Uma tradição reinventada: o cordel na contemporaneidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: André Magri Ribeiro de Melo
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/42862
http://orcid.org/0000-0001-5410-9317
Resumo: O objetivo desta pesquisa foi elaborar uma cartografia-panorama da literatura de cordel brasileira na contemporaneidade, com foco na produção crítica e poética de 1990 a 2020. Foram utilizadas como principais fontes, além de outros documentos, textos de leitores autorizados, os próprios poemas e seus meios de inscrição material: folhetos, livretos, livros e postagens em blogue e rede social. Buscou-se compreender como o cordel, uma tradição inventada, persiste, recria-se e refigura-se, tanto a partir das materialidades e textualidades dos objetos de leitura impressos ou digitais, como a partir da ordem do discurso fabricada, em especial, pelos dizeres de pesquisadores, poetas e editores. Cruzados e bricolados, os arquivos receberam tratamento qualitativo e quantitativo com base em parâmetros da análise do discurso foucaultiana, da filosofia da diferença, da teoria da história, da pós-crítica literária e da história cultural e da leitura. Os resultados deste trabalho sugerem que a reinvenção do cordel está associada, no âmbito dos discursos institucionais que sobre ele exercem força produtiva, ao trânsito interdisciplinar entre campos do conhecimento e ao emprego de conceitos e procedimentos de interpretação históricos e historiográficos que o desnaturalizam e o situam no tempo. A análise dos componentes de edição e materialidade indicou o progressivo refinamento da publicação de cordel nas últimas décadas, sinalizado pela multiplicidade de sofisticados suportes, projetos gráfico-visuais, paratextos editoriais, tipos de papel, técnicas de composição, ilustração e impressão, e estratégias de circulação, divulgação e inserção dos textos no campo literário. Entre os/as poetas mais citados/as pelas instâncias de legitimação, predominam homens brancos, supostamente heterossexuais, residentes em capitais ou outras grandes cidades, com mais de 45 anos de idade. Nos poemas selecionados, a maioria de autoria feminina, observou-se a presença de dicções críticas aos regimes de verdade que regionalizaram e tradicionalizaram a literatura de cordel, sobretudo nas narrativas habitadas por culturas e sujeitos, via de regra, estereotipados, negativados e desumanizados, como mulheres, travestis, homossexuais, pessoas negras e religiões negro-brasileiras. A pesquisa mostrou, em linhas gerais, que o cordel é, ao mesmo tempo, um arquivo de formas, expressões e imaginários seculares, e um território das forças do contemporâneo e sua intempestividade, sempre aberto à reinvenção e ao deslocamento, pois resulta da experiência histórica e humana de quem o escreve, o recita, o lê/ouve, o edita, o pesquisa.
id UFMG_08958074e24a3e68c331a0cc73222648
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/42862
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Constância Lima Duartehttp://lattes.cnpq.br/0487085115563331Ana Maria de Oliveira GalvãoMarcelino Rodrigues da SilvaMarcos Antônio AlexandreRosilene Alves de MeloDurval Muniz de Albuquerque Júniorhttp://lattes.cnpq.br/8149926520037224André Magri Ribeiro de Melo2022-07-01T21:39:19Z2022-07-01T21:39:19Z2022-06-14http://hdl.handle.net/1843/42862http://orcid.org/0000-0001-5410-9317O objetivo desta pesquisa foi elaborar uma cartografia-panorama da literatura de cordel brasileira na contemporaneidade, com foco na produção crítica e poética de 1990 a 2020. Foram utilizadas como principais fontes, além de outros documentos, textos de leitores autorizados, os próprios poemas e seus meios de inscrição material: folhetos, livretos, livros e postagens em blogue e rede social. Buscou-se compreender como o cordel, uma tradição inventada, persiste, recria-se e refigura-se, tanto a partir das materialidades e textualidades dos objetos de leitura impressos ou digitais, como a partir da ordem do discurso fabricada, em especial, pelos dizeres de pesquisadores, poetas e editores. Cruzados e bricolados, os arquivos receberam tratamento qualitativo e quantitativo com base em parâmetros da análise do discurso foucaultiana, da filosofia da diferença, da teoria da história, da pós-crítica literária e da história cultural e da leitura. Os resultados deste trabalho sugerem que a reinvenção do cordel está associada, no âmbito dos discursos institucionais que sobre ele exercem força produtiva, ao trânsito interdisciplinar entre campos do conhecimento e ao emprego de conceitos e procedimentos de interpretação históricos e historiográficos que o desnaturalizam e o situam no tempo. A análise dos componentes de edição e materialidade indicou o progressivo refinamento da publicação de cordel nas últimas décadas, sinalizado pela multiplicidade de sofisticados suportes, projetos gráfico-visuais, paratextos editoriais, tipos de papel, técnicas de composição, ilustração e impressão, e estratégias de circulação, divulgação e inserção dos textos no campo literário. Entre os/as poetas mais citados/as pelas instâncias de legitimação, predominam homens brancos, supostamente heterossexuais, residentes em capitais ou outras grandes cidades, com mais de 45 anos de idade. Nos poemas selecionados, a maioria de autoria feminina, observou-se a presença de dicções críticas aos regimes de verdade que regionalizaram e tradicionalizaram a literatura de cordel, sobretudo nas narrativas habitadas por culturas e sujeitos, via de regra, estereotipados, negativados e desumanizados, como mulheres, travestis, homossexuais, pessoas negras e religiões negro-brasileiras. A pesquisa mostrou, em linhas gerais, que o cordel é, ao mesmo tempo, um arquivo de formas, expressões e imaginários seculares, e um território das forças do contemporâneo e sua intempestividade, sempre aberto à reinvenção e ao deslocamento, pois resulta da experiência histórica e humana de quem o escreve, o recita, o lê/ouve, o edita, o pesquisa.The objective of this research was to develop a panoramic carthography of Brazilian literature genre Cordel in contemporary times, focusing on the critical and poetic production from 1990 to 2020. Our data are composed of brochures, booklets, books and blog and social network posts. We sought to understand how cordel, an invented tradition of Brazilian Literarure, persists, recreates, and refigures itself, both out of the materiality of printed and digital reading supports. Also, the order of discourse which pervades researchers, poets and editors’ speeches. The archives received qualitative and quantitative treatment based on parameters of Foucauldian discourse analysis, philosophy of difference, History theory, post-literary criticism and Cultural perspectives and History of Reading. The results suggest that the reinvention of cordel is associated within the scope of institutional discourses that exert a productive force on this process, taking it into an interdisciplinary transit between some fields of knowledge and to the use of historical and historiographical concepts and procedures of interpretation that denaturalize and situate it this process in time. The analysis of the editing and printing components indicated the progressive refinement of cordel publishing in the last decades, signaled by the multiplicity of sophisticated supports, graphic-visual projects, editorial paratexts, types of paper, composition, illustration and printing techniques, circulation, dissemination, and insertion of cordeis in different literary fields and events contexts. The poets mostly quoted by legitimated literary instances are white men, supposedly heterosexual, living in capitals or other large cities, over 45 years age, mainly. As for the selected poems, the majority were written by women, it was observed their critical views against regimes of truth which support the regional and traditional cordel literary culture. Especially noticed throughout the narratives permeated by cultures and subjects that are stereotyped and dehumanized, such as women, transvestites, homosexuals, black people and black-Brazilian religions. The research shows that cordel is an archive of secular forms, expressions and imaginaries, and a territory of contemporary forces and their untimeliness, always open to reinvention and displacement, as well. It is the result of historical and human experiences whoever writes it, recites it, reads/listens to it, edits it, researches it.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Estudos LiteráriosUFMGBrasilFALE - FACULDADE DE LETRASLiteratura de cordel brasileira – História e críticaLiteratura brasileira – Séc. XX – História e críticaLiteratura brasileira – Séc. XXI – História e críticaPoesia brasileira – História e críticaMulheres na literaturaNegros na literaturaLiteratura de cordel contemporâneaPoesia brasileira contemporâneaLiteratura brasileira contemporâneaReinvenção da tradiçãoPós-crítica literária e culturalUma tradição reinventada: o cordel na contemporaneidadeA reinvented tradition: cordel in contemporary timesUne tradition réinventée: le cordel à l'époque contemporaineinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALUma tradição reinventada_arquivofinal.pdfUma tradição reinventada_arquivofinal.pdfapplication/pdf12758333https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42862/1/Uma%20tradi%c3%a7%c3%a3o%20reinventada_arquivofinal.pdf63dc45799d6b9ad37768c4daa4dfae4aMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42862/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/428622022-07-01 18:39:19.688oai:repositorio.ufmg.br:1843/42862TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-07-01T21:39:19Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Uma tradição reinventada: o cordel na contemporaneidade
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv A reinvented tradition: cordel in contemporary times
Une tradition réinventée: le cordel à l'époque contemporaine
title Uma tradição reinventada: o cordel na contemporaneidade
spellingShingle Uma tradição reinventada: o cordel na contemporaneidade
André Magri Ribeiro de Melo
Literatura de cordel contemporânea
Poesia brasileira contemporânea
Literatura brasileira contemporânea
Reinvenção da tradição
Pós-crítica literária e cultural
Literatura de cordel brasileira – História e crítica
Literatura brasileira – Séc. XX – História e crítica
Literatura brasileira – Séc. XXI – História e crítica
Poesia brasileira – História e crítica
Mulheres na literatura
Negros na literatura
title_short Uma tradição reinventada: o cordel na contemporaneidade
title_full Uma tradição reinventada: o cordel na contemporaneidade
title_fullStr Uma tradição reinventada: o cordel na contemporaneidade
title_full_unstemmed Uma tradição reinventada: o cordel na contemporaneidade
title_sort Uma tradição reinventada: o cordel na contemporaneidade
author André Magri Ribeiro de Melo
author_facet André Magri Ribeiro de Melo
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Constância Lima Duarte
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/0487085115563331
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Ana Maria de Oliveira Galvão
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Marcelino Rodrigues da Silva
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Marcos Antônio Alexandre
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Rosilene Alves de Melo
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Durval Muniz de Albuquerque Júnior
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/8149926520037224
dc.contributor.author.fl_str_mv André Magri Ribeiro de Melo
contributor_str_mv Constância Lima Duarte
Ana Maria de Oliveira Galvão
Marcelino Rodrigues da Silva
Marcos Antônio Alexandre
Rosilene Alves de Melo
Durval Muniz de Albuquerque Júnior
dc.subject.por.fl_str_mv Literatura de cordel contemporânea
Poesia brasileira contemporânea
Literatura brasileira contemporânea
Reinvenção da tradição
Pós-crítica literária e cultural
topic Literatura de cordel contemporânea
Poesia brasileira contemporânea
Literatura brasileira contemporânea
Reinvenção da tradição
Pós-crítica literária e cultural
Literatura de cordel brasileira – História e crítica
Literatura brasileira – Séc. XX – História e crítica
Literatura brasileira – Séc. XXI – História e crítica
Poesia brasileira – História e crítica
Mulheres na literatura
Negros na literatura
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Literatura de cordel brasileira – História e crítica
Literatura brasileira – Séc. XX – História e crítica
Literatura brasileira – Séc. XXI – História e crítica
Poesia brasileira – História e crítica
Mulheres na literatura
Negros na literatura
description O objetivo desta pesquisa foi elaborar uma cartografia-panorama da literatura de cordel brasileira na contemporaneidade, com foco na produção crítica e poética de 1990 a 2020. Foram utilizadas como principais fontes, além de outros documentos, textos de leitores autorizados, os próprios poemas e seus meios de inscrição material: folhetos, livretos, livros e postagens em blogue e rede social. Buscou-se compreender como o cordel, uma tradição inventada, persiste, recria-se e refigura-se, tanto a partir das materialidades e textualidades dos objetos de leitura impressos ou digitais, como a partir da ordem do discurso fabricada, em especial, pelos dizeres de pesquisadores, poetas e editores. Cruzados e bricolados, os arquivos receberam tratamento qualitativo e quantitativo com base em parâmetros da análise do discurso foucaultiana, da filosofia da diferença, da teoria da história, da pós-crítica literária e da história cultural e da leitura. Os resultados deste trabalho sugerem que a reinvenção do cordel está associada, no âmbito dos discursos institucionais que sobre ele exercem força produtiva, ao trânsito interdisciplinar entre campos do conhecimento e ao emprego de conceitos e procedimentos de interpretação históricos e historiográficos que o desnaturalizam e o situam no tempo. A análise dos componentes de edição e materialidade indicou o progressivo refinamento da publicação de cordel nas últimas décadas, sinalizado pela multiplicidade de sofisticados suportes, projetos gráfico-visuais, paratextos editoriais, tipos de papel, técnicas de composição, ilustração e impressão, e estratégias de circulação, divulgação e inserção dos textos no campo literário. Entre os/as poetas mais citados/as pelas instâncias de legitimação, predominam homens brancos, supostamente heterossexuais, residentes em capitais ou outras grandes cidades, com mais de 45 anos de idade. Nos poemas selecionados, a maioria de autoria feminina, observou-se a presença de dicções críticas aos regimes de verdade que regionalizaram e tradicionalizaram a literatura de cordel, sobretudo nas narrativas habitadas por culturas e sujeitos, via de regra, estereotipados, negativados e desumanizados, como mulheres, travestis, homossexuais, pessoas negras e religiões negro-brasileiras. A pesquisa mostrou, em linhas gerais, que o cordel é, ao mesmo tempo, um arquivo de formas, expressões e imaginários seculares, e um território das forças do contemporâneo e sua intempestividade, sempre aberto à reinvenção e ao deslocamento, pois resulta da experiência histórica e humana de quem o escreve, o recita, o lê/ouve, o edita, o pesquisa.
publishDate 2022
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-07-01T21:39:19Z
dc.date.available.fl_str_mv 2022-07-01T21:39:19Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2022-06-14
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/42862
dc.identifier.orcid.pt_BR.fl_str_mv http://orcid.org/0000-0001-5410-9317
url http://hdl.handle.net/1843/42862
http://orcid.org/0000-0001-5410-9317
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv FALE - FACULDADE DE LETRAS
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42862/1/Uma%20tradi%c3%a7%c3%a3o%20reinventada_arquivofinal.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42862/2/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 63dc45799d6b9ad37768c4daa4dfae4a
cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589366154526720