Morfologia das fístulas perianais em pacientes com doença de Crohn: avaliação por meio de ressonância magnética

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Samuel de Almeida e Silva
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/MEDD-8T9SH8
Resumo: As fístulas perianais (FP) são observadas com frequência no curso evolutivo da doença de Crohn (DC), em aproximadamente 20 a 40% dos casos. Este estudo teve o objetivo de investigar a morfologia das FP em pacientes com DC, atendidos no Ambulatório de Intestino do Instituto Alfa de Gastroenterologia do Hospital das Clínicas da UFMG, centrode referência para doenças inflamatórias intestinais, por meio de exames de Ressonância Magnética (RM) do canal anal, e a sua correlação com dados clínicos e demográficos. Consistiu em uma pesquisa transversal analítica (série de casos), em que, por amostragem consecutiva (não probabilística), foram incluídos na amostra todos os pacientes com DC e FP, em um período de dois anos e nove meses, de conformidade com os critérios de inclusão, perfazendo o total de 27 casos. Os exames de RM do canal anal foram realizados tendo como referência o protocolo padronizado por Halligan e Stoker, estabelecido em 2006, com adaptações pertinentes, utilizando-se aparelhos de 1,5 e 3,0 Tesla, confeccionando-sesequências sagitais, coronais oblíquas e axiais oblíquas ponderadas em T1 e T2, em planos paralelos e ortogonais em relação ao canal anal, com e sem supressão de gordura, antes e após o uso endovenoso do contraste paramagnético gadolínio. A classificação morfológicadas FP foi feita de acordo com os critérios estabelecidos por Parks et al. (1976). Posteriormente, as FP foram agrupadas em simples e complexas, de acordo com os critérios propostos em 2003 pela Associação Americana de Gastroenterologia (AGA). Foram observadas, segundo a classificação de Parks, as frequências relativas de 41,0% (n=16) para as fístulas interesfincterianas, 30,8% (n=12) para as transesfincterianas, 25,6% (n=10) para as inespecíficas e 2,6% (n=1) para as supraesfincterianas, não tendo sido observadas FP superficiais e extraesfincterianas. Encontraram-se, segundo a classificação da AGA, as frequências relativas de 74,1% para as FP complexas (n=20) e 25,9% (n=7) para as simples. Observou-se que a chance de um paciente, com localização L2 (cólon), desenvolver FP complexa é 164 vezes superior à daquele com localização L1 (íleo terminal) [valor-p=0,023], enquanto a de um paciente com localização L3 (íleo-cólon) é 60 vezes superior à daquele com localização L1 [valor-p=0,021]. Dessa forma, pôde-se concluir que, em pacientes com DC e FP, predominam as FP complexas em relação às simples segundo a classificação da AGA; os pacientes com localização L2 e L3 estão mais predispostos a apresentar FP complexa do que aqueles com localização L1.
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Posteriormente, as FP foram agrupadas em simples e complexas, de acordo com os critérios propostos em 2003 pela Associação Americana de Gastroenterologia (AGA). Foram observadas, segundo a classificação de Parks, as frequências relativas de 41,0% (n=16) para as fístulas interesfincterianas, 30,8% (n=12) para as transesfincterianas, 25,6% (n=10) para as inespecíficas e 2,6% (n=1) para as supraesfincterianas, não tendo sido observadas FP superficiais e extraesfincterianas. Encontraram-se, segundo a classificação da AGA, as frequências relativas de 74,1% para as FP complexas (n=20) e 25,9% (n=7) para as simples. Observou-se que a chance de um paciente, com localização L2 (cólon), desenvolver FP complexa é 164 vezes superior à daquele com localização L1 (íleo terminal) [valor-p=0,023], enquanto a de um paciente com localização L3 (íleo-cólon) é 60 vezes superior à daquele com localização L1 [valor-p=0,021]. Dessa forma, pôde-se concluir que, em pacientes com DC e FP, predominam as FP complexas em relação às simples segundo a classificação da AGA; os pacientes com localização L2 e L3 estão mais predispostos a apresentar FP complexa do que aqueles com localização L1.Perianal fistulas (PF) are frequently observed in the evolutive course of Crohn's disease (CD), in about 20 to 40% of cases. This study aimed to investigate the morphology of PF in patients with DC who were treated at the Alfa Institute of Gastroenterology, Clinics Hospital of the Federal University of Minas Gerais, which is a referral center for inflammatorybowel disease, using magnetic resonance (MR) imaging of the anal canal, and its correlation with clinical and demographic data. The study consisted of a cross-sectional analytical study (case series), in which, by consecutive sampling (not probabilistic), all patients with CD andPF were included, according to the inclusion criteria, in a period of two years and nine months, coming to a total of 27 cases. The MR scans of the anal canal were performed having as a reference the standardized protocol by Halligan and Stoker, which was established in 2006, with pertinent adaptations, using machines of 1.5 and 3.0 Tesla.Sequences were obtained on oblique transverse and coronal planes oriented orthogonal and parallel, respectively, to the anal sphincter, planned using a midline sagittal image. These sequences were T1 and T2-weighted, with and without fat suppression, before and afterintravenous paramagnetic contrast agent gadolinium. The morphological classification of PF was made according to the criteria established by Parks et al. (1976). Subsequently, the PF were grouped into simple and complex, according to the criteria proposed in 2003 by the American Gastroenterological Association (AGA). Were observed, according to the Parks classification, the relative frequencies of 41.0% (n = 16) for intersphincteric fistulas, 30.8% (n = 12) for transsphincteric, 25.6% (n = 10) for the nonspecific and 2.6% (n = 1) for suprasphincteric. Superficial and extrasphincteric fistulas were not observed. It was found, according to the classification of AGA, the relative frequencies of 74.1% for complex fistulas (n = 20) and 25.9% (n = 7) for the simple fistulas. It was observed that the chance of a patient presenting disease location L2 to develop complex fistula is 164 times higher than for a patient presenting disease location L1 (p-value = 0, 023), whereas the chance of a patient showing disease location L3 is 60 times higher than for a patient presenting disease location L1 (p-value = 0.021). In conclusion, according to the classification of AGA, complex PF predominate over simple PF in patients with CD and PF concurrently; and patients presenting disease location L2 and L3 are more likely to have complex PF than those with L1 disease locationUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGFistula retal/cirurgiaDoenças do ânusDiagnóstico diferencialDoença de CrohnDiagnóstico por imagemEspectroscopia de ressonância magnéticaFistula urinariaCanal analDoença de CrohnFístula perianalRessonância magnéticaMorfologia das fístulas perianais em pacientes com doença de Crohn: avaliação por meio de ressonância magnéticainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINAL._monografia_final_pos_corre__o.pdfapplication/pdf4096https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MEDD-8T9SH8/1/._monografia_final_pos_corre__o.pdf5425db0b550d85baa252038df094df4dMD511843/MEDD-8T9SH82019-08-09 10:39:38.243oai:repositorio.ufmg.br:1843/MEDD-8T9SH8Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-08-09T13:39:38Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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