Novo modelo experimental de alergia alimentar à proteína do leite -Lactoglobulina em camundongos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Luísa Lemos dos Santos
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AP8QQM
Resumo: A alergia alimentar é uma resposta imunológica anormal frente aos antígenos ingeridos pela dieta e sua incidência tem aumentado em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Sabe-se que a alergia alimentar ao leite é bastante frequente, principalmente em crianças, afetando cerca de 2,5% delas em seu primeiro ano de vida. Já existem descritos vários modelos para indução de alergia alimentar ao leite de vaca, focando em um dos seus maiores componentes imunogênicos: a proteína -lactoglobulina (BLG). Porém, esses modelos exigem um tempo longo de execução, implicam no uso de toxina colérica ou intensa manipulação dos animais. Nosso grupo desenvolveu um modelo alimentar de alergia à BLG utilizando um protocolo mais rápido e de simples execução. Camundongos BALB/c foram sensibilizados por via intraperitoneal com o antígeno adsorvido em hidróxido de alumínio em salina e, 14 dias depois, receberam a imunização secundária com antígeno em solução salina. Uma semana após essa imunização, os animais foram desafiados por via oral com solução contendo o antígeno em mamadeiras. Dois tempos experimentais foram testados para o desafio oral: 7 ou 14 dias. Observamos que os camundongos sensibilizados e desafiados oralmente exibiam níveis elevados de IgE específica para o antígeno em ambos os tempos experimentais, perda de peso e redução de tecido adiposo perigonadal. Entretanto, os camundongos não alérgicos mantiveram níveis basais de IgE específicas, mantendo também o peso corporal e do tecido adiposo dentro dos valores obtidos no grupo controle. A alergia alimentar gerou um fenômeno classicamente conhecido como aversão, durante o qual os animais rejeitam a ingestão do antígeno utilizado na sensibilização alérgica (alérgeno). No entanto, quando submetidos ao teste de preferência entre o consumo de solução contendo o antígeno ou outra sem a presença do mesmo, tanto animais não alérgicos quanto alérgicos optaram pela ingestão da solução contendo o alérgeno. Medimos também alguns parâmetros histológicos e demonstramos que houve aumento do infiltrado eosinofílico no jejuno proximal, o mesmo acontecendo com o número de linfócitos intra-epiteliais (IELs). Já a produção de muco não se alterou nesse modelo. Os níveis de IgA secretória estavam elevados nos camundongos alérgicos desafiados por 14 dias. Além disto, os níveis de IL-4 estavam aumentados nos linfonodos mesentéricos e jejuno proximal enquanto que os níveis IL-10 e em TGF- estavam reduzidos no jejuno proximal de animais alérgicos e desafiados. O modelo desenvolvido representa uma ferramenta útil e de fácil execução para estudos em um tipo de alergia alimentar de grande importância clínica.
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Camundongos BALB/c foram sensibilizados por via intraperitoneal com o antígeno adsorvido em hidróxido de alumínio em salina e, 14 dias depois, receberam a imunização secundária com antígeno em solução salina. Uma semana após essa imunização, os animais foram desafiados por via oral com solução contendo o antígeno em mamadeiras. Dois tempos experimentais foram testados para o desafio oral: 7 ou 14 dias. Observamos que os camundongos sensibilizados e desafiados oralmente exibiam níveis elevados de IgE específica para o antígeno em ambos os tempos experimentais, perda de peso e redução de tecido adiposo perigonadal. Entretanto, os camundongos não alérgicos mantiveram níveis basais de IgE específicas, mantendo também o peso corporal e do tecido adiposo dentro dos valores obtidos no grupo controle. A alergia alimentar gerou um fenômeno classicamente conhecido como aversão, durante o qual os animais rejeitam a ingestão do antígeno utilizado na sensibilização alérgica (alérgeno). No entanto, quando submetidos ao teste de preferência entre o consumo de solução contendo o antígeno ou outra sem a presença do mesmo, tanto animais não alérgicos quanto alérgicos optaram pela ingestão da solução contendo o alérgeno. Medimos também alguns parâmetros histológicos e demonstramos que houve aumento do infiltrado eosinofílico no jejuno proximal, o mesmo acontecendo com o número de linfócitos intra-epiteliais (IELs). Já a produção de muco não se alterou nesse modelo. Os níveis de IgA secretória estavam elevados nos camundongos alérgicos desafiados por 14 dias. Além disto, os níveis de IL-4 estavam aumentados nos linfonodos mesentéricos e jejuno proximal enquanto que os níveis IL-10 e em TGF- estavam reduzidos no jejuno proximal de animais alérgicos e desafiados. O modelo desenvolvido representa uma ferramenta útil e de fácil execução para estudos em um tipo de alergia alimentar de grande importância clínica.Food allergy is an abnormal immune response against dietary antigens and its incidence has increased in developed and developing countries. It is known that cows milk allergy is very common. About 2.5% of children are affected in their first year of life. Several models of allergy to cows milk allergy have been already described. Usually they focus in one of its major immunogenic components: the -lactoglobulin protein (BLG). These models usually require either a long time to be performed, the use of choleric toxin or intense manipulation of animals. Herein, we report a novel model of food allergy to BLG using an easy and rapid protocol. BALB/c mice were intraperitoneally sensibilized with antigen adsorbed into aluminum hidroxide and, 14 days later, they received a second sensibilization, with the antigen in saline solution. One week thereafter, animals were orally challenged with a BLG-contatining solution. Oral challenged were tested for two periods of time: either 7 or 14 days. We observed that sensibilized and orally challanged animals showed high levels of antigen specific IgE at both periods of time. In addition, mice presented weight loss and reduction in adipose tissue. Food allergy generates a classical phenomenon known as aversion, in which animals reject to ingest the antigen to which they were sensitized to. Indeed, allergic mice avoid drinking a BLG-containing solution at a certain extent. However, in a preference test when animals could choose between consuming either a solution containing the allergen or a control solution, both non-allergic and allergic mice choose to drink the BLG-containing solution. We also measured some histological parameters and observed an increase in eosinophils and intra-epithelial lymphocytes in the proximal jejunum. Mucus production was not affected in this model. Levels of secretory IgA were elevated in allergic 14-day-challenged animals when compared to their controls. Levels of IL-4 were increased in mesenteric lymph nodes and proximal jejunum whereas levels of TGF-beta were increased and of IL-10 were decreased in the proximal jejunum of allergic mice. Therefore, we have described a novel model of allergy to cow´s milk that may represent a useful in future studies on very prevalent type of food allergy.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGBioquímica e imunologiaBioquímica e ImunologiaNovo modelo experimental de alergia alimentar à proteína do leite -Lactoglobulina em camundongosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdissertacao_luisa_lemos.pdfapplication/pdf2230695https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AP8QQM/1/dissertacao_luisa_lemos.pdf3f6447024e4809c6afa22afc0bc5f33cMD51TEXTdissertacao_luisa_lemos.pdf.txtdissertacao_luisa_lemos.pdf.txtExtracted texttext/plain137487https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AP8QQM/2/dissertacao_luisa_lemos.pdf.txtd2a306c7998782934dc68931a2cad02eMD521843/BUOS-AP8QQM2019-11-14 09:05:29.344oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-AP8QQMRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T12:05:29Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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