Preditores de mortalidade e desfecho funcional em pacientes com oclusão aguda da artéria basilar, tratados com trombectomia mecânica – revisão sistemática e análise crítica da literatura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Eustáquio Claret dos Santos Júnior
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/35625
Resumo: Introdução: O acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi) causado pela oclusão aguda da artéria basilar (BAO) é uma entidade rara, mas relacionada a elevada taxa de mortalidade e dependência funcional entre os sobreviventes. A eficácia e segurança da trombectomia mecânica para este tipo de AVCi ainda não foi bem estabelecida em ensaios clínicos randomizados, como no AVCi de vasos largos de circulação anterior. Da mesma forma, faltam estudos que permitam identificar fatores preditores de mortalidade e desfecho funcional nesta situação. Objetivos: O objetivo primário desta revisão é identificar, na literatura internacional, fatores prognósticos capazes de predizer mortalidade e desfecho funcional em pacientes com oclusão aguda da artéria basilar, submetidos a trombectomia mecânica. Secundariamente, objetiva-se estudar a segurança e eficácia da trombectomia mecânica na oclusão da basilar, avaliando, nas séries estudadas, a taxa de reperfusão, mortalidade, independência funcional e hemorragia intracraniana sintomática. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura de acordo com os critérios do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). Dos 373 títulos obtidos na busca inicial, 30 artigos foram selecionados para a análise, sendo 25 coortes retrospectivas e 5 prospectivas. Foram compiladas informações sobre as características principais do desenho de cada estudo, características basais das populações estudadas, resultados referentes aos desfechos (mortalidade, desfecho funcional e hemorragia intracraniana sintomática), além dos preditores de morte e desfecho funcional bom (mRS < 3) em 90 dias. Resultados: O tempo médio entre ictus e revascularização variou de 197 a 668 minutos, a taxa de reperfusão satisfatória variou de 62 a 100%. A taxa de desfecho funcional bom (mRS < 3) variou de 17.8 a 56% e a mortalidade de 12 a 64.3%. Houve uma série de preditores de mortalidade e desfecho funcional encontrados em apenas um ou dois estudos, enquanto outros encontraram eco em um número maior de publicações. Entre eles, idade mais jovem (seis estudos), quadro clínico inicial mais brando (15 estudos), neuroimagem da admissão mostrando valores altos do pcASPECTS (cinco estudos) ou Brain Stem Score > 3 (dois estudos), presença de boa rede de colaterais (cinco estudos) e menor tempo entre ictus e tratamento (cinco estudos). Conclusão: Os estudos analisados foram bastante heterogêneos. Além disso, a maioria dos trabalhos é retrospectiva, e sua totalidade é de estudos observacionais. Dessa forma são necessários mais ensaios clínicos randomizados sobre o tema, para elaboração de evidências mais robustas que embasem a eficácia e segurança do método. Apesar destas limitações, é possível apontar algumas tendências. Diante da gravidade da história natural da trombose de basilar, a trombectomia mecânica parece oferecer eficácia e segurança razoáveis, sobretudo para pacientes com algumas características em especial.
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