Parada cardiorrespiratória em ambiente pré-hospitalar: ocorrências atendidas pelo serviço de atendimentomóvel de urgência de Belo Horizonte

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Daniela Aparecida Morais
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/GCPA-75FKL2
Resumo: O Serviço de Atendimento Médico de Urgência de Belo Horizonte (SAMU/BH), implantado em 2003, conta com equipe preparada e ambulâncias equipadas para atendimento pré-hospitalar. Dentre esses atendimentos tem-se a parada cardiorrespiratória (PCR) que é uma das ocorrências mais graves. Este estudo foi desenvolvido com o objetivo de analisar as ocorrências de parada cardiorrespiratória, atendidas pelas unidades de suporte avançado (USA), em ambiente pré-hospitalar, na cidade de Belo Horizonte, durante o ano de 2005. Para a coleta de dados, elaboramos um instrumento com variáveis baseadas no estiloUstein. Os dados foram submetidos a tratamento estatístico (análise espacial, descritiva e de associação). Estudamos 1548 casos de pessoas vítimas de PCR. A análise espacial dos casos ocorridos em Belo Horizonte mostrou uma ausência de conglomerados. A maioria dos atendimentos se deu no período diurno, entre sábado e terça-feira (com média de 5 atendimentos/dia) e média de 129 atendimentos/mês.O maior percentual (68,8%) foi de pessoas do sexo masculino, idade variando de 0 a 106 anos com faixa etária média de 45 a 54 anos. As causas de PCR foram categorizadas em clínicas e externas, sendo a primeira em maior quantitativo (62,2%). As USA que atenderam ocorrências de PCR, no município de Belo Horizonte, chegaram ao local indicado em tempo médio (tempo-resposta) de 10,3 minutos e, em outras cidades da região metropolitana, em média 18 minutos. Namaioria das ocorrências atendidas (77,3%), apenas se constatou o óbito. A realização das manobras de RCP se restringiu a 351 pessoas, e, 33,3% apresentavam fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso no momento da primeira avaliação pela equipe de atendimento. Dessas, 23,6% tiveram sobrevida imediata e foram encaminhadas para diversos hospitais. Dentre os fatores que influenciaram sobrevida imediata pós-RCP, têm-se o tempo-resposta da ambulância, PCR presenciada pela equipe e o ritmo cardíaco. Porém, na regressão logística, somente as duas últimas variáveis foram significativas. Para os casos em que a PCR foi presenciada pelas equipes das USA do SAMU/BH, as pessoas tiveram 2,8 vezes mais chance de sobrevida imediata pós-RCP do que as com PCR nãopresenciadas pelas equipes. Vítimas com o ritmo de assistolia tiveram 2,6 vezes menos chance de sobrevida imediata caso o ritmo cardíaco encontrado fosse outro como FV/TV sem pulso ou AESP. As outras variáveis não tiveram associação com a sobrevida imediata pós-RCP. Os resultados mostraram o importante papel do SAMU no atendimento às vítimas de parada cardiopulmonar na comunidade.
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A análise espacial dos casos ocorridos em Belo Horizonte mostrou uma ausência de conglomerados. A maioria dos atendimentos se deu no período diurno, entre sábado e terça-feira (com média de 5 atendimentos/dia) e média de 129 atendimentos/mês.O maior percentual (68,8%) foi de pessoas do sexo masculino, idade variando de 0 a 106 anos com faixa etária média de 45 a 54 anos. As causas de PCR foram categorizadas em clínicas e externas, sendo a primeira em maior quantitativo (62,2%). As USA que atenderam ocorrências de PCR, no município de Belo Horizonte, chegaram ao local indicado em tempo médio (tempo-resposta) de 10,3 minutos e, em outras cidades da região metropolitana, em média 18 minutos. Namaioria das ocorrências atendidas (77,3%), apenas se constatou o óbito. A realização das manobras de RCP se restringiu a 351 pessoas, e, 33,3% apresentavam fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso no momento da primeira avaliação pela equipe de atendimento. Dessas, 23,6% tiveram sobrevida imediata e foram encaminhadas para diversos hospitais. Dentre os fatores que influenciaram sobrevida imediata pós-RCP, têm-se o tempo-resposta da ambulância, PCR presenciada pela equipe e o ritmo cardíaco. Porém, na regressão logística, somente as duas últimas variáveis foram significativas. Para os casos em que a PCR foi presenciada pelas equipes das USA do SAMU/BH, as pessoas tiveram 2,8 vezes mais chance de sobrevida imediata pós-RCP do que as com PCR nãopresenciadas pelas equipes. Vítimas com o ritmo de assistolia tiveram 2,6 vezes menos chance de sobrevida imediata caso o ritmo cardíaco encontrado fosse outro como FV/TV sem pulso ou AESP. As outras variáveis não tiveram associação com a sobrevida imediata pós-RCP. Os resultados mostraram o importante papel do SAMU no atendimento às vítimas de parada cardiopulmonar na comunidade.The Mobile Emergence Service of Belo Horizonte (SAMU/BH), initiated in 2003, has trained staff members and ambulances equipped for pre hospital assistance. Among the most serious cases is the cardiorespiratory arrest. This study aims to analyze factors which influenced the assistance given to patients who had cardiorespiratoryarrest, in pre hospital environment of Advanced Support Units (ASU), in the city of Belo Horizonte, during 2005. To collect the data, we prepared an instrument containing Ustein style based variables. Statistical analysis such as associations, descriptive and space analysis were used to treat the data. Patients (n=1548) who had cardiorespiratory arrest were included. Space analysis of patients assisted in Belo Horizonte demonstrated lack of clusters. The majority had assistance during daytime, between Saturday and Tuesday, with a mean of 5 per day, and 129 per month.The majority (68.8%) were male, age ranging from 0 to 106 years, with a mean of 45 to 54 years old. The cardiorespiratory arrests were classified according to clinical and external causes. The majority presented clinical causes (62.2%). The ASU which assisted the patients in Belo Horizonte had a mean time-response of 10.3 minutes to arrive at the local, and of 18 minutes in other cities around. The majority of patients were already dead when the staff arrived. Cardiopulmonary resuscitation (CPR) wasdone on 351 patientes, and 33.3% presented ventricular fibrillation or tachycardia, without the presence of pulse on the first evaluation. Among these, 23.6% had immediate recovery and were taken to a hospital. The ambulance time-response, the CPR, and the cardiac rhythm were the factors that influenced immediate survival after CPR. Logistic regression, however, indicated only the CPR maneuver and the cardiac rhythm as significant. Patients who had CPR by the ASU and Mobile Emergency Service (SAMU/BH) teams had 2,8 more immediate survival chance andwho had cardiac rhythm such as asystolia showed 2.6 times less immediate survival chance. Other variables did not show association with immediate survival after CPR.Results showed the importance of SAMU in the assistance of patients who had cardiorespiratory arrest in the community.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGAmbulânciasEnfermagemParada CardíacaServiços Médicos de Emergência/estatística & dados numéricosRessuscitação CardiopulmonarAssistência Pré-HospitalarAmbulânciaEnfermagemServiços de Saúde-Belo Horizonte (MG)Parada CardíacaServiços Médicosde EmergênciaRessuscitação CardiopulmonarParada cardiorrespiratória em ambiente pré-hospitalar: ocorrências atendidas pelo serviço de atendimentomóvel de urgência de Belo Horizonteinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdaniela_aparecida_morais.pdfapplication/pdf2809794https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/GCPA-75FKL2/1/daniela_aparecida_morais.pdf14808945efa132c3c2cc5fae7b7f0e8dMD51TEXTdaniela_aparecida_morais.pdf.txtdaniela_aparecida_morais.pdf.txtExtracted texttext/plain128512https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/GCPA-75FKL2/2/daniela_aparecida_morais.pdf.txtb96224c01931d4c54f7d967278921e8dMD521843/GCPA-75FKL22019-11-14 17:36:47.557oai:repositorio.ufmg.br:1843/GCPA-75FKL2Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T20:36:47Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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