facet Maria Carmen Neves Souza Carmo
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Jacqueline Isaura Alvarez Leite
dc.contributor.author.fl_str_mv Maria Carmen Neves Souza Carmo
contributor_str_mv Jacqueline Isaura Alvarez Leite
dc.subject.por.fl_str_mv Parturientes
Recém-nascidos
Leptina
Gravidez
topic Parturientes
Recém-nascidos
Leptina
Gravidez
Bioquímica e imunologia
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Bioquímica e imunologia
description A gravidez é caracterizada por adaptações endócrinas e metabólicas do organismo materno, incluindo aumento do peso e do tecido adiposo. A leptina é secretada pelo tecido adiposo, além de ser expressa também em outros sítios como trato gastrointestinal, ossos, pulmões, intestino, rins, fígado, pele, estômago, coração, baço e placenta, sugerindo sua ação pleiotrópica. Embora os mecanismos que regulam os pesos da mãe e do feto durante a gravidez não estejam claros, é possível que a leptina tenha papel como fator regulador. Dessa forma, nosso objetivo nesse trabalho foi analisar os níveis de leptina no sangue materno e no cordão umbilical em parturientes e sua relação com o peso e condições fetais ao nascimento. Para isso, vinte e cinco parturientes saudáveis e com gestações sem complicações foram recrutadas em maternidades públicas e amostras de sangue materno periférico, fragmento de tecido placentário e sangue da veia e das artérias umbilicais foram coletados. No sangue foi realizada avaliação da concentração de leptina e na placenta foi analisada a expressão de leptina e seu receptor (Ob-Rb). Após análise conjunta de todas as parturientes, essas foram divididas em dois grupos (leptinemia baixa e leptinemia alta), de acordo com a concentração de leptina no sangue periférico materno, para permitir comparações nas análises estatísticas. Avaliações de correlações também foram realizadas. A idade média das parturientes foi 28 anos, com índice de massa corporal (IMC) de 22,5kg/m2 e ganho de peso médio de 12,8kg. Os recém nascidos apresentaram peso médio de 3,15kg e comprimento médio de 45,9cm. Após a divisão dos grupos, foi observado que as parturientes do grupo leptinemia alta apresentaram idade, peso pré-gestacional, IMC pré-gestacional e peso ao final da gravidez significativamente maior que as parturientes do grupo leptinemia baixa e apresentavam ainda maior expressão do receptor de leptina (Ob-Rb) na placenta. Apesar de não terem sido observadas diferenças estatísticas entre os grupos quanto às concentrações séricas de leptina nas artérias e veia umbilicais, foi verificado aumento significativo da leptina retida nos fetos do grupo leptinemia alta. Os dois grupos apresentaram correlação positiva entre as concentrações de leptina na veia e artérias umbilicais e ainda entre as concentrações de leptina na placenta com IMC e peso maternos prégestacionais. No grupo leptinemia baixa, foram observadas apenas correlações positivas entre os níveis de leptina na veia e artérias umbilicais e entre as concentrações de leptina na placenta e IMC e peso das mães antes da gestação. Já no grupo leptinemia alta, além das mesmas correlações verificadas no grupo leptinemia baixa, encontrou-se ainda correlação positiva entre a leptina materna e peso da mãe antes da gestação, correlação negativa entre leptinemia materna e expressão do Ob-Rb na placenta, correlação positiva entre peso fetal e níveis de leptina no sangue do cordão umbilical e correlação negativa entre o Apgar dos RN e concentração de leptina na veia umbilical. Concluindo, os níveis de leptina no cordão umbilical, mas não no sangue materno ao final da gestação, parecem ser importantes na determinação do peso do feto ao nascer, porém níveis maiores de leptina na veia umbilical estavam associados a níveis menores de Apgar.
publishDate 2013
dc.date.issued.fl_str_mv 2013-05-03
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-10T09:50:38Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-10T09:50:38Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9ZHJMC
url http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9ZHJMC
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9ZHJMC/1/disserta__o_pdf.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9ZHJMC/2/disserta__o_pdf.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 019b066b9d20a3a44ad453ed9a0066ed
fe122d4a015c89efb2c9fb4585972089
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1793890572138708992