"Maneira decente e digna de expor aos olhos do público: modos de exibição da história natural (séc. XVIII e XIX)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Verona Campos Segantini
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-A3BGGK
Resumo: Esta pesquisa de doutorado teve por objetivo investigar as formas de ordenar, dispor e exibir conformadas no Museu Nacional na primeira metade do século XIX. Neste interesse, foi necessário um exercício de reflexão sobre o regime visivo assumido pela história natural, configurado na segunda metade do século XVIII e que elegia os gabinetes e museus como locus principal do seu fazer. Para isso, reunimos um diversificado conjunto documental que incluiu tanto textos que delineavam interesses e domínios da História Natural como os verbetes da Encyclopédie quanto memórias e instruções aos viajantes, naturalistas e preparadores, escritas, sobretudo, por Domingos Vandelli e seus discípulos que traçavam métodos de recolher, preparar, conservar e exibir. No exercício de reflexão e crítica a esses documentos reconhecemos como estava sublinhada uma dimensão visiva da ciência, seja na observação da natureza, seja na conformação de uma espacialidade de exibição orientada por uma ordenação metódica e uma disposição favorável às vistas e à instrução. Esse primeiro momento foi fundamental para informar a reflexão sobre os modos de exibição ensaiados pelo Museu Nacional desde o momento de sua inauguração até ao final década de 1860. Mobilizou-se outro conjunto documental composto por ofícios, correspondências, relatórios, regulamentos, e inventários que indiciavam sobre dinâmicas institucionais relacionadas ao cultivo das coleções, perspectivando a exibição. Esses documentos também permitiram refletir como esteve em disputa, nas primeiras décadas, a produção de uma espacialidade que deveria comportar a visagem de museu representativo da Nação. Nessa perspectiva, elegemos três momentos consideramos significativos, quais sejam: a (re)abertura do Museu à Exposição Pública em 1847; o anúncio de conclusão das obras dos Novos salões em 1857; e o final da década de 1860, momento de intenso investimento na visibilidade das coleções. Na análise dessa temporalidade foi possível problematizar o investimento na conformação de uma espacialidade, no ordenamento, deslocamentos e acomodações das coleções e das seções do Museu Nacional. Esse trabalho mobilizou um repertório de interesses que tangenciam a história das instituições museais e a cultura visual das ciências. Buscou-se, contudo, verticalizar a análise nos modos de dispor e exibir, perspectivando uma dimensão visiva da história natural, percebendo a sobreposição e a interdependência entre espacialidade/classificação/disposição/exibição.
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Para isso, reunimos um diversificado conjunto documental que incluiu tanto textos que delineavam interesses e domínios da História Natural como os verbetes da Encyclopédie quanto memórias e instruções aos viajantes, naturalistas e preparadores, escritas, sobretudo, por Domingos Vandelli e seus discípulos que traçavam métodos de recolher, preparar, conservar e exibir. No exercício de reflexão e crítica a esses documentos reconhecemos como estava sublinhada uma dimensão visiva da ciência, seja na observação da natureza, seja na conformação de uma espacialidade de exibição orientada por uma ordenação metódica e uma disposição favorável às vistas e à instrução. Esse primeiro momento foi fundamental para informar a reflexão sobre os modos de exibição ensaiados pelo Museu Nacional desde o momento de sua inauguração até ao final década de 1860. Mobilizou-se outro conjunto documental composto por ofícios, correspondências, relatórios, regulamentos, e inventários que indiciavam sobre dinâmicas institucionais relacionadas ao cultivo das coleções, perspectivando a exibição. Esses documentos também permitiram refletir como esteve em disputa, nas primeiras décadas, a produção de uma espacialidade que deveria comportar a visagem de museu representativo da Nação. Nessa perspectiva, elegemos três momentos consideramos significativos, quais sejam: a (re)abertura do Museu à Exposição Pública em 1847; o anúncio de conclusão das obras dos Novos salões em 1857; e o final da década de 1860, momento de intenso investimento na visibilidade das coleções. Na análise dessa temporalidade foi possível problematizar o investimento na conformação de uma espacialidade, no ordenamento, deslocamentos e acomodações das coleções e das seções do Museu Nacional. Esse trabalho mobilizou um repertório de interesses que tangenciam a história das instituições museais e a cultura visual das ciências. Buscou-se, contudo, verticalizar a análise nos modos de dispor e exibir, perspectivando uma dimensão visiva da história natural, percebendo a sobreposição e a interdependência entre espacialidade/classificação/disposição/exibição.Cette recherche de doctorat a eu comme objectif étudier les formes dordonner, de disposer et dexhiber structurées au Museu National dans la première moitié du XIXème siècle. Dans cet intérêt, sest fait nécessaire un exercice de réflexion sur le régime visuel assumée par l'histoire naturelle mis en place dans la seconde moitié du XVIIIème siècle et qui élirait les bureaux et musées comme le lieu principal de leur savoir faire. Pour cela, nous avons rassemblé un ensemble diversifié de documents qui comprennent des textes qui esquissaient des intérêts et des domaines de l'Histoire Naturelle - comme les entrées de lEncyclopédie - et des mémoires et des instructions aux voyageurs, aux naturalistes et aux formateurs, écrites principalement par Domingos Vandelli et ses disciples qui traçaient les méthodes de collecter, de préparer, de conserver et dexhiber. Dans l'exercice de réflexion et de critique de ces documents nous reconnaissons comment il était soulignée une dimension visive de la science, soit dans l'observation de la nature, soit dans la conformation dune spatialité déxibition guidé par un ordre méthodique et une disposition favorable aux visitations et à linstruction. Ce premier moment a été essentiel pour informer la réflexion sur les formes dexhibition essayés par le Museu Nacional à partir du moment de son inauguration jusquà la fin des années 1860. Un autre ensemble de documents a été aussi mobilisé, composé par des lettres, des correspondances, des rapports, des règlements et des inventaires qui indiquaient sur les dynamiques institutionnelles liées à la «culture» des collections, dans la percpective de lexhibition. Ces documents ont également permi de réflechir sur comment il était en litige, dans les premières décennies, la production d'une spatialité qui devrait inclure limage de musée représentif de la Nation. Dans cette perspective, nous avons choisi trois moments consideres significatifs, à savoir: la (re) ouverture du musée «Exposition Publique» en 1847; l'avis de l'achèvement des travaux de «Nouvelles Chambres» en 1857; et la fin des années 1860, moment d'investissement intense dans la visibilité des collections. En analysant cette temporalité il a été possible de problématiser l'investissement dans l'établissement d'une spatialité, dans lordre, les déplacements et les accommodatins des collections et des sections du Musée National. Ce travail a mobilisé un répertoire d'intérêts qui tangent l'histoire des institutions muséales et la culture visuelle de la science. Nous avons cherché, cependant, verticaliser l'analyse sur les modes de disposer et exhiber, dans la perspective dune dimension visive de l'histoire naturelle, em appercevant le chevauchement et l'interdépendance entre spatialité/classification/disposition/ exhibition.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGEducaçãoHistória NaturalMuseu NacionalModos de Exibição"Maneira decente e digna de expor aos olhos do público: modos de exibição da história natural (séc. 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