Gestão contábil ambiental: um estudo sob a ótica da ecoeficiência

• Autor(a) principal: Ana Carolina Vasconcelos Colares
• Data de Publicação: 2012
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8XVP2E
• topic: Gerenciamento de resíduos; Práticas gerenciais ambientais; Gestão contábil ambiental; Ecoeficiência; Contabilidade Aspectos ambientais

Essa pesquisa teve como objetivo principal descrever como são as praticas de gestão ambiental adotadas pelas empresas brasileiras, tendo como análise aquelas situadas no município de Belo Horizonte em Minas Gerais, com ênfase na gestão contábil ambiental, analisando essa realidade sob a ótica da ecoeficiência. Dessa forma, partiu-se da premissa inicial que uma ação ecológica contribui para a sustentabilidade quando integra desempenho econômico e ambiental, e essas ações enquadradas em atuar sobre os resíduos emitidos pela própria empresa podem aumentar a ecoeficiência do negócio. Nesse sentido, a pesquisa se classifica quanto aos objetivos como exploratória e descritiva, e utilizou procedimentos de pesquisa bibliográfica e Snrvey. Para a aplicação dos dois questionários (um sobre práticas gerenciais ambientais e outro sobre contabilização dos resíduos), foi realizada a etapa de pré-testes buscando validar o instrumento de coleta de dados e corrigir possíveis falhas. A amostra contemplou 36 empresas que informaram sobre práticas gerenciais ambientais, procedimentos de tratamento e gerenciamento de resíduos e formas de contabilização dos mesmos. Quanto à abordagem do problema, a pesquisa é quantitativa na medida em que buscou analisar os dados por meio de estatística descritiva. Dentre os principais achados da pesquisa, inicialmente observou-se que as empresas com certificação ISO 14001 têm uma atividade ambiental superior (77% em média) àquelas que não são certificadas (43% em média) no que se refere ao uso de práticas gerenciais ambientais, assim como as empresas de grande porte possuem uma atividade ambiental superior às de médio porte e o setor de utilidade pública (fornecimento de energia, gás canalizado e água) é O que mais realiza práticas gerenciais ambientais (89% em média). Adicionalmente, em relação ao uso de procedimentos de gerenciamento de resíduos, o setor de materiais básicos (siderurgia, mineração, metalurgia e outras) tem uma média superior (62,5%) aos outros setores. Com relação ex teoria institucional, verificou-se que de forma geral, não foram identificadas evidências de que as práticas gerenciais ambientais e os procedimentos de gerenciamento dos resíduos estivessem em um processo institucionalizado nas empresas brasileiras da amostra, no entanto, constatou- se que podem se encontrar em um estágio pré-instituciona1, no qual verifica-se um progresso moderado de sedimentação de práticas voltadas à sustentabilidade empresarial. Em se tratando de gerenciamento contábil-financeiro dos resíduos, identificou-se que 58% das empresas não o realizam, pois entendem que não liá necessidade de aplicar na companhia, enquanto que 25% opinam pela falta de livros ou manuais que orientem sobre assunto e outros 25% admitem que têm dificuldades na mensuração das externalidades ecológicas. Com relação às formas de contabilização dos resíduos, verificou-se que as empresas de grande porte têm maior concordância de opiniões com os autores. Por fim, concluiu-se que as empresas da amostra já se encontram preocupadas com o meio ambiente, no entanto, a adoção de praticas de contribuem com o desenvolvimento sustentável ainda não é um hábito para a maioria das empresas, e muitas das práticas que são utilizadas têm a principal finalidade de atender às demandas legais. Sugerese para pesquisas futuras o uso de uma amostra com empresas de outras localidades, bem como aprofundamento da analise para identificar diferenças entre a realidade e a literatura gerencial e aprimorar as evidências de um processo de institucionalização das práticas gerenciais ambientais