Composições ocupacionais e características dos trabalhadores em atividades com impacto sobre o clima

• Autor(a) principal: Marcos Damasceno
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/56185
• topic: Gases de efeito estufa; Composições ocupacionais; Empregos verdes; Desigualdades; Trabalho; Aspectos econômicos; Redução de gases do efeito estufa; Demografia

Dentre as transformações que marcam a economia contemporânea, o aquecimento global desperta atenção como um fenômeno cujo impacto nos processos produtivos e na demanda por trabalho tende a ser significativo. As exigências e inovações técnicas da “economia de baixo carbono”, que podem afetar as habilidades requeridas dos trabalhadores, ocorrem em paralelo a outras dinâmicas com potencial reflexo na composição e tamanho da força de trabalho, como o processo de envelhecimento populacional. Em meio a receios quanto à disponibilidade de mão de obra com qualificação adequada para ocupar os postos de trabalho necessários para a adaptação à mudança do clima, pesquisadores têm difundido conceitos e métodos para discutir os impactos da mudança climática na estrutura ocupacional, no intuito de auxiliar agentes públicos e privados a acelerar a transição produtiva e evitar que ela amplie desigualdades no mercado de trabalho. Seguindo esse caminho e explorando aspectos ainda turvos na definição de atividades e ocupações “verdes”, como vêm sendo chamadas, esta pesquisa investigou composições ocupacionais e características de trabalhadores inseridos em atividades econômicas com variação na emissão de gases de efeito estufa, propondo uma compatibilização ainda pouco discutida entre dados da PNAD Contínua e do SEEG, inventário nacional de emissão de gases elaborado pelo Observatório do Clima. Em uma análise descritiva e ensaística para os períodos de 2012 e 2019, são comparadas, para todo o Brasil, as composições ocupacionais de atividades que, a julgar pelo volume de gases emitidos, empregaram técnicas menos ou mais poluentes, bem como os atributos de idade, gênero, escolaridade, informalidade e renda dos trabalhadores. Além de lançar luz sobre desafios metodológicos ainda existentes, os resultados apontam indícios de uma possível associação entre o volume de gases emitidos e perfis ocupacionais que se distinguem segundo essas características, reforçando a utilidade do SEEG como fonte de dados para pesquisas nesse campo e a relevância de estender a investigação para um conjunto mais amplo de atividades econômicas e intervalos mais largos.