Uma tradição reinventada: o cordel na contemporaneidade
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/42862 http://orcid.org/0000-0001-5410-9317 |
Resumo: | O objetivo desta pesquisa foi elaborar uma cartografia-panorama da literatura de cordel brasileira na contemporaneidade, com foco na produção crítica e poética de 1990 a 2020. Foram utilizadas como principais fontes, além de outros documentos, textos de leitores autorizados, os próprios poemas e seus meios de inscrição material: folhetos, livretos, livros e postagens em blogue e rede social. Buscou-se compreender como o cordel, uma tradição inventada, persiste, recria-se e refigura-se, tanto a partir das materialidades e textualidades dos objetos de leitura impressos ou digitais, como a partir da ordem do discurso fabricada, em especial, pelos dizeres de pesquisadores, poetas e editores. Cruzados e bricolados, os arquivos receberam tratamento qualitativo e quantitativo com base em parâmetros da análise do discurso foucaultiana, da filosofia da diferença, da teoria da história, da pós-crítica literária e da história cultural e da leitura. Os resultados deste trabalho sugerem que a reinvenção do cordel está associada, no âmbito dos discursos institucionais que sobre ele exercem força produtiva, ao trânsito interdisciplinar entre campos do conhecimento e ao emprego de conceitos e procedimentos de interpretação históricos e historiográficos que o desnaturalizam e o situam no tempo. A análise dos componentes de edição e materialidade indicou o progressivo refinamento da publicação de cordel nas últimas décadas, sinalizado pela multiplicidade de sofisticados suportes, projetos gráfico-visuais, paratextos editoriais, tipos de papel, técnicas de composição, ilustração e impressão, e estratégias de circulação, divulgação e inserção dos textos no campo literário. Entre os/as poetas mais citados/as pelas instâncias de legitimação, predominam homens brancos, supostamente heterossexuais, residentes em capitais ou outras grandes cidades, com mais de 45 anos de idade. Nos poemas selecionados, a maioria de autoria feminina, observou-se a presença de dicções críticas aos regimes de verdade que regionalizaram e tradicionalizaram a literatura de cordel, sobretudo nas narrativas habitadas por culturas e sujeitos, via de regra, estereotipados, negativados e desumanizados, como mulheres, travestis, homossexuais, pessoas negras e religiões negro-brasileiras. A pesquisa mostrou, em linhas gerais, que o cordel é, ao mesmo tempo, um arquivo de formas, expressões e imaginários seculares, e um território das forças do contemporâneo e sua intempestividade, sempre aberto à reinvenção e ao deslocamento, pois resulta da experiência histórica e humana de quem o escreve, o recita, o lê/ouve, o edita, o pesquisa. |
id |
UFMG_08958074e24a3e68c331a0cc73222648 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufmg.br:1843/42862 |
network_acronym_str |
UFMG |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFMG |
repository_id_str |
|
spelling |
Constância Lima Duartehttp://lattes.cnpq.br/0487085115563331Ana Maria de Oliveira GalvãoMarcelino Rodrigues da SilvaMarcos Antônio AlexandreRosilene Alves de MeloDurval Muniz de Albuquerque Júniorhttp://lattes.cnpq.br/8149926520037224André Magri Ribeiro de Melo2022-07-01T21:39:19Z2022-07-01T21:39:19Z2022-06-14http://hdl.handle.net/1843/42862http://orcid.org/0000-0001-5410-9317O objetivo desta pesquisa foi elaborar uma cartografia-panorama da literatura de cordel brasileira na contemporaneidade, com foco na produção crítica e poética de 1990 a 2020. Foram utilizadas como principais fontes, além de outros documentos, textos de leitores autorizados, os próprios poemas e seus meios de inscrição material: folhetos, livretos, livros e postagens em blogue e rede social. Buscou-se compreender como o cordel, uma tradição inventada, persiste, recria-se e refigura-se, tanto a partir das materialidades e textualidades dos objetos de leitura impressos ou digitais, como a partir da ordem do discurso fabricada, em especial, pelos dizeres de pesquisadores, poetas e editores. Cruzados e bricolados, os arquivos receberam tratamento qualitativo e quantitativo com base em parâmetros da análise do discurso foucaultiana, da filosofia da diferença, da teoria da história, da pós-crítica literária e da história cultural e da leitura. Os resultados deste trabalho sugerem que a reinvenção do cordel está associada, no âmbito dos discursos institucionais que sobre ele exercem força produtiva, ao trânsito interdisciplinar entre campos do conhecimento e ao emprego de conceitos e procedimentos de interpretação históricos e historiográficos que o desnaturalizam e o situam no tempo. A análise dos componentes de edição e materialidade indicou o progressivo refinamento da publicação de cordel nas últimas décadas, sinalizado pela multiplicidade de sofisticados suportes, projetos gráfico-visuais, paratextos editoriais, tipos de papel, técnicas de composição, ilustração e impressão, e estratégias de circulação, divulgação e inserção dos textos no campo literário. Entre os/as poetas mais citados/as pelas instâncias de legitimação, predominam homens brancos, supostamente heterossexuais, residentes em capitais ou outras grandes cidades, com mais de 45 anos de idade. Nos poemas selecionados, a maioria de autoria feminina, observou-se a presença de dicções críticas aos regimes de verdade que regionalizaram e tradicionalizaram a literatura de cordel, sobretudo nas narrativas habitadas por culturas e sujeitos, via de regra, estereotipados, negativados e desumanizados, como mulheres, travestis, homossexuais, pessoas negras e religiões negro-brasileiras. A pesquisa mostrou, em linhas gerais, que o cordel é, ao mesmo tempo, um arquivo de formas, expressões e imaginários seculares, e um território das forças do contemporâneo e sua intempestividade, sempre aberto à reinvenção e ao deslocamento, pois resulta da experiência histórica e humana de quem o escreve, o recita, o lê/ouve, o edita, o pesquisa.The objective of this research was to develop a panoramic carthography of Brazilian literature genre Cordel in contemporary times, focusing on the critical and poetic production from 1990 to 2020. Our data are composed of brochures, booklets, books and blog and social network posts. We sought to understand how cordel, an invented tradition of Brazilian Literarure, persists, recreates, and refigures itself, both out of the materiality of printed and digital reading supports. Also, the order of discourse which pervades researchers, poets and editors’ speeches. The archives received qualitative and quantitative treatment based on parameters of Foucauldian discourse analysis, philosophy of difference, History theory, post-literary criticism and Cultural perspectives and History of Reading. The results suggest that the reinvention of cordel is associated within the scope of institutional discourses that exert a productive force on this process, taking it into an interdisciplinary transit between some fields of knowledge and to the use of historical and historiographical concepts and procedures of interpretation that denaturalize and situate it this process in time. The analysis of the editing and printing components indicated the progressive refinement of cordel publishing in the last decades, signaled by the multiplicity of sophisticated supports, graphic-visual projects, editorial paratexts, types of paper, composition, illustration and printing techniques, circulation, dissemination, and insertion of cordeis in different literary fields and events contexts. The poets mostly quoted by legitimated literary instances are white men, supposedly heterosexual, living in capitals or other large cities, over 45 years age, mainly. As for the selected poems, the majority were written by women, it was observed their critical views against regimes of truth which support the regional and traditional cordel literary culture. Especially noticed throughout the narratives permeated by cultures and subjects that are stereotyped and dehumanized, such as women, transvestites, homosexuals, black people and black-Brazilian religions. The research shows that cordel is an archive of secular forms, expressions and imaginaries, and a territory of contemporary forces and their untimeliness, always open to reinvention and displacement, as well. It is the result of historical and human experiences whoever writes it, recites it, reads/listens to it, edits it, researches it.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Estudos LiteráriosUFMGBrasilFALE - FACULDADE DE LETRASLiteratura de cordel brasileira – História e críticaLiteratura brasileira – Séc. XX – História e críticaLiteratura brasileira – Séc. XXI – História e críticaPoesia brasileira – História e críticaMulheres na literaturaNegros na literaturaLiteratura de cordel contemporâneaPoesia brasileira contemporâneaLiteratura brasileira contemporâneaReinvenção da tradiçãoPós-crítica literária e culturalUma tradição reinventada: o cordel na contemporaneidadeA reinvented tradition: cordel in contemporary timesUne tradition réinventée: le cordel à l'époque contemporaineinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALUma tradição reinventada_arquivofinal.pdfUma tradição reinventada_arquivofinal.pdfapplication/pdf12758333https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42862/1/Uma%20tradi%c3%a7%c3%a3o%20reinventada_arquivofinal.pdf63dc45799d6b9ad37768c4daa4dfae4aMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42862/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/428622022-07-01 18:39:19.688oai:repositorio.ufmg.br:1843/42862TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-07-01T21:39:19Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Uma tradição reinventada: o cordel na contemporaneidade |
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv |
A reinvented tradition: cordel in contemporary times Une tradition réinventée: le cordel à l'époque contemporaine |
title |
Uma tradição reinventada: o cordel na contemporaneidade |
spellingShingle |
Uma tradição reinventada: o cordel na contemporaneidade André Magri Ribeiro de Melo Literatura de cordel contemporânea Poesia brasileira contemporânea Literatura brasileira contemporânea Reinvenção da tradição Pós-crítica literária e cultural Literatura de cordel brasileira – História e crítica Literatura brasileira – Séc. XX – História e crítica Literatura brasileira – Séc. XXI – História e crítica Poesia brasileira – História e crítica Mulheres na literatura Negros na literatura |
title_short |
Uma tradição reinventada: o cordel na contemporaneidade |
title_full |
Uma tradição reinventada: o cordel na contemporaneidade |
title_fullStr |
Uma tradição reinventada: o cordel na contemporaneidade |
title_full_unstemmed |
Uma tradição reinventada: o cordel na contemporaneidade |
title_sort |
Uma tradição reinventada: o cordel na contemporaneidade |
author |
André Magri Ribeiro de Melo |
author_facet |
André Magri Ribeiro de Melo |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Constância Lima Duarte |
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/0487085115563331 |
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv |
Ana Maria de Oliveira Galvão |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Marcelino Rodrigues da Silva |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Marcos Antônio Alexandre |
dc.contributor.referee3.fl_str_mv |
Rosilene Alves de Melo |
dc.contributor.referee4.fl_str_mv |
Durval Muniz de Albuquerque Júnior |
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/8149926520037224 |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
André Magri Ribeiro de Melo |
contributor_str_mv |
Constância Lima Duarte Ana Maria de Oliveira Galvão Marcelino Rodrigues da Silva Marcos Antônio Alexandre Rosilene Alves de Melo Durval Muniz de Albuquerque Júnior |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Literatura de cordel contemporânea Poesia brasileira contemporânea Literatura brasileira contemporânea Reinvenção da tradição Pós-crítica literária e cultural |
topic |
Literatura de cordel contemporânea Poesia brasileira contemporânea Literatura brasileira contemporânea Reinvenção da tradição Pós-crítica literária e cultural Literatura de cordel brasileira – História e crítica Literatura brasileira – Séc. XX – História e crítica Literatura brasileira – Séc. XXI – História e crítica Poesia brasileira – História e crítica Mulheres na literatura Negros na literatura |
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv |
Literatura de cordel brasileira – História e crítica Literatura brasileira – Séc. XX – História e crítica Literatura brasileira – Séc. XXI – História e crítica Poesia brasileira – História e crítica Mulheres na literatura Negros na literatura |
description |
O objetivo desta pesquisa foi elaborar uma cartografia-panorama da literatura de cordel brasileira na contemporaneidade, com foco na produção crítica e poética de 1990 a 2020. Foram utilizadas como principais fontes, além de outros documentos, textos de leitores autorizados, os próprios poemas e seus meios de inscrição material: folhetos, livretos, livros e postagens em blogue e rede social. Buscou-se compreender como o cordel, uma tradição inventada, persiste, recria-se e refigura-se, tanto a partir das materialidades e textualidades dos objetos de leitura impressos ou digitais, como a partir da ordem do discurso fabricada, em especial, pelos dizeres de pesquisadores, poetas e editores. Cruzados e bricolados, os arquivos receberam tratamento qualitativo e quantitativo com base em parâmetros da análise do discurso foucaultiana, da filosofia da diferença, da teoria da história, da pós-crítica literária e da história cultural e da leitura. Os resultados deste trabalho sugerem que a reinvenção do cordel está associada, no âmbito dos discursos institucionais que sobre ele exercem força produtiva, ao trânsito interdisciplinar entre campos do conhecimento e ao emprego de conceitos e procedimentos de interpretação históricos e historiográficos que o desnaturalizam e o situam no tempo. A análise dos componentes de edição e materialidade indicou o progressivo refinamento da publicação de cordel nas últimas décadas, sinalizado pela multiplicidade de sofisticados suportes, projetos gráfico-visuais, paratextos editoriais, tipos de papel, técnicas de composição, ilustração e impressão, e estratégias de circulação, divulgação e inserção dos textos no campo literário. Entre os/as poetas mais citados/as pelas instâncias de legitimação, predominam homens brancos, supostamente heterossexuais, residentes em capitais ou outras grandes cidades, com mais de 45 anos de idade. Nos poemas selecionados, a maioria de autoria feminina, observou-se a presença de dicções críticas aos regimes de verdade que regionalizaram e tradicionalizaram a literatura de cordel, sobretudo nas narrativas habitadas por culturas e sujeitos, via de regra, estereotipados, negativados e desumanizados, como mulheres, travestis, homossexuais, pessoas negras e religiões negro-brasileiras. A pesquisa mostrou, em linhas gerais, que o cordel é, ao mesmo tempo, um arquivo de formas, expressões e imaginários seculares, e um território das forças do contemporâneo e sua intempestividade, sempre aberto à reinvenção e ao deslocamento, pois resulta da experiência histórica e humana de quem o escreve, o recita, o lê/ouve, o edita, o pesquisa. |
publishDate |
2022 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2022-07-01T21:39:19Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2022-07-01T21:39:19Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2022-06-14 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/1843/42862 |
dc.identifier.orcid.pt_BR.fl_str_mv |
http://orcid.org/0000-0001-5410-9317 |
url |
http://hdl.handle.net/1843/42862 http://orcid.org/0000-0001-5410-9317 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFMG |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
dc.publisher.department.fl_str_mv |
FALE - FACULDADE DE LETRAS |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
instname_str |
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
instacron_str |
UFMG |
institution |
UFMG |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFMG |
collection |
Repositório Institucional da UFMG |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42862/1/Uma%20tradi%c3%a7%c3%a3o%20reinventada_arquivofinal.pdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42862/2/license.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
63dc45799d6b9ad37768c4daa4dfae4a cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1803589366154526720 |