Agricultura urbana: práticas populares e sua inserção em políticas públicas
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/MPBB-87YHD5 |
Resumo: | Convencionalmente o planejamento urbano busca resolver o que, usualmente, se denomina caos urbano, contudo há espontaneidades que a racionalidade hegemonica do planejamento não consegue abarcar. Um exemplo são as práticas de Agricultura Urbana (AU), fenomeno manifesto em Belo Horizonte e em várias outras cidades do mundo. Trata-se de atividades agricolas que ocorrem em vazios urbanos cuja produção é voltada para o auto-consumo ou venda no mercado local. Interage com as dimensoes sociais, ecológicas e economicas do urbano, contudo não é legitimada enquanto uma atividade urbana formal. Foram estes os objetivos desta dissertação: identificar e analisar as diversas formas pelas quais homens e mulheres urbanos, através do uso de recursos locais próprios, desenvolvem práticas da AU em Belo Horizonte; fazer uma discussão conceitual sobre a Agricultura Urbana, Agroecologa, Segurança Alimentar e Nutricional e Economia Solidária; compreender a conexão das práticas e do atual movimento da agricultura urbana com outras práticas e movimentos, compreender como os conceitos e as práticas produtivas são arranjados e pensados como ação política e economica dos produtores e qual a importância destes dentro das políticas públicas urbanas. Foram realizadas entrevistas, eventos e acompanhamento das açoes dos produtores. A pesquisa mostra que a AU não é uma panacéia para os problemas urbanos e socloambientais, causados por certo modelo de organização socioespacial, contudo é uma opção, dentre várias, tais como a agroecologia, as políticas de segurança alimentar e a economia solidâria, que responde aos sinais do esgotamento das relaçoes convencionais entre os chamados campo urbano e ambiental. Os sinais podem nos ajudar a assumir os problemas e vislumbrar novas formas de olhar e pensar a cidade e a sociedade que nela vive. A discussão sobre AU ainda é frágil e enfrenta desafios para a sua efetivação enquanto politica social com rebatimento nas politicas urbanas. Pode assumir a forma de um projeto contra-hegemonico favorável à cooperação e às transforrnaçoes sociais profundas ou favoráveis ao ideário neoliberal com respostas pontuais às carências urbanas desconsiderando problemas estruturais. Apesar dos riscos de uma adequação neoliberal as politicas públicas e o planejamento podem ajudar a criar instrumentos e açoes para fortalecer as práticas populares que estão voltadas ao atendimento nutricional de grupos sociais que sofrem de carências alimentares e tem na AU uma prática que mobiliza e fortalece a cultura alimentar popular. A AU não é prática nova, mas é um campo de pesquisa novo para a Geografia Urbana e, por isso, deve ser referenciada como parte dos processos e lutas do meio urbano que compoe a realidade atual. |
id |
UFMG_146913c15587899d70720ee98250465d |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufmg.br:1843/MPBB-87YHD5 |
network_acronym_str |
UFMG |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFMG |
repository_id_str |
|
spelling |
Heloisa Soares de Moura CostaCassio Eduardo Viana HissaMaria Luiza Grossi AraujoRoberto Luís de Melo Monte-mórMaura Neves Coutinho2019-08-14T15:45:37Z2019-08-14T15:45:37Z2010-04-28http://hdl.handle.net/1843/MPBB-87YHD5Convencionalmente o planejamento urbano busca resolver o que, usualmente, se denomina caos urbano, contudo há espontaneidades que a racionalidade hegemonica do planejamento não consegue abarcar. Um exemplo são as práticas de Agricultura Urbana (AU), fenomeno manifesto em Belo Horizonte e em várias outras cidades do mundo. Trata-se de atividades agricolas que ocorrem em vazios urbanos cuja produção é voltada para o auto-consumo ou venda no mercado local. Interage com as dimensoes sociais, ecológicas e economicas do urbano, contudo não é legitimada enquanto uma atividade urbana formal. Foram estes os objetivos desta dissertação: identificar e analisar as diversas formas pelas quais homens e mulheres urbanos, através do uso de recursos locais próprios, desenvolvem práticas da AU em Belo Horizonte; fazer uma discussão conceitual sobre a Agricultura Urbana, Agroecologa, Segurança Alimentar e Nutricional e Economia Solidária; compreender a conexão das práticas e do atual movimento da agricultura urbana com outras práticas e movimentos, compreender como os conceitos e as práticas produtivas são arranjados e pensados como ação política e economica dos produtores e qual a importância destes dentro das políticas públicas urbanas. Foram realizadas entrevistas, eventos e acompanhamento das açoes dos produtores. A pesquisa mostra que a AU não é uma panacéia para os problemas urbanos e socloambientais, causados por certo modelo de organização socioespacial, contudo é uma opção, dentre várias, tais como a agroecologia, as políticas de segurança alimentar e a economia solidâria, que responde aos sinais do esgotamento das relaçoes convencionais entre os chamados campo urbano e ambiental. Os sinais podem nos ajudar a assumir os problemas e vislumbrar novas formas de olhar e pensar a cidade e a sociedade que nela vive. A discussão sobre AU ainda é frágil e enfrenta desafios para a sua efetivação enquanto politica social com rebatimento nas politicas urbanas. Pode assumir a forma de um projeto contra-hegemonico favorável à cooperação e às transforrnaçoes sociais profundas ou favoráveis ao ideário neoliberal com respostas pontuais às carências urbanas desconsiderando problemas estruturais. Apesar dos riscos de uma adequação neoliberal as politicas públicas e o planejamento podem ajudar a criar instrumentos e açoes para fortalecer as práticas populares que estão voltadas ao atendimento nutricional de grupos sociais que sofrem de carências alimentares e tem na AU uma prática que mobiliza e fortalece a cultura alimentar popular. A AU não é prática nova, mas é um campo de pesquisa novo para a Geografia Urbana e, por isso, deve ser referenciada como parte dos processos e lutas do meio urbano que compoe a realidade atual.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGEconomia solidáriaAgricultura urbana Belo Horizonte (MG)Políticas públicas Belo Horizonte (MG)política públicaeconomia solidáriasegurança alimentar e nutricionalagricultura urbanaagroecologiaAgricultura urbana: práticas populares e sua inserção em políticas públicasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALagriculturaurbana_praticaspopulares_insercao_polit_publicas.pdfapplication/pdf12117700https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MPBB-87YHD5/1/agriculturaurbana_praticaspopulares_insercao_polit_publicas.pdf715052a769de2e76a34ba5e6e58d9c0dMD51TEXTagriculturaurbana_praticaspopulares_insercao_polit_publicas.pdf.txtagriculturaurbana_praticaspopulares_insercao_polit_publicas.pdf.txtExtracted texttext/plain666006https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MPBB-87YHD5/2/agriculturaurbana_praticaspopulares_insercao_polit_publicas.pdf.txt45ec82a9382b3173f3a3a36cc017b60dMD521843/MPBB-87YHD52019-11-14 14:36:38.408oai:repositorio.ufmg.br:1843/MPBB-87YHD5Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T17:36:38Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Agricultura urbana: práticas populares e sua inserção em políticas públicas |
title |
Agricultura urbana: práticas populares e sua inserção em políticas públicas |
spellingShingle |
Agricultura urbana: práticas populares e sua inserção em políticas públicas Maura Neves Coutinho política pública economia solidária segurança alimentar e nutricional agricultura urbana agroecologia Economia solidária Agricultura urbana Belo Horizonte (MG) Políticas públicas Belo Horizonte (MG) |
title_short |
Agricultura urbana: práticas populares e sua inserção em políticas públicas |
title_full |
Agricultura urbana: práticas populares e sua inserção em políticas públicas |
title_fullStr |
Agricultura urbana: práticas populares e sua inserção em políticas públicas |
title_full_unstemmed |
Agricultura urbana: práticas populares e sua inserção em políticas públicas |
title_sort |
Agricultura urbana: práticas populares e sua inserção em políticas públicas |
author |
Maura Neves Coutinho |
author_facet |
Maura Neves Coutinho |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Heloisa Soares de Moura Costa |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Cassio Eduardo Viana Hissa |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Maria Luiza Grossi Araujo |
dc.contributor.referee3.fl_str_mv |
Roberto Luís de Melo Monte-mór |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Maura Neves Coutinho |
contributor_str_mv |
Heloisa Soares de Moura Costa Cassio Eduardo Viana Hissa Maria Luiza Grossi Araujo Roberto Luís de Melo Monte-mór |
dc.subject.por.fl_str_mv |
política pública economia solidária segurança alimentar e nutricional agricultura urbana agroecologia |
topic |
política pública economia solidária segurança alimentar e nutricional agricultura urbana agroecologia Economia solidária Agricultura urbana Belo Horizonte (MG) Políticas públicas Belo Horizonte (MG) |
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv |
Economia solidária Agricultura urbana Belo Horizonte (MG) Políticas públicas Belo Horizonte (MG) |
description |
Convencionalmente o planejamento urbano busca resolver o que, usualmente, se denomina caos urbano, contudo há espontaneidades que a racionalidade hegemonica do planejamento não consegue abarcar. Um exemplo são as práticas de Agricultura Urbana (AU), fenomeno manifesto em Belo Horizonte e em várias outras cidades do mundo. Trata-se de atividades agricolas que ocorrem em vazios urbanos cuja produção é voltada para o auto-consumo ou venda no mercado local. Interage com as dimensoes sociais, ecológicas e economicas do urbano, contudo não é legitimada enquanto uma atividade urbana formal. Foram estes os objetivos desta dissertação: identificar e analisar as diversas formas pelas quais homens e mulheres urbanos, através do uso de recursos locais próprios, desenvolvem práticas da AU em Belo Horizonte; fazer uma discussão conceitual sobre a Agricultura Urbana, Agroecologa, Segurança Alimentar e Nutricional e Economia Solidária; compreender a conexão das práticas e do atual movimento da agricultura urbana com outras práticas e movimentos, compreender como os conceitos e as práticas produtivas são arranjados e pensados como ação política e economica dos produtores e qual a importância destes dentro das políticas públicas urbanas. Foram realizadas entrevistas, eventos e acompanhamento das açoes dos produtores. A pesquisa mostra que a AU não é uma panacéia para os problemas urbanos e socloambientais, causados por certo modelo de organização socioespacial, contudo é uma opção, dentre várias, tais como a agroecologia, as políticas de segurança alimentar e a economia solidâria, que responde aos sinais do esgotamento das relaçoes convencionais entre os chamados campo urbano e ambiental. Os sinais podem nos ajudar a assumir os problemas e vislumbrar novas formas de olhar e pensar a cidade e a sociedade que nela vive. A discussão sobre AU ainda é frágil e enfrenta desafios para a sua efetivação enquanto politica social com rebatimento nas politicas urbanas. Pode assumir a forma de um projeto contra-hegemonico favorável à cooperação e às transforrnaçoes sociais profundas ou favoráveis ao ideário neoliberal com respostas pontuais às carências urbanas desconsiderando problemas estruturais. Apesar dos riscos de uma adequação neoliberal as politicas públicas e o planejamento podem ajudar a criar instrumentos e açoes para fortalecer as práticas populares que estão voltadas ao atendimento nutricional de grupos sociais que sofrem de carências alimentares e tem na AU uma prática que mobiliza e fortalece a cultura alimentar popular. A AU não é prática nova, mas é um campo de pesquisa novo para a Geografia Urbana e, por isso, deve ser referenciada como parte dos processos e lutas do meio urbano que compoe a realidade atual. |
publishDate |
2010 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2010-04-28 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2019-08-14T15:45:37Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2019-08-14T15:45:37Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/1843/MPBB-87YHD5 |
url |
http://hdl.handle.net/1843/MPBB-87YHD5 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFMG |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
instname_str |
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
instacron_str |
UFMG |
institution |
UFMG |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFMG |
collection |
Repositório Institucional da UFMG |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MPBB-87YHD5/1/agriculturaurbana_praticaspopulares_insercao_polit_publicas.pdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MPBB-87YHD5/2/agriculturaurbana_praticaspopulares_insercao_polit_publicas.pdf.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
715052a769de2e76a34ba5e6e58d9c0d 45ec82a9382b3173f3a3a36cc017b60d |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1803589430277046272 |