Avaliação morfofuncional de testículo humano de pacientes submetidos a tratamentos para o câncer de próstata

• Autor(a) principal: Laura Toledo Vellez
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/63221
• topic: Próstata; Hormônios

Estudos morfológicos e morfométricos desenvolvidos por nosso grupo demonstraram que tratamentos para o câncer de próstata, utilizando hormônios e irradiação, provocam efeitos deletérios no processo espermatogênico do homem, com alterações drásticas de diversos parâmetros testiculares. Continuando nesta linha de pesquisa, o presente trabalho aumentou o número de pacientes e analisou com mais detalhes alguns parâmetros morfométricos da espermatogênese bem como a proliferação espermatogonial, procurando confirmar mais precisamente os efeitos indiretos da prostatectomia e de tratamentos hormonais e radioterápicos para o câncer de próstata sobre o testículo. Os resultados obtidos confirmam que a hormonioterapia e a radioterapia para o câncer de próstata avançado causam, de forma indireta, prejuízos ao processo espermatogênico. As análises morfológicas e morfométricas demonstraram que os pacientes que não sofreram nenhum tipo de tratamento para o câncer de próstata, apresentaram espermatogênese preservada, compatíveis com a faixa etária, e que a prostatectomia prévia à orquiectomina aparentemente não causou efeito deletério na espermatogênese. Os pacientes tratados com hormonioterapia tiveram a espermatogênese bloqueada, com rara produção de espermatozoides. Já aqueles que sofreram tratamento radioterápico foram os que mais apresentaram danos no parênquima testicular com predomínio de túbulos seminíferos sem células germinativas e presença de apenas células de Sertoli. A concentração sérica de FSH estava significativamente aumentada nos pacientes tratados com irradiação, possivelmente por afetar o funcionamento das células de Sertoli. Após hormonioterapia constatou-se que houve uma redução não significativa na proliferação espermatogonial sugerindo que a espermatogênese pode eventualmente se recuperar depois de cessado o tratamento. Ao contrário, na radioterapia o efeito deletério foi bastante expressivo sobre a proliferação espermatogonial, mostrando que, das espermatogônias presentes, raras estavam em divisão celular.