Correlatos sociais da inteligência no Brasil: adversidade/bem-estar social dos 27 estados brasileiros e formação acadêmica da elite social brasileira

• Autor(a) principal: Daniel Cavalcante Nunes
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/38995
• topic: Neurociências; Inteligência; Cognição; Fatores socioeconômicos; Classe social; Neurociências; Inteligência; Cognição; Fatores socioeconômicos; Classe social

Diversos estudos têm reportado a correlação robusta entre o fenótipo das habilidades cognitivas e os níveis de alcance social dos indivíduos, a mesma relação tem se observado entre a capacidade cognitiva dos cidadãos e as condições socioeconômicas dentro de uma nação. O presente trabalho objetivou identificar essas relações no Brasil. Para isso, dois estudos foram realizados. O primeiro estudo identificou a correlação entre a capacidade cognitiva geral, medida pela prova escolar ENEM, e as variáveis socioeconômicas de 27 estados brasileiros. Previamente, a média de pontuação no ENEM foi correlacionada com a média de QI de 20 estados brasileiros utilizando-se os escores padronizados do teste de inteligência R1. A correlação obtida foi de 0,74; o que autorizou a utilizar os dados nacionais da prova ENEM como uma medida proxy da capacidade cognitiva geral. Os resultados mostraram associação positiva significativa (r = 0,680) entre a capacidade cognitiva e indicadores socioeconômicos favoráveis (bem-estar social) assim como uma associação negativa significativa (r = -0,915) com variáveis adversas (ex. crime, mortalidade). O segundo estudo, analisou o perfil cognitivo de cinco grupos da elite social brasileira (bilionários, ministros, políticos, artistas e atletas) através de uma escala que classificava o grau de sofisticação de suas formações acadêmicas. Os resultados mostraram que o grupo da gestão pública, composta pelos ministros, apresentou a maior sofisticação de formação. Considerando todos os grupos de elite avaliados, estes apresentaram uma formação acadêmica muito superior à média brasileira. Em geral, os resultados indicaram que a capacidade cognitiva geral dos cidadãos pode ser considerada um fator preditivo importante para o alcance do bem-estar social e econômico no Brasil.