Papel do sistema colinérgico na lesão cerebral e recuperação funcional após Isquemia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Daniela Fontes Goncalves
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9BXF73
Resumo: A Isquemia cerebral está entre as principais causas de mortalidade no Brasil e no mundo, sendo uma das principais causas de incapacidade funcional e seqüelas neurológicas em adultos. Existem evidências de que o sistema colinérgico está envolvido em ações neuroprotetoras nos diferentes tipos de lesões cerebrais. Interneurônios colinérgicos do estriado são mais resistentes à isquemia quando comparado com outras células, no entanto, a contribuição específica da acetilcolina estriatal na lesão cerebral isquêmica não é completamente entendida. Trabalhos têm demonstrado que o receptor nicotínico 7 é um importante alvo para estudos em neuroproteção, e esse receptor interage com STI1 (stress inducible protein 1) e PrPC (proteína príon celular) formando um complexo que promove ações neuroprotetoras. Sendo assim, o propósito deste trabalho foi investigar o papel do sistema colinérgico, e fatores que possam influenciar sua função, na lesão cerebral e recuperação funcional após isquemia. Camundongos nocaute condicional para o VAChT (transportador vesicular de acetilcolina) no estriado (VAChTD2Cre-flox/flox) e camundongos geneticamente modificados para a proteína STI1 (STI-/+ e TgSTA) foram usados para avaliação da lesão cerebral induzida pela oclusão da artéria cerebral média esquerda e avaliação da recuperação funcional através de testes de assimetria bilateral, campo aberto e catwalk. Animais VAChTD2Cre-flox/flox apresentaram um maior volume de infarto, menor percentual de sobrevivência e pior desempenho funcional após a lesão. A investigacão de fatores inflamatórios, BDNF e apoptose não demonstrou qualquer diferença entre genótipos de animais isquemiados, no entanto, a expressão de GSK3 fosforilada (tirosina 279, 219) foi significativamente maior em camundongos VAChTD2Cre-flox/flox quando comparados com controles isquemiados. Camundongos com a deleção parcial da proteína STI1 (STI1-/+) apresentaram maior lesão cerebral, maior percentual de mortalidade e maiores déficits funcionais após isquemia, no entanto, camundongos transgênicos que superexpressam 4x mais STI1, adultos ou idosos, não apresentaram maior proteção quando submetidos ao mesmo tipo de lesão. Nossos resultados indicam que a acetilcolina estriatal age de maneira importante limitando a lesão e facilitando a recuperação funcional, possivelmente através da inibição da fosforilação de GSK3. Adicionalmente, a deleção parcial de STI1 aumenta a vulnerabilidade ao insulto isquêmico, mas o excesso dessa proteína não parece ser capaz de conferir proteção nas condições estudas.
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spelling Andre Ricardo MassensiniMarco Antonio Maximo PradoDaniela Fontes Goncalves2019-08-09T19:23:27Z2019-08-09T19:23:27Z2013-06-20http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9BXF73A Isquemia cerebral está entre as principais causas de mortalidade no Brasil e no mundo, sendo uma das principais causas de incapacidade funcional e seqüelas neurológicas em adultos. Existem evidências de que o sistema colinérgico está envolvido em ações neuroprotetoras nos diferentes tipos de lesões cerebrais. Interneurônios colinérgicos do estriado são mais resistentes à isquemia quando comparado com outras células, no entanto, a contribuição específica da acetilcolina estriatal na lesão cerebral isquêmica não é completamente entendida. Trabalhos têm demonstrado que o receptor nicotínico 7 é um importante alvo para estudos em neuroproteção, e esse receptor interage com STI1 (stress inducible protein 1) e PrPC (proteína príon celular) formando um complexo que promove ações neuroprotetoras. Sendo assim, o propósito deste trabalho foi investigar o papel do sistema colinérgico, e fatores que possam influenciar sua função, na lesão cerebral e recuperação funcional após isquemia. Camundongos nocaute condicional para o VAChT (transportador vesicular de acetilcolina) no estriado (VAChTD2Cre-flox/flox) e camundongos geneticamente modificados para a proteína STI1 (STI-/+ e TgSTA) foram usados para avaliação da lesão cerebral induzida pela oclusão da artéria cerebral média esquerda e avaliação da recuperação funcional através de testes de assimetria bilateral, campo aberto e catwalk. Animais VAChTD2Cre-flox/flox apresentaram um maior volume de infarto, menor percentual de sobrevivência e pior desempenho funcional após a lesão. 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Adicionalmente, a deleção parcial de STI1 aumenta a vulnerabilidade ao insulto isquêmico, mas o excesso dessa proteína não parece ser capaz de conferir proteção nas condições estudas.Stroke is one of the leading causes of mortality in Brazil and in the world. It is one of the most common causes of functional disability and neurologic deficits in adults. There is evidence that the cholinergic system has neuroprotective effects in different types of brain lesions. Striatal cholinergic interneurons have been shown to be more resistant to ischemic insult when compared to other cells. However, the specific contribution of striatal acetylcholine in ischemic lesions is poorly understood. The 7 nicotinic receptor is another important cholinergic target when investigating ischemia. Studies have shown that this receptor can interact with STI1 (Stress Inducible Protein 1) and PrPC (prion protein) to promote neuroprotective effects. The purpose of this work was to investigate the role of the cholinergic system in cerebral lesions and functional recovery after stroke. Striatal conditional knockout VAChT (vesicular acetylcholine transporter) mice and STI1 genetically modified mice were used to evaluate cerebral lesion induced by left middle cerebral artery occlusion. Evaluation of functional outcomes was made trough adhesive removal, open field and catwalk tests. VAChTD2Cre-flox/flox mice showed larger infarct volumes, lower survival rates and worse functional outcomes after lesion. Further investigation of inflammatory markers, BDNF and apoptosis did not show any difference between genotypes after stroke, however, the levels of phosphorylated GSK3 (Tyr 279,219) was significantly increased in VAChTD2Cre-flox/flox when compared to ischemic controls. Mutant mice haploinsufficient for STI1 (STI1-/+) showed larger infarct areas, larger mortality rates and worse functional outcomes after stroke. However, STI1 transgenic mice, overexpressing this protein 4 fold, adults or aged, did not present improved recovery. Our results indicate that striatal acetylcholine has an important role in limiting the injury and facilitating functional recovery of mice, possibly through the inhibition of GSK3 phosphorylation. Additionally, partial depletion of STI1 increased the vulnerability to ischemic insult, however excess of this protein does not provide protection under the conditions studied.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGIsquemia cerebralAcetilcolinaMecanismos colinérgicosFisiologiaAcetilcolinaIsquemia cerebralRecuperação funcionalSistema colinérgicoSTI1Papel do sistema colinérgico na lesão cerebral e recuperação funcional após Isquemiainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_final_dfg.pdfapplication/pdf4694479https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9BXF73/1/tese_final_dfg.pdff2276ca61a09b1a57fdde14063253833MD51TEXTtese_final_dfg.pdf.txttese_final_dfg.pdf.txtExtracted texttext/plain227166https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9BXF73/2/tese_final_dfg.pdf.txte55850cc22b0e14f67577deccebd217dMD521843/BUBD-9BXF732019-11-14 04:01:44.34oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-9BXF73Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T07:01:44Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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