Tradição Maxakali e conhecimento científico: diferentes perspectivas para o conceito de transformação
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/BUDB-8C7MSH |
Resumo: | Buscando elementos para o ensino de ciências em escolas indígenas, procuramos encontrar convergências e divergências entre a tradição Maxakali, grupo indígena de Minas Gerais, e o pensamento científico. Ensinar ciências para alunos indígenas é um processo que exige um reconhecimento por parte do formador de que as formas de concepção e interação com o mundo nesse universo são muito distintas da científica. As ideias propostas por Viveiros de Castro (2002) sobre o pensamento ameríndio nos auxiliaram a compreender um pouco sobre o universo Maxakali. Utilizando episódios de aulas de química com alunos do curso de formação de professores indígenas e dados de caderno de campo obtidos em uma visita ao grupo Maxakali de Aldeia Verde, procuramos conhecer um pouco sobre a cosmovisão desse povo e suas explicações para contextos cotidianos que envolvem o conceito científico denominado transformação química. As análises mostraram que há três tipos de explicações dadas pelos Maxakali: a primeira, totalmente divergente com a ciência, considera a ação dos yãmy espíritos - na ocorrência dos fenômenos. A segunda, mais convergente com o pensamento científico, está embasada em aspectos materiais e energéticos. O terceiro nos mostra situações em que os dois aspectos estão presentes. O aspecto objetivo, envolvendo apenas questões materiais e energéticas e o subjetivo, envolvendo a interação entre seres diferentes. Concluimos que contextos onde haja convergência entre os dois pensamentos podem ser utilizados em sala de aula para criar o que Gasché (2004) chama de intercompreensão intercultural entre índios e não-índios, nos indicando um possível caminho para o ensino de ciências nas escolas indígenas. |
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Eduardo Fleury MortimerMarcia Maria Spyer de ResendeAna Maria Rabelo GomesAndrea Horta MachadoMarlucy Alves ParaisoKatia Pedroso Silveira2019-08-14T08:15:38Z2019-08-14T08:15:38Z2010-08-31http://hdl.handle.net/1843/BUDB-8C7MSHBuscando elementos para o ensino de ciências em escolas indígenas, procuramos encontrar convergências e divergências entre a tradição Maxakali, grupo indígena de Minas Gerais, e o pensamento científico. Ensinar ciências para alunos indígenas é um processo que exige um reconhecimento por parte do formador de que as formas de concepção e interação com o mundo nesse universo são muito distintas da científica. As ideias propostas por Viveiros de Castro (2002) sobre o pensamento ameríndio nos auxiliaram a compreender um pouco sobre o universo Maxakali. Utilizando episódios de aulas de química com alunos do curso de formação de professores indígenas e dados de caderno de campo obtidos em uma visita ao grupo Maxakali de Aldeia Verde, procuramos conhecer um pouco sobre a cosmovisão desse povo e suas explicações para contextos cotidianos que envolvem o conceito científico denominado transformação química. As análises mostraram que há três tipos de explicações dadas pelos Maxakali: a primeira, totalmente divergente com a ciência, considera a ação dos yãmy espíritos - na ocorrência dos fenômenos. A segunda, mais convergente com o pensamento científico, está embasada em aspectos materiais e energéticos. O terceiro nos mostra situações em que os dois aspectos estão presentes. O aspecto objetivo, envolvendo apenas questões materiais e energéticas e o subjetivo, envolvendo a interação entre seres diferentes. Concluimos que contextos onde haja convergência entre os dois pensamentos podem ser utilizados em sala de aula para criar o que Gasché (2004) chama de intercompreensão intercultural entre índios e não-índios, nos indicando um possível caminho para o ensino de ciências nas escolas indígenas.Searching for elements to the Science teaching in indigenous schools, we look to find convergence and divergences between Maxicalis tradition, an aboriginal group from Minas Gerais, and the scientific thought. Teaching science for aboriginal students is a process that demand a recognition from the instructor of which conception form and interaction with the world in this universe are very distinctive from the scientific one. The ideas proposed by Viveiros de Castro (2002) about the American Indians thought, help us to understand more about Maxakali universe. Using chemistry classes episodes with student from the preparatory course for indigenous teachers and datas from a camp copybook acquired in a visitation to the Maxakalis group from Aldeia Verde, we looked to know about the peoples worldview and their explanation to daily contexts involving the scientific concept named Chemical Transformation. The analysis demonstrates three types of explanation given from Maxakalis: the first (totally divergent with the science) consider the action of the yãm spirits in the phenomenas occurrence. The second more convergent with scientific thought, is based in material and energetic aspects. The third show us situations in which both aspects are present, the objective, involving only energetic and material questions and subjective, involving the interaction between different beings. We conclude that in contexts where there are convergences between both thoughts can be used in classroom to create, what Gasché (2004) denominates, the intercultural intercomprehension between natives and non-natives, indicating us a possible path for the science teaching in indigenous schools. Keywords: science teaching, chemistry education, indigenous education, transformation, maxakaliUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGÍndios MaxakaliEducaçãoÍndios EducaçãoCiência Estudo e ensinoEnsino de químicaEnsino de ciênciasMaxakaliEducação indígenaTransformaçãoTradição Maxakali e conhecimento científico: diferentes perspectivas para o conceito de transformaçãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_katia_pedroso_silveira.pdfapplication/pdf1317702https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUDB-8C7MSH/1/disserta__o_katia_pedroso_silveira.pdf7bc01ce56140c9deedd99882882c97d8MD51TEXTdisserta__o_katia_pedroso_silveira.pdf.txtdisserta__o_katia_pedroso_silveira.pdf.txtExtracted texttext/plain197778https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUDB-8C7MSH/2/disserta__o_katia_pedroso_silveira.pdf.txt00731902327bb6d994815c2a9baf044bMD521843/BUDB-8C7MSH2019-11-14 15:33:15.386oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUDB-8C7MSHRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T18:33:15Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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