Participação dos receptores para esteróides ovarianos na ação da kisspeptina sobre neurônios dopaminérgicos e secreção de prolactina

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nayara Soares Sena Aquino
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9HCJEK
Resumo: Demonstramos recentemente que a kisspeptina estimula a secreção de prolactina (PRL) de forma dependente do estradiol, efeito este, exercido através da redução da atividade de neurônios dopaminérgicos na eminência mediana (EM). A modulação exercida pelo estradiol poderia ocorrer através de receptores para estrógeno (ER) dos subtipos ER ou ER, no entanto, o papel de tais receptores neste mecanismo ainda não está elucidado. Semelhantemente, ainda não foi demonstrada a função exercida pela progesterona e seu receptor (PR) na ação da kisspeptina sobre a secreção de PRL e atividade dos neurônios dopaminérgicos. Assim, em um conjunto de experimentos, investigamos o papel dos ERs e PR no efeito da kisspeptina sobre a liberação de PRL e atividade dos terminais de neurônios dopaminérgicos na EM e no lobo neuro-intermediário da hipófise (LNI). Inicialmente, validamos o uso do tamoxifen, modulador seletivo de ER, como antagonista do efeito estimulatório do estradiol sobre a secreção de PRL em ratas. Em experimentos subsequentes, ratas ovariectomizadas (OVX) foram tratadas com estradiol (OVX+E), estradiol e tamoxifen (OVX+ET) ou com os agonistas seletivos para ER e ER, PPT (OVX+PPT) e DPN (OVX+DPN), respectivamente. Com o objetivo de investigar ainda a participação da progesterona na ação da kisspeptina, em experimentos adicionais ratas OVX+E foram tratadas com progesterona (OVX+EP) ou progesterona e RU-486 (OVX+EP+RU), antagonista seletivo do PR. Em todos os experimentos, as ratas receberam injeção i.c.v. de kisspeptina-10 ou veículo e tiveram o sangue colhido para análise das concentrações plasmáticas de PRL. Os resultados demonstraram que o tamoxifen inibiu o pico de PRL induzido por estradiol, e bloqueou o efeito estimulatório da kisspeptina sobre a liberação de PRL. O tamoxifen também preveniu o efeito da kisspeptina de reduzir os níveis do metabólito da dopamina (DA) ácido 3,4-dihidroxifenilacético (DOPAC) na EM. Ratas OVX+PPT apresentaram maior resposta da PRL à kisspeptina em comparação a ratas OVX+E, resposta associada à redução de DOPAC na EM e LNI. Por outro lado, a kisspeptina não exerceu efeito nas ratas OVX+DPN. O tratamento com progesterona nas ratas OVX+EP potencializou a liberação de PRL induzida pela kisspeptina, efeito associado à redução nos níveis de DOPAC e DA na EM e LNI. Estes efeitos da kisspeptina foram bloqueados nas ratas OVX+EP+RU. Assim, os resultados deste trabalho demonstram pela primeira vez que o efeito permissivo do estradiol na ação da kisspeptina sobre o eixo DA-PRL é exercido através de ER e não ER. Adicionalmente, a ação da kisspeptina é potencializada pela progesterona via ativação do PR.
id UFMG_512fb9d764fa529dfb4c1524940b9cef
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-9HCJEK
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Raphael Escorsim SzawkaNayara Soares Sena Aquino2019-08-10T18:43:29Z2019-08-10T18:43:29Z2013-04-03http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9HCJEKDemonstramos recentemente que a kisspeptina estimula a secreção de prolactina (PRL) de forma dependente do estradiol, efeito este, exercido através da redução da atividade de neurônios dopaminérgicos na eminência mediana (EM). A modulação exercida pelo estradiol poderia ocorrer através de receptores para estrógeno (ER) dos subtipos ER ou ER, no entanto, o papel de tais receptores neste mecanismo ainda não está elucidado. Semelhantemente, ainda não foi demonstrada a função exercida pela progesterona e seu receptor (PR) na ação da kisspeptina sobre a secreção de PRL e atividade dos neurônios dopaminérgicos. Assim, em um conjunto de experimentos, investigamos o papel dos ERs e PR no efeito da kisspeptina sobre a liberação de PRL e atividade dos terminais de neurônios dopaminérgicos na EM e no lobo neuro-intermediário da hipófise (LNI). Inicialmente, validamos o uso do tamoxifen, modulador seletivo de ER, como antagonista do efeito estimulatório do estradiol sobre a secreção de PRL em ratas. Em experimentos subsequentes, ratas ovariectomizadas (OVX) foram tratadas com estradiol (OVX+E), estradiol e tamoxifen (OVX+ET) ou com os agonistas seletivos para ER e ER, PPT (OVX+PPT) e DPN (OVX+DPN), respectivamente. Com o objetivo de investigar ainda a participação da progesterona na ação da kisspeptina, em experimentos adicionais ratas OVX+E foram tratadas com progesterona (OVX+EP) ou progesterona e RU-486 (OVX+EP+RU), antagonista seletivo do PR. Em todos os experimentos, as ratas receberam injeção i.c.v. de kisspeptina-10 ou veículo e tiveram o sangue colhido para análise das concentrações plasmáticas de PRL. Os resultados demonstraram que o tamoxifen inibiu o pico de PRL induzido por estradiol, e bloqueou o efeito estimulatório da kisspeptina sobre a liberação de PRL. O tamoxifen também preveniu o efeito da kisspeptina de reduzir os níveis do metabólito da dopamina (DA) ácido 3,4-dihidroxifenilacético (DOPAC) na EM. Ratas OVX+PPT apresentaram maior resposta da PRL à kisspeptina em comparação a ratas OVX+E, resposta associada à redução de DOPAC na EM e LNI. Por outro lado, a kisspeptina não exerceu efeito nas ratas OVX+DPN. O tratamento com progesterona nas ratas OVX+EP potencializou a liberação de PRL induzida pela kisspeptina, efeito associado à redução nos níveis de DOPAC e DA na EM e LNI. Estes efeitos da kisspeptina foram bloqueados nas ratas OVX+EP+RU. Assim, os resultados deste trabalho demonstram pela primeira vez que o efeito permissivo do estradiol na ação da kisspeptina sobre o eixo DA-PRL é exercido através de ER e não ER. Adicionalmente, a ação da kisspeptina é potencializada pela progesterona via ativação do PR.We have shown that kisspeptin stimulates prolactin (PRL) secretion in an estradiol-dependent manner through inhibition of dopaminergic terminals in the median eminence (ME). The effects of estradiol may occur via estrogen receptor (ER) or ER, but the role of these receptors in this mechanism has not been elucidated. Likewise, the role played by progesterone and its receptor (PR) in kisspeptin regulation of dopamine function and PRL secretion has not been demonstrated so far. Thus, we performed in vivo experiments in female rats to investigate the role of ER and PR on the effect of kisspeptin on PRL secretion and activity of dopaminergic terminals in the ME and neuro-intermediate lobe of the pituitary gland (NIL). Initially, we validated the use of tamoxifen, a selective estrogen receptor modulator (SERM) as an antagonist of the stimulatory effects of estradiol on PRL secretion. In subsequent experiments, ovariectomized (OVX) rats were treated with estradiol (OVX+E), estradiol and tamoxifen (OVX+ET), or the selective agonists for ER and ER, PPT (OVX+PPT) and DPN (OVX+DPN), respectively. Additionally, to investigate the involvement of progesterone on kisspeptin action, OVX+E rats were treated with progesterone (OVX+EP) or progesterone and RU-486 (OVX+EP+RU), a selective antagonist of PR. In all experiments, rats received i.c.v injections of kisspeptin-10 or vehicle and plasma PRL levels were determined in blood samples. Tamoxifen suppressed the estradiol-induced surge of PRL and blocked the stimulatory effect of kisspeptin on PRL release. Tamoxifen also prevented the kisspeptin-induced reduction of dopamine (DA) metabolite 3,4-dihydroxyphenylacetic acid (DOPAC) in the ME. OVX+PPT rats displayed higher PRL response to kisspeptin compared with OVX+E rats, which was associated with a reduction of DOPAC levels in both the ME and NIL. By contrast, kisspeptin had no effect on OVX+DPN rats. In OVX+EP rats, in turn, progesterone treatment amplified PRL release induced by kisspeptin, which was associated with a marked decreased in both DA and DOPAC levels in the ME and NIL. These effects of kisspeptin were prevented in OVX+EP+RU rats. Thus, our data show for the first time that the permissive action of estradiol in the effects of kisspeptin on DA and PRL occur through ER but not ER. Moreover, the effects of kisspeptin are potentiated by progesterone via PR activation. These findings contribute to elucidation of the role played by ovarian steroids in kisspeptin regulation of DA and PRL.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGProlactinaEsteroidesKisspeptinaEstradiolFisiologiaProgesteronaReceptorProlactinaDopaminaKisspeptinaEstradiolProgesteronaParticipação dos receptores para esteróides ovarianos na ação da kisspeptina sobre neurônios dopaminérgicos e secreção de prolactinainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALresumo_disserta__o_nayara_aquino.pdfapplication/pdf112187https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9HCJEK/1/resumo_disserta__o_nayara_aquino.pdf5185bf4f8e87214d51824893e3c7ca0dMD51TEXTresumo_disserta__o_nayara_aquino.pdf.txtresumo_disserta__o_nayara_aquino.pdf.txtExtracted texttext/plain8224https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9HCJEK/2/resumo_disserta__o_nayara_aquino.pdf.txtaa505a7d1154469e00881d88d2edc8abMD521843/BUBD-9HCJEK2019-11-14 11:16:03.706oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-9HCJEKRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T14:16:03Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Participação dos receptores para esteróides ovarianos na ação da kisspeptina sobre neurônios dopaminérgicos e secreção de prolactina
title Participação dos receptores para esteróides ovarianos na ação da kisspeptina sobre neurônios dopaminérgicos e secreção de prolactina
spellingShingle Participação dos receptores para esteróides ovarianos na ação da kisspeptina sobre neurônios dopaminérgicos e secreção de prolactina
Nayara Soares Sena Aquino
Receptor
Prolactina
Dopamina
Kisspeptina
Estradiol
Progesterona
Prolactina
Esteroides
Kisspeptina
Estradiol
Fisiologia
Progesterona
title_short Participação dos receptores para esteróides ovarianos na ação da kisspeptina sobre neurônios dopaminérgicos e secreção de prolactina
title_full Participação dos receptores para esteróides ovarianos na ação da kisspeptina sobre neurônios dopaminérgicos e secreção de prolactina
title_fullStr Participação dos receptores para esteróides ovarianos na ação da kisspeptina sobre neurônios dopaminérgicos e secreção de prolactina
title_full_unstemmed Participação dos receptores para esteróides ovarianos na ação da kisspeptina sobre neurônios dopaminérgicos e secreção de prolactina
title_sort Participação dos receptores para esteróides ovarianos na ação da kisspeptina sobre neurônios dopaminérgicos e secreção de prolactina
author Nayara Soares Sena Aquino
author_facet Nayara Soares Sena Aquino
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Raphael Escorsim Szawka
dc.contributor.author.fl_str_mv Nayara Soares Sena Aquino
contributor_str_mv Raphael Escorsim Szawka
dc.subject.por.fl_str_mv Receptor
Prolactina
Dopamina
Kisspeptina
Estradiol
Progesterona
topic Receptor
Prolactina
Dopamina
Kisspeptina
Estradiol
Progesterona
Prolactina
Esteroides
Kisspeptina
Estradiol
Fisiologia
Progesterona
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Prolactina
Esteroides
Kisspeptina
Estradiol
Fisiologia
Progesterona
description Demonstramos recentemente que a kisspeptina estimula a secreção de prolactina (PRL) de forma dependente do estradiol, efeito este, exercido através da redução da atividade de neurônios dopaminérgicos na eminência mediana (EM). A modulação exercida pelo estradiol poderia ocorrer através de receptores para estrógeno (ER) dos subtipos ER ou ER, no entanto, o papel de tais receptores neste mecanismo ainda não está elucidado. Semelhantemente, ainda não foi demonstrada a função exercida pela progesterona e seu receptor (PR) na ação da kisspeptina sobre a secreção de PRL e atividade dos neurônios dopaminérgicos. Assim, em um conjunto de experimentos, investigamos o papel dos ERs e PR no efeito da kisspeptina sobre a liberação de PRL e atividade dos terminais de neurônios dopaminérgicos na EM e no lobo neuro-intermediário da hipófise (LNI). Inicialmente, validamos o uso do tamoxifen, modulador seletivo de ER, como antagonista do efeito estimulatório do estradiol sobre a secreção de PRL em ratas. Em experimentos subsequentes, ratas ovariectomizadas (OVX) foram tratadas com estradiol (OVX+E), estradiol e tamoxifen (OVX+ET) ou com os agonistas seletivos para ER e ER, PPT (OVX+PPT) e DPN (OVX+DPN), respectivamente. Com o objetivo de investigar ainda a participação da progesterona na ação da kisspeptina, em experimentos adicionais ratas OVX+E foram tratadas com progesterona (OVX+EP) ou progesterona e RU-486 (OVX+EP+RU), antagonista seletivo do PR. Em todos os experimentos, as ratas receberam injeção i.c.v. de kisspeptina-10 ou veículo e tiveram o sangue colhido para análise das concentrações plasmáticas de PRL. Os resultados demonstraram que o tamoxifen inibiu o pico de PRL induzido por estradiol, e bloqueou o efeito estimulatório da kisspeptina sobre a liberação de PRL. O tamoxifen também preveniu o efeito da kisspeptina de reduzir os níveis do metabólito da dopamina (DA) ácido 3,4-dihidroxifenilacético (DOPAC) na EM. Ratas OVX+PPT apresentaram maior resposta da PRL à kisspeptina em comparação a ratas OVX+E, resposta associada à redução de DOPAC na EM e LNI. Por outro lado, a kisspeptina não exerceu efeito nas ratas OVX+DPN. O tratamento com progesterona nas ratas OVX+EP potencializou a liberação de PRL induzida pela kisspeptina, efeito associado à redução nos níveis de DOPAC e DA na EM e LNI. Estes efeitos da kisspeptina foram bloqueados nas ratas OVX+EP+RU. Assim, os resultados deste trabalho demonstram pela primeira vez que o efeito permissivo do estradiol na ação da kisspeptina sobre o eixo DA-PRL é exercido através de ER e não ER. Adicionalmente, a ação da kisspeptina é potencializada pela progesterona via ativação do PR.
publishDate 2013
dc.date.issued.fl_str_mv 2013-04-03
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-10T18:43:29Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-10T18:43:29Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9HCJEK
url http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9HCJEK
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9HCJEK/1/resumo_disserta__o_nayara_aquino.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9HCJEK/2/resumo_disserta__o_nayara_aquino.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 5185bf4f8e87214d51824893e3c7ca0d
aa505a7d1154469e00881d88d2edc8ab
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589383349075968